Ednaldo Rodrigues é reeleito e fala em 'Resistir ao golpe' na CBF
Ele recebeu todos os votos das 27 federações e também todos os votos dos 40 clubes das Séries A e B
A CBF atravessou um litígio judicial nos últimos dois anos que envolveu o afastamento de Ednaldo Rodrigues

Rio de Janeiro, RJ, 24 – Ednaldo Rodrigues foi reeleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Único candidato concorrendo ao pleito, o dirigente de 71 anos foi aclamado para o cargo nesta segunda-feira, em reunião na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e vai comandar o futebol nacional até 2030. Ele recebeu todos os votos das 27 federações e também todos os votos dos 40 clubes das Séries A e B, totalizando 141 votos.
O cartola teve candidatura chancelada na última quarta-feira. Ele contou com apoio unânime das 27 federações, e sua chapa foi assinada por 13 clubes da Série A, e 13 da Série B do Campeonato Brasileiro.
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ALFINETOU
Entre os aliados do presidente estão alguns dos dirigentes mais influentes do País, como Leila Pereira, presidente do Palmeiras, o antigo desafeto John Textor, acionista majoritário do Botafogo.
“Tentaram um golpe. Resistimos e vencemos”, disse Ednaldo, em seu discurso. Quando Ronaldo Fenômeno ainda postulava se candidatar como rival do atual mandatário, ele tentou descreditar o processo eleitoral da entidade, pedindo que tivesse supervisão presencial da FIFA e da Conmebol no dia do pleito “para dar mais transparência”. A CBF no mesmo dia respondeu, reafirmando a lisura do processo de votação dela.
“O triunfo da democracia, do diálogo, da liberdade e da autonomia das instituições esportivas. Ao longo dos últimos anos, sofremos todos os tipos de preconceito e perseguições”, completou. “Solicitamos que a Fifa estivesse presente, para que pudesse testemunhar um processo limpo, transparente e com lisura”.
STAFF
O novo mandato de Ednaldo se inicia oficialmente em março de 2026. Ele terá como vice-presidentes: Reinaldo Carneiro Bastos (SP); Ednaílson Rozenha (AM); Roberto Góes (AP); Ricardo Lima (BA); Gustavo Oliveira (ES); Leomar Quintanilha (TO); Rubens Angelotti (SC); e Gustavo Henrique (CBF, em Brasília).
A última vez em que houve uma eleição à presidência da CBF com duas chapas foi 1989. À ocasião, Ricardo Teixeira derrotou o então vice Nabi Abi Chedid.
CAMINHO LIVRE
Ednaldo ficou com caminho livre para se reeleger após Ronaldo desistir da candidatura. Em publicação nas redes sociais, o Fenômeno citou “falta de diálogo” e afirmou que 23 das 27 filiadas fecharam as portas a ele por “satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição” do presidente. Apenas a Federação Paulista de Futebol (FPF) recebeu o ex-jogador para ouvir seu projeto de governo, mas, no fim das contas, também apoiou Ednaldo.
Ronaldo tinha a intenção de apresentar às federações “um projeto de investimento privado nunca antes visto para o crescimento sustentável do esporte em cada estado do País” e “reconstruir a credibilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, com a nossa velha paixão nos novos tempos”, porque, segundo o herói do Penta, o respeito do futebol brasileiro precisa ser resgatado.
A candidatura do Fenômeno ganhou entusiastas entre os torcedores e ele chegou a ser tema de uma reportagem do “Jornal Nacional“, da Globo. Apesar do favoritismo, Ednaldo precisou se movimentar nos bastidores para confirmar a reeleição. Assim, nas últimas semanas se reuniu com os presidentes de clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra), e da Liga Forte União (LFU). Ele também promoveu mudanças no comando da arbitragem, frequentemente criticada no País, e garantiu que não vai se opor à criação de uma liga unificada.
DE VOLTA
A CBF atravessou um litígio judicial nos últimos dois anos que envolveu o afastamento de Ednaldo Rodrigues, que foi reconduzido ao cargo no início do ano passado. Em fevereiro deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) declarou extinta a ação que questionava as regras eleitorais na CBF, conferindo legitimidade ao processo que levou Ednaldo ao poder.
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