Djokovic perde mais uma e Carreño Busta leva bronze no tênis nas Olimpíadas
Pablo Carreño Busta venceu por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 6/7 (6/8) e 6/3, em 2h47min de confronto.
O bronze poderia ser um consolo para Djokovic, que foi ao Japão sonhando com o ouro
São Paulo, SP, 31 – Sem se recuperar da derrota na semifinal, o sérvio Novak Djokovic voltou a ser batido neste sábado na Olimpíada de Tóquio. O número 1 do mundo fez exibição apática, com muitos erros e até quebras de raquete, e viu a medalha de bronze parar no peito do espanhol Pablo Carreño Busta, que venceu por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 6/7 (6/8) e 6/3, em 2h47min de confronto.
O bronze poderia ser um consolo para Djokovic, que foi ao Japão sonhando com o ouro. Obcecado pelos recordes do tênis, o sérvio queria o título olímpico para alcançar feito raro na história da modalidade. O chamado “Golden Slam” reúne os quatro títulos de Grand Slam e a medalha de ouro olímpica no mesmo ano. Somente a alemã Steffi Graf atingiu essa conquista em 1988. Djokovic tentava repetir o feito, porque já venceu o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon neste ano. Se o ouro viesse, faltaria apenas o US Open.
Mas, como aconteceu na semifinal, o sérvio esteve muito abaixo do que geralmente apresenta nas quadras do circuito. E foi alvo do 11º do ranking, que subiu ao pódio pela primeira vez numa Olimpíada. Carreño Busta, de 30 anos, tem apenas seis títulos no circuito, nenhum de Grand Slam ou Masters 1000.
Djokovic havia perdido a chance de brigar pelo ouro ao sofrer dura derrota, de virada, para o alemão Alexander Zverev na madrugada de sexta, pelo horário brasileiro. Até então, vinha fazendo grandes exibições na quadra dura do Ariake Tennis Park. Passou com facilidade pelo boliviano Hugo Dellien, pelo alemão Jan-Lennard Struff, pelo espanhol Alejandro Davidovich Fokina.
Nas quartas de final, foi ainda melhor contra o rival mais difícil até então, o japonês Kei Nishikori. Mas o número 1 do mundo arrasou, com direito a um “pneu”. Daí a surpresa pela virada de Zverev. Para piorar, no mesmo dia Djokovic foi derrotado também nas duplas mistas, ao lado de Nina Stojanovic. Perderam para os russos Elena Vesnina e Aslan Karatsev.
Por isso, o sérvio ainda poderá subir ao pódio em Tóquio. Ele e sua compatriota brigam pelo bronze contra os australianos Ashleigh Barty, a número 1 do mundo em simples, e John Peers, ex-número 2 nas duplas.
O JOGO
Contra Carreño Busta, pela chave de simples, Djokovic fez um primeiro set de confiança em baixa e muito mais erros do que o habitual. O espanhol aproveitou o momento favorável e converteu uma das três chances de quebra que teve na parcial. O sérvio não foi bem-sucedido nos cinco break points que jogou.
O segundo set foi o mais equilibrado da partida. Não houve chance de quebra de saque para nenhum dos dois. Cada tenista confirmou com certa facilidade seus games de serviço, o que forçou o tie-break. Na disputa decisiva, Djokovic saiu na frente. Abriu 4/1, permitiu a virada, mas reagiu, salvou um match point e fechou por 8/6.
Apesar de terminar o set em alta, o sérvio não conseguiu manter o volume de jogo no início da terceira parcial. Carreño Busta cresceu e logo impôs uma quebra de saque. O líder do ranking se descontrolou emocionalmente e jogou a raquete na arquibancada. No game seguinte, quebrou a raquete no chão e levou uma advertência.
O espanhol sustentou a quebra de saque até o fim, com certa tranquilidade. Mas sofreu para fechar o jogo e assegurar a medalha de bronze. A vitória só veio no sexto match point, já diante de um Djokovic abatido e fora do prumo.
Em sua quarta Olimpíada, Djokovic segue sem brilhar como costuma fazer nos grandes torneios do circuito, como os Grand Slams. Ele foi medalhista de bronze em Pequim-2008, logo em sua primeira participação. Mas, depois, esbarrou no argentino Juan Martín del Potro nas duas edições seguintes. Em Londres-2012, perdeu na disputa do bronze. No Rio-2016, fez sua pior apresentação: caiu logo na estreia.
A medalha de ouro será decidida neste domingo entre o alemão Alexander Zverev e o russo Karen Khachanov. Ambos nunca subiram ao pódio numa Olimpíada.
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