Dos Anjos com a Ponte Preta: não seria momento do divórcio?

O elenco é fraco, recém-formado, mas o técnico insiste com alguns jogadores que já provaram não ter condições de jogar. Parece faltar discernimento.

O apego pra escalar o meio-campista Wesley, desconsiderando que em momento algum ele deu resposta satisfatória

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Hélio dos Anjos sob pressão. (Foto: Diego Almeida)

Campinas, SP, 16 (AFI) – Quando o treinador da Ponte Preta, Hélio dos Anjos, não teve o devido discernimento da temeridade ao escalar lateral-esquerdo Jean Carlos contra o Corinthians no Paulistão, e três dos cinco gols daquela goleada por 5 a 0 foram em cima do garoto, já desconfiei da validade da manutenção dele no comando técnico do clube.

O despropósito ao escalar o meia Matheus Anjos como falso centroavante diante do Grêmio, já foi coisa de inventor ‘pardal’. E nem na real posição dele merecia vaga diante do Operário na manhã/tarde deste sábado, em Ponta Grossa, pela segunda rodada do Brasileiro da Série B.

Assim agindo, esperou o intervalo para se convencer do erro e sacá-lo para a entrada de Echaporã.

O apego pra escalar o meio-campista Wesley, desconsiderando que em momento algum ele deu resposta satisfatória para ter camisa no time, foi outro absurdo.

Aí, esperar o intervalo do jogo pra cair na real e trocar o atleta por Ramon Carvalho, sem que isso tenha representado ganho expressivo, não seria coisa para um treinador rodado.

Operario PR Ponte Preta Serie B 3
Operário foi dominante em Ponta Grossa

BERNARDO

E por que escalar o lateral-direito Bernardo, com a disponibilidade de usar Igor Formiga, igualmente da posição, e com características mais ofensivas?

Depois que Bernardo falhou nos dois gols decisivos na vitória do Operário por 2 a 0, ele sacou o jogador, como se tivesse jogado parcela de responsabilidade da derrota para o jogador.

FABRÍCIO

Além desse rosário de equívocos em escolha de jogadores titulares, ainda insiste com o irregular zagueiro Fabrício, embora reconheçamos que desta vez não pode ser acusado de falha, até porque o fraco centroavante Paulo Sérgio, do time paranaense, facilita a atribuição de qualquer defensor.

Então, quem sequer tem discernimento para escolher adequadamente os titulares, como cobrar organização tática e uma forma para que a bola possa chegar ao ataque de forma qualificada?

Já reavaliei observações de conhecimento sobre futebol do presidente Marco Eberlin.

DIVÓRCIO

Dirigente convicto de decisões corretas se impõe. Interfere sim quando treinador comete absurdos na cara dele. Breca e pronto.

Aquela avaliação que se tinha de Eberlin de décadas passadas deu-se quando havia disponibilidade de jogadores no mercado pra montagem de equipes.

Assim, ele pôde colocar em prática aquilo que havia absorvido do ex-dirigente Peri Chaib, da Ponte Preta.

Agora, com a escassez de jogadores para se dar o ‘tiro certo’, o que se vê é postura de dirigente desinformado e que compartilha decisões com palpiteiros que se equivocam em contratações.

Tivesse devidamente antenado sobre a atualidade do futebol, já seria motivo suficiente pra romper o casamento de Dos Anjos com a Ponte Preta e assim partir em busca de outra alternativa enquanto esta Série B do Brasileiro ainda está apenas no começo.

OPERÁRIO IGUAL

Este time do Operário, nominalmente, não dispõe de muito mais recursos de que a Ponte Preta.

A prática mostrou maior senso de organização pra atacar e defender em bloco, de forma que a bola possa chegar ao ataque.

E por colocar em prática maior volume ofensivo, contou com erros do time pontepretano, a começar pelo absurdo de Bernardo que marcou contra, na disputa de bola com Tomaz aos 26 minutos do primeiro tempo.

Depois, a sequência de dribles que Bernardo sofreu do atacante Felipe Saraiva aos 22 minutos do segundo tempo, e o passe chegando no zagueiro Thales, projetado no ataque, para complemento da jogada: 2 a 0.

LÉO NALDI

Paradoxalmente, a Ponte Preta preocupou o Operário apenas duas vezes ao longo da partida.

Primeiro quando Léo Naldi se projetou ao ataque e foi contido com falta nas proximidades da área adversária, sem aproveitamento.

Depois quando ele construiu a jogada para chute forte, pela meia direita, ocasião em que a bola explodiu no travessão.

Convenhamos: muito pouco.

Se falta bola à Ponte Preta, sobram reclamações acintosas de quem está no banco de reservas. Treinador de goleiros Lauro e volante Moisés Ribeiro foram expulsos.


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