Em jogo que o recomendável seria cravar triplo, Ponte perde do Avaí

Time pontepretano repete velhos defeitos que o colocaram em situação difícil

Em jogo que o recomendável seria cravar triplo, Ponte perde do Avaí

0002050274908 img

É regra a coluna evitar enfoque no pré-jogo. Excepcionalmente na postagem de sábado conjecturei o desenho do jogo Ponte Preta e Avaí, e antecipei ao pontepretano que seria o típico jogo pra se cravar triplo nos bons tempos de Loteria Esportiva. Assim o apostador teria mais segurança.

Conscientemente o pontepretano não contestou minha posição nesse espaço. Ele sabe de cor e salteado que irremediavelmente é preciso ficar com um pé atrás com esse time montado pelo gerente de futebol Gustavo Bueno. Até mesmo contra um adversário de mesmo nível e estilo de jogo semelhante como o Avaí a dúvida é inevitável.

Avaí marcou muito cedo. Foto: Israel de Oliveira

Avaí marcou muito cedo. Foto: Israel de Oliveira

Portanto, a derrota da Ponte Preta por 2 a 1 na noite deste domingo no Estádio Moisés Lucarelli não pode ser encarada como surpresa, embora o time catarinense tenha renunciado ao direito de atacar no segundo tempo. Preferiu montar um ferrolho defensivo para sustentar a vantagem alcançada no primeiro tempo.

OUTRA ZAGA

Apesar dos pesares, a dupla de zaga com maior índice de acerto da Ponte é formada por Marllon e Luan Peres. Aí o treinador Eduardo Baptista contraria o óbvio e inventa Yago e Rodrigo.

Pronto. Uma falha de Yago – ainda sem ritmo de jogo – e o Avaí aproveitou logo aos seis minutos com o atacante Rômulo tocando a bola pra rede.

A rigor, Yago teve chance de se redimir em cabeçada que poderia ter provocado o empate, mas a bola foi pra fora.

Naquela altura, a Ponte não conseguia trabalhar a bola por dentro para penetração e exagerava em cruzamentos, rebatidos quase na totalidade pelos jogadores do Avaí, que em duas escapadas ainda criaram embaraços aos pontepretanos.

PÊNALTIS

Primeiro quando Pedro Castro furou a zaga da Ponte em tabela, mas desperdiçou chance real na finalização.

Depois quando Rodrigo interceptou a bola com a braço dentro da área e o pênalti foi convertido pelo atacante Júnior Dutra aos 36 minutos: Avaí 2 a 0.

Por sorte da Ponte, dois minutos depois o goleiro Douglas se precipitou ao cometer pênalti desnecessário em Danilo Barcelos, que se encarregou da cobrança e converteu.

Naquela altura o centroavante Léo Gamalho já havia substituído o volante Wendel, porque sabia-se que a bola seria alçada seguidamente à área do time catarinense. Todavia, na única bola que Gamalho ganhou por cima a cabeçada foi pra fora.

ATAQUE X DEFESA

Embora tivesse basicamente praticado um jogo de ataque contra defesa, a Ponte voltou a correr risco por duas vezes durante o segundo tempo.

Numa arrancada da defesa, o zagueiro Alemão recebeu a devolução já dentro da área adversária e exigiu reflexo de Aranha para praticar a defesa. Depois, em bola perdida bisonhamente por Rodrigo, William desperdiçou.

A pressão – mesmo que descontrolada do time pontepretano – poderia ter resultado em empate não fosse a trave devolver um chute forte de canhota do lateral-direito Nino Paraíba, e cabeçada pra fora de Rodrigo no último minuto da partida.

Pelas circunstâncias da partida, tem-se que reconhecer que Eduardo Baptista procurou mexer na equipe para que obtivesse êxito. Se quisesse poderia ter sacado um dos atacantes: Lucca ou Emerson Sheik, visto que não acrescentaram absolutamente nada à equipe.

Ainda há chão pela frente. E enquanto há vida, há esperança. É nisso que a Ponte precisa se apegar na tentativa de ainda se manter na elite do futebol brasileiro.