Dívidas do Santos em negociações com jogadores sobem para R$ 155 milhões
A lista de credores é extensa e carrega principalmente o peso da gestão passada, de Andres Rueda, embora a atual administração, liderada por Marcelo Teixeira, também tenha feito novos compromissos.

Santos, SP, 11, (AFI) – O Santos viu sua dívida relacionada a negociações de jogadores crescer ainda mais em 2024. Segundo o balanço patrimonial apresentado ao Conselho Deliberativo, o valor total dessas obrigações saltou R$ 12,7 milhões em relação ao ano anterior, atingindo agora R$ 155 milhões.
A maior parte da dívida é considerada circulante, ou seja, R$ 133 milhões precisam ser pagos em um prazo curto, enquanto outros R$ 22,4 milhões aparecem como dívida de longo prazo, o chamado não circulante. A lista de credores é extensa e carrega principalmente o peso da gestão passada, de Andres Rueda, embora a atual administração, liderada por Marcelo Teixeira, também tenha feito novos compromissos.
GRANDE PREJUÍZO
Entre as dívidas já assumidas na nova gestão, destaca-se a compra do meia Patrick. O Santos se comprometeu a pagar R$ 5,9 milhões ao Atlético-MG pela aquisição do jogador, valor que somado a um débito anterior de R$ 200 mil com o mesmo clube atinge agora R$ 6,1 milhões. Mesmo com o contrato definitivo assinado recentemente, Patrick, que pouco atuou pelo Peixe, foi emprestado ao Athletico-PR.
Outro dado curioso no balanço é a dívida de R$ 3,5 milhões com o Corinthians. O montante se refere à venda do lateral Lucas Pires ao Burnley, da Inglaterra, por cerca de R$ 15,2 milhões. O rival paulista manteve 25% dos direitos econômicos do jogador e ainda tem direito a valores de mecanismo de solidariedade.
Além dos clubes, empresários e agências de jogadores também figuram como credores importantes. Giuliano Bertolucci, um dos agentes mais influentes do mercado da bola, tem mais de R$ 17 milhões a receber do Santos. A Elenko Sports, a Think Ball, a Roc Nation e outras empresas aparecem também entre aqueles que aguardam pagamentos.
O Cuiabá Esporte Clube surge como um dos principais credores, com R$ 15,3 milhões relacionados a negociações anteriores. O Arouca, de Portugal, e o Mônaco, da França, dividem a mesma cifra de R$ 12,8 milhões cada, valores ligados respectivamente às contratações de João Basso e Jean Lucas.
INFORMAÇÕES OCULTAS
Há ainda uma série de valores não detalhados no balanço. Cerca de R$ 13,6 milhões são registrados como “outros valores” e R$ 11,2 milhões como “intermediações a pagar”, sem a identificação das operações envolvidas. O Vasco, com R$ 6,8 milhões a receber pela venda do lateral Nathan, e a empresa Garrido & Figueiredo Soccer Ltda, com R$ 4,3 milhões, completam a lista dos principais credores do clube.
Apesar dos esforços para reequilibrar as finanças e evitar novas punições desportivas, como transfer bans impostos pela FIFA nos últimos anos, o Santos ainda enfrenta um cenário delicado. A necessidade de reestruturação é urgente para evitar que a dívida continue limitando o crescimento esportivo e financeiro do clube.