Em depoimento, Sergio Cabral negou compra de votos para o Rio-2016
O ex-governador do Rio de Janeiro está preso desde novembro do ano passado
O ex-governador do Rio de Janeiro está preso desde novembro do ano passado

Rio de Janeiro, RJ, 14 (AFI) – Em depoimento prestado a procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro e a autoridades francesas, o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) negou ter pedido ao empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur”, que repassasse dinheiro a membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) a fim de que o Rio fosse escolhido como sede dos Jogos do Rio-2016. A defesa de Cabral classificou a tese de compra de votos como “inverossímil”.
Cabral está preso no Rio desde novembro do ano passado. Ele responde a 13 processos na 7ª Vara Federal Criminal do Rio e já foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão pela Justiça Federal de Curitiba. O depoimento do ex-governador aconteceu no dia 6, um dia após a Polícia Federal deflagrar a Operação Unfair Play.

Na oitiva, Cabral negou qualquer participação na suposta compra de votos, e disse ainda que a acusação de que o Rio foi escolhido como sede dos Jogos de 2016 graças a pagamento de propinas é “um erro histórico” cometido contra a cidade.
Em nota, a defesa do ex-governador também refutou as acusações. “A tese do MPF francês é inverossímil porque o Rio de Janeiro se sagrou vencedor com uma diferença de 40 votos com relação à segunda candidata, Madrid. Por essa versão, seria preciso que todos tivessem sido corrompidos, o que é absurdo”, sustentou.
Os pagamentos teriam sido efetuados por “Rei Arthur”, dono do Grupo Facility, empresa que chegou a ser o maior prestador de serviços privados do Estado do Rio de Janeiro, com contratos de R$ 3 bilhões na gestão de Sergio Cabral. Ele é considerado foragido. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Arthur Soares.