Dirigente da Ponte vê como ‘irreversível’ criação de nova liga

Ponte é um dos clubes engajados na criação de liga independente para gerir o Campeonato Brasileiro

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Campinas, SP, 30 (AFI) – A Ponte Preta é um dos clubes engajados no apoio à criação de uma liga independente para organizar as Série A e B do Campeonato Brasileiro. Em entrevista à Rádio Central de Campinas (AM 870), o diretor financeiro, Décio Sirbone, viu como ‘irreversível’ a negociação para que isso aconteça nos próximos anos.

Dirigentes dos clubes das Séries A e B se reuniram na última segunda-feira para discutir e colocar no papel as ideias da liga que organizará as competições nacionais. O primeiro encontro foi positivo e o próximo acontecerá em Brasília, com parlamentares, para aumentar o engajamento nos bastidores.

“É uma situação irreversível. Criamos um grupo de trabalho agora, existe um escritório de advocacia já contratado também para fazer o trabalho envolvendo documentação e fizemos um organograma para que até o outubro o estatuto da liga esteja pronto”, disse o pontepretano.

“A segunda reunião entre os presidentes vai acontecer em 25 de julho, marcamos para Brasília, onde faremos num hotel e vamos chamar também os políticos, o Congresso, para ter o envolvimento deles e passar a certeza de que a liga terá um futuro bem pródigo e de sucesso”, completou o dirigente.

O principal objetivo dos clubes é tirar a organização do Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), principalmente após as polêmicas e o afastamento do presidente Rogério Caboclo, acusado de assédio moral e sexual.

Além disso, a ideia dos clubes é de criar uma liga com divisão igualitária e atrair novos patrocinadores para ‘sair da aba’ da entidade máxima do futebol e também da Rede Globo de Televisão, atual detentora dos direitos de transmissão.

PROBLEMAS PARA APROVAR NOVA LIGA
O estatuto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prevê dois tipos de Assembleia Geral na entidade: Administrativa e Eletiva. É a Assembleia Geral Administrativa que toma decisões como destituir o presidente e votar as prestações de contas da entidade. Dela só participam as 27 federações estaduais de futebol.

Os clubes só participam da Assembleia Geral Eleitoral, que só se reúne para escolher o presidente e os vices. E, mesmo assim, eles têm peso menor nas votações. Os votos das 27 federações têm peso 3 (portanto são 81), os votos dos 20 clubes da Série A têm peso 2 (40) e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (ou seja, 20). É essa concentração de poder nas mãos das federações estaduais que os clubes querem discutir nesta semana.

O artigo 24 do estatuto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prevê que é necessário ter a aprovação da Assembleia Geral Administrativa para a criação de uma nova liga. Ou seja: para tirar o poder das federações estaduais, é preciso ter a aprovação dessas mesmas federações estaduais.

Em meio a este cenário, os clubes se mobilizam para ter mais voz ativa nos bastidores e melhorar, principalmente sua saúde financeira.

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