E precisava de todo este enorme sofrimento, Flamengo?
O título se desenhava ao Flamengo, mas, de repente, até pelas imprevisibilidades do futebol, provocou tremendo medo no seu torcedor diante do Corinthians
Há treinadores que conseguem criar filosofia de jogo aceitável para a sua equipe, mas quando a bola rola custam a observar a mudança no tabuleiro.
Campinas, SP, 19 (AFI) – Uma decisão da Copa do Brasil que se desenhava pró Flamengo durante o primeiro tempo, de repente, pelas imprevisibilidades do futebol, provocou tremendo medo no seu torcedor diante do Corinthians, quando a definição da partida foi arrastada através de cobranças de pênalti, após empate no tempo normal por 1 a 1. Aí, no terceiro tempo, vitória dos flamenguistas por 6 a 5, na noite desta quarta-feira, no Estádio do Maracanã.
Há treinadores que conseguem criar filosofia de jogo aceitável para a sua equipe, mas quando a bola rola custam a observar a mudança no tabuleiro.
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DORIVAL JÚNIOR
Se o treinador flamenguista Dorival Júnior resgatou o futebol elegante e eficiente de sua equipe, quando estabeleceu a vantagem por 1 a 0 durante o primeiro tempo, claro está que o predomínio foi do Corinthians durante o segundo tempo. E o equilíbrio para os flamenguistas dependia de mudanças para fortalecimento no meio de campo, não observadas pelo comandante do Flamengo.
Se ficou claro no primeiro tempo a desobrigação para que os atacantes Pedro e Gabigol recuassem para ajudar na marcação. A lógica indicava ganho para a equipe ofensivamente, pois atletas de ataque tendem a se desgastar mais disputando jogadas pelo setor.
Considerando-se que Éverton Ribeiro e Arrascaeta são meias que basicamente cercam o adversário, sem a devida qualificação para o desarme, a meiúca flamenguista ficou desguarnecida na marcação, e isso possibilitou, ainda no primeiro tempo, que o Corinthians também atacasse, embora sem a devida qualidade.
Todavia, ainda naquele período, o Flamengo apostou na qualidade de seus jogadores para a transição ao ataque, e incontáveis vezes rondou a meta corintiana, chegando ao gol logo aos sete minutos, através do centroavante Pedro, e com perspectiva até de aumentar a vantagem.
CILINHO
Como não lembrar do saudoso treinador Cilinho, cujo terceiro ano de morte será lembrado no dia 28 de novembro próximo?
Tenho convicção que Cilinho não titubearia em sacar Gabigol ainda no intervalo, pois na prática o atleta jogou apenas com o nome, sem que fluíssem as jogadas pelo seu setor direito de ataque.
A manutenção do esquema ofensivo flamenguista implicaria em substituí-lo, ainda no intervalo, por Éverton Cebolinha, em aposta para ampliar a vantagem, ou então a proposta de se resguardar com mais um homem de marcação no meio, pois claro estava a proposta de incorporamento ofensivo do Corinthians em busca do empate.
Pois Dorival Júnior não fez uma coisa, nem outra. Aí, o volume ofensivo do Corinthians foi se acentuando, de forma que prevaleceu o dito que ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’.
Das incontáveis bolas alçadas à área flamenguista, uma delas foi aproveitada por Giuliano, que empatou a partida aos 36 minutos.
ARRASCAETA
De certo o nervosismo de uma final provocou desconcentração em Dorival Júnior, que demorou para perceber que Arrascaeta andava em campo e demorou para substituí-lo.
Aos sete minutos do segundo tempo, ele já chegou sem força para finalização, e praticamente recuou a bola para o goleiro corintiano Cássio, em chance clara de gol.
Entretanto, ele correu bastante no primeiro tempo e organizou boas jogadas.
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