Diário de Viagem
No final de semana passado estive em Recife e no Rio de Janeiro acompanhando dois jogos validos pelo Campeonato Brasileiro. Devido à crise que o setor aéreo do Brasil passa, foram boas e intermináveis horas dentro de um avião ou no saguão dos aeroportos.
– No final de semana passado estive em Recife e no Rio de Janeiro acompanhando dois jogos validos pelo Campeonato Brasileiro. Devido à crise que o setor aéreo do Brasil passa, foram boas e intermináveis horas dentro de um avião ou no saguão dos aeroportos.
· Na sexta, a ida para a capital pernambucana até que foi tranqüila. Lá, no dia seguinte, a Lusa definiria seu futuro na Segundona em 2007. Aliás, definiria talvez seu futuro num todo como um clube de futebol.
· Logo que cheguei a Recife, deu para perceber o entusiasmo dos torcedores do Sport e do Náutico, contrastando com a tristeza dos tricolores do Santa Cruz. Carros desfilavam na cidade com bandeiras das duas equipes promovidas a Primeira Divisão. Não vi nenhuma do Santa Cruz.
· O Fluminense, que decidia sua sorte no Brasileirão, já estava na cidade e utilizava o estádio dos Aflitos (até parece coincidência o nome pela situação de aflição do time carioca) para sua preparação.
· À noite, após jantar numa churrascaria em Boa Viagem, fiquei abismado com uma cena. Enquanto tomava uma água de coco a beira mar, reparei que vários ratos passeavam tranqüilamente na faixa de areia. Não eram 4, ou 5 e sim 20, 30, 40 roedores, de todos os tamanhos. Um perigo a saúde e um desleixo da prefeitura local.
· No dia do jogo, assim que cheguei a Ilha do Retiro fiquei com a impressão que o torcedor do Sport estava indo para uma grande festa. Muitos comentavam sobre uma suposta goleada na Lusa.
· O estádio, aliás, estava bem diferente em relação à última vez que lá estive. Obras externas e internas mostram a preocupação em adequar a praça esportiva a dar conforto ao torcedor. Ë um estádio antigo, mas o Sport está investindo na ampliação e construção de camarotes.
· No primeiro tempo, devido à apatia do time pernambucano, cheguei a ficar com a impressão que o resultado poderia estar arrumado, como vinha se comentando a boca pequena durante a semana.
· Sobre esse suposto acordo ouvi tantas histórias. Que a Lusa pagaria a folha de pagamento do Sport; que um empresário que tem alguns dos jogadores do clube estaria ajudando no suborno; que o árbitro poderia ter sido comprado em Poços de Caldas e até que o presidente do Botafogo do Rio, amigo pessoal do presidente do Sport, estaria intermediando a negociação.
· O futebol de nuances e histórias que nunca vem à tona como realmente aconteceram, mas conversando com vários atletas do time pernambucano fiquei com a certeza que se aconteceu algum acordo, eles não ficaram sabendo.
· Depois que o serviço de som anunciou que o Náutico estava vencendo o Santo André por 1 a 0, o Sport veio com tudo pra cima da Lusa para ganhar o jogo, na etapa final, tirando da minha cabeça qualquer possibilidade que o jogo pudesse estar arrumado.
· O jogo, óbvio, foi emocionante até o último minuto. Minha maior surpresa foi o fato do goleiro Thiago ter cobrado com perfeição uma falta na trave. Seria um gol ainda mais histórico do que o de pênalti que safou a Lusa do rebaixamento.
· A única certeza que eu tenho, é que nos 3 minutos finais, quando o placar já estava 3 a 2 e que o Sport já era o vice-campeão porque o jogo do Náutico tinha terminado empatado, é que os jogadores da Lusa pediram para os pernambucanos relaxarem e não se esforçarem em busca de um empate.
· O final da partida foi marcado pela comemoração da Portuguesa como se tivesse ganhado um título e pela vaia dos quase 18 mil pagantes ao time rubro-negro.
· Enquanto a delegação da Lusa se dirigiu a uma chopperia para comemorar a permanência, eu fui fechar minha conta no Hotel. Todos nós tínhamos vôo às 23 horas.
· A alegria do elenco luso ficou clara durante o embarque e a saída do vôo da Gol de Recife. Muitas brincadeiras e comemoração durante a viagem. Joãozinho não embarcou porque aproveitou para ir ver familiares em Aracaju.
· O elenco todo ficou na parte traseira do avião, exceção ao goleiro Thiago que arrumou dois lugares vagos no meio do avião e aproveitou para relaxar. Confidenciou-me que quer disputar a Série A 2 do Paulistão e ajudar a Lusa a subir.
· Leonardo Silva, que pode voltar ao Palmeiras, marcou e depois realizou um churrasco com todo o grupo na última segunda-feira, para comemorar a permanência na Segundona.
· Eu desci no Rio, as 4 da manhã e fui para meu Hotel, pois às 14 horas precisaria estar em São Januário para o jogo Vasco e Santos, verdadeira decisão de uma vaga para a Libertadores.
· O domingo no Rio foi digno de um forno ligado em temperatura máxima. Os termômetros marcavam 37 graus quando cheguei no estádio do Vasco. Como sempre acontece, foi difícil convencer um taxista a me levar de Copacabana a São Cristóvão.
· A delegação do Santos chegou debaixo de pedras. O ônibus teve 3 vidros quebrados, mas ninguém se feriu. Também como sempre acontece, o time foi proibido de deixar o vestiário para fazer o aquecimento no gramado. Ficou até 10 minutos antes da partida trancafiado.
· Luxemburgