Campinas, SP, 16 (AFI) – O planejamento da temporada de 2025 está acontecendo a todo vapor no estádio Moisés Lucarelli. Afinal, após o doloroso rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro, o principal objetivo da Ponte Preta instantaneamente se tornou o acesso para voltar o quanto antes para a segunda divisão nacional. Quem prometeu isso foi o presidente Marco Antônio Eberlin, em entrevista nesta segunda-feira, que pediu o apoio da torcida.

“Apesar do nosso mascote ser uma Macaca, que sejamos como uma fênix mais uma vez. Estamos em uma situação difícil, que o torcedor deixe de ficar na redes sociais e venha para o Moisés Lucarelli. Se a torcida comparecer não tem como não retornarmos para a Série B já nesse primeiro ano. Vamos montar um bom time”, disse em entrevista à EPTV Campinas.

Eberlin também falou sobre o impacto financeiro que o rebaixamento para Série C irá impactar na Ponte Preta, mas afirmou que pode vender alguns jogadores para manter as contas em ordem e que irá focar em ir o quanto mais longe possível na Copa do Brasil, para que com os prêmios das classificações a cada fase, consiga investir na equipe.

“São R$ 5 milhões, mas temos a Copa do Brasil, então amortiza. Vamos ter que lançar mão de alguns jogadores com vendas em 2025, para que não ocorra nenhum atraso de pagamento e para a gente executar o planejamento. A ideia da Ponte é subir para a Série B no próximo ano, e isso passa por planejamento”.

ERROS PARA NÃO SEREM COMETIDOS EM 2025

O presidente da Ponte Preta aproveitou para fazer um paralelo, entre os erros cometidos em 2024 e que não podem acontecer na próxima temporada. Segundo ele, os jogadores precisam ter personalidade para vestir as cores alvinegras, por conta da pressão que acontece aqui. Além disso, citou a mudança tardia no comando técnico, com a saída de Nelsinho Baptista. Mas, vale lembrar, que o experiente treinador tentou entregar o cargo em determinado momento, que não foi aceito por ele.

“Também teve algum erro nosso de planejamento, talvez deveríamos ter substituído o treinador em um outro momento, e a dificuldade para você identificar a personalidade nos jogadores prontos para jogar na Ponte. A Ponte Preta é o verdadeiro o Corinthians do interior. Aliada à qualidade técnica precisa ter personalidade forte, pois se cobra muito aqui, e é difícil medir isso, pode até pedir informações sobre ele, às vezes já jogou em time grande e aí você tem um parâmetro, mas quando o atleta passou por equipes menores na carreira, quando ele vem para a Ponte, muitos jogadores não conseguem assimilar”.

Apesar da baixa em campo, Eberlin comemorou as ‘contas em ordem’ no estádio Moisés Lucarelli e as melhorias feitas durante o seu mandato. “Em um único mês (teve problema em pagar salário no mês). Desde de dezembro de 2023, somente uma vez. Depois de três anos, conseguimos colocar em ordem a parte de atletas e funcionários, a Ponte não tem um rastro financeiro desse ano com ninguém. A Ponte é hoje um clube organizado”.

“Quando chegamos aqui em 2022 com quatro meses de salário atrasado, e agora tudo quitado, além de investir em infraestrutura. Sei que o torcedor acaba não vendo muito isso, mas são exigências dos órgãos que dirigem o futebol. Fizemos um vestiário novo e reformamos o banco de reservas, exigência da Federação Paulista. É um dinheiro que não foi para o futebol. Substituímos todos os camarotes do Moisés, revitalizamos toda a área administrativa do clube, desativamos Jaguariúna, que tinha 43 funcionários, fizemos um acordo com o sindicato”, completou.

PONTE PRETA DEVASTADA PELOS ANTECESSORES, DIZ EBERLIN

Mais uma vez, aproveitou para criticar seus antecessores, que em sua visão ‘maltrataram’ a Ponte Preta, que acabou superada por equipes de menor porte como Mirassol e Novorizontino, que atualmente estão à frente do time campineiro em muitas questões. Segundo Eberlin, a dívida atual passa de R$ 400 milhões, além da penhora do Estádio Moisés Lucarelli em uma ação do ex-presidente Sérgio Carnielli.

