E os gols de faltas, hein Ponte Preta?

Foram 14 jogos sem aproveitamento neste quesito, que pode decidir jogos importantes

E os gols de faltas, hein Ponte Preta?

0002050550662 img
Barreira móvel

Barreira móvel

Se a Ponte Preta não fizer gol no jogo da noite desta quinta-feira contra o Novorizontino, na condição de visitante, na final do Troféu do Interior, vai ‘varar’ o Paulistão sem marcar um gol sequer em cobrança de falta.

Busquei na memória e nos meus acervos e nada de gol de falta.

Isso a menos que esteja enganado, mas de certo não estou.

São 15 jogos – contando-se o desta quinta-feira – e foram registradas várias faltas nas proximidades da área adversária, mas nem o chamado especialista no quesito – caso de Camilo – tem aproveitamento.

Isso não condiz com a história da Ponte Preta, rica em cobradores de faltas.

Recuando-se à década de 70, a Ponte contava com pés calibrados do mestre Dicá e meias Mosca e Serginho.

Nos anos 80, além de Dicá, Mário Sérgio, Jorge Mendonça e André Cruz, quarto-zagueiro, eram exímios cobradores.

Décadas subsequentes surgia um ou outro cobrador, porém sem a perícia dos citados, se é que também não estou enganado.

Sim, a bola é diferente daqueles tempos, mas bom aproveitamento em cobranças de faltas não se atribui à dádiva do atleta.

Treinava-se bastante. Dicá colocava uma camisa na junção da trave e mirava como atingi-la, encobrindo barreira móvel de madeira ali colocada.

Quando se planeja montagem de equipe para uma competição tem-se que mirar em um exímio cobrador de faltas.

Ao enfrentar adversários que adotam rigoroso esquema defensivo, é natural se projetar que ocorram três a quatro faltas favoráveis nas proximidades do goleiro adversário. É aí que se projeta na equipe o cobrador de faltas.

FISIOLOGIA

Hoje treina-se pouco essas cobranças, por culpa dos ditadores da fisiologia.

Alguns recomendam e outros proíbem que os atletas as treinem, com a justificativa de que ‘repetição de esforço na mesma perna traz prejuízo e pode provocar desconforto muscular’.

Nada me tira da cabeça de que essa modernidade por vezes é danosa ao futebol.

Nos tempos em que cobradores de faltas ficavam treinando até o anoitecer, era difícil jogo terminar zero a zero.

Se é que querem poupar o atleta de desgaste, simples: tire-o do treino com os demais e designe-se horário específico para que ele faça o diferencial no bater na bola.

Isso mesmo que sejam apenas duas vezes por semana.

FÍSICO PODE FAZER DIFERENÇA

Sobre a decisão em si do Troféu do Interior, de certo não há contestação de que o Novorizontino é um time mais bem ajustado em campo, enquanto a Ponte tem se valido da individualidade de seu atacante Moisés para surpreender adversários.

Todavia, em tempos de maratona de jogos, com considerável desgaste físico de jogadores neste Paulistão, a probabilidade natural é que o Novorizontino seja mais afetado, visto que a média de idade de seus jogadores é superior à Ponte Preta.

Por outro lado, o Novorizontino teve a vantagem de ficar ‘no chapéu’, por ter melhor campanha. Com isso só jogou uma vez, contra duas da Ponte Preta.