“A Ponte Preta foi extremamente mau tratada nos últimos 20 anos. Chegamos na Ponte para reconstruir o clube, e ela vem caindo há pelo menos 30 anos, batendo na trave. A Ponte não se preparou para competir, ficou para trás na questão de infraestrutura, deteriorada, e estamos recriando essa infraestrutura para voltar a competir com nosso rivais. Devemos hoje mais de 400 milhões de reais, essa foi a herança que nos deixaram, e as mesmas pessoas que deixaram essa dívida nos apedrejam e querem voltar ao poder. Nós temos o Estádio Moisés Lucarelli penhorado para um ex-presidente, se perdermos judicialmente, o estádio pode ir a leilão. São coisas que o torcedor não vê pelas derrotas dentro de campo”.

FUTURO

Por fim, falou sobre o futuro: criação de SAF, eleições de 2025 – onde afirmou que não deseja seguir na presidência, mas espera deixar na mão de alguem do atual grupo de situação e não para ‘aquelas pessoas que enterraram o clube’ -, objetivos para o último ano de gestão e categorias de base.

“Eu criei essa comissão de SAF, não sou a favor, mas não sou proprietário da Ponte. Tudo que chegar vai para essa comissão. Como eu vejo isso? Muitos clubes estão próximos da falência e por isso se tornaram SAF, como a Portuguesa, entre outros exemplos. Tudo que é feito para se ganhar dinheiro a coisa é melhor investigada pela SAF, eu não queria que a Ponte trocasse a sua dívida pela SAF, a Ponte precisa de um upgrade para fazer a SAF. Vamos fazer CT próprio para as categorias de base, investir no Moisés. Então, apesar de não gostar do sistema, quem vai decidir isso é quem manda, seus associados”.

“Talvez seja o momento de outro nome do nosso grupo. Mas o que eu vou lutar é para não deixar quem fez o estrago no clube voltar. Eles se preparam nos momentos de dificuldades para tentar voltar, e eu vou fazer de tudo para não deixar. Não sei se vamos ganhar, acredito que sim, mas não vamos deixar mais essas pessoas voltarem à Ponte Preta. O nosso conselho deveria banir essa pessoas da Ponte Preta. A responsabilidade máxima de rebaixamento é minha, mas precisam saber como chegou a esse ponto. E chegou por causa das pessoas que aqui estiveram. Não estou falando de ilicitude, estou falando de irresponsabilidades. E as irresponsabilidades com a Ponte foram gigantescas”.

“Um dos nossos grandes objetivos para esse ano de 2025 são três novos campos no CT. A nível melhor do Moisés. Nas categorias de base, atualmente a categoria sub-20 está realocada aqui no Moisés. Existe um investidor em Jaguariúna terminando um CT onde iremos transferir o Sub-15 e o Sub-17. O CT do Jardim Eulina estão sendo construídos três novos campos. Outra mudança é o novo sistema de iluminação, exigência da Conmebol. Se você não fizer esse movimentos, não anda para frente. Esse ano gastamos R$ 700 mil em manutenção do campo no Moisés. O que eu plantar, não vou colher, mas vou deixar uma estrutura muito melhor para quem me suceder. O que fizeram com a Ponte foi devastação total. É a principal guerra da minha gestão, uma guerra silenciosa, pois não vou ouvir os aplausos do torcedor. O que mais atrapalha a Ponte é uma oposição mesquinha, suja, oportunista. É só o torcedor colocar a mão na consciência, quem quer voltar está penhorando o estádio”.

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ESTREIA DA PONTE PRETA NA TEMPORADA 2025

A Ponte Preta estreia no Paulistão diante do Novorizontino no dia 15 de janeiro, no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte. A FPF ainda não desmembrou a tabela, por isso a data ainda pode sofrer alteração, assim como o horário.

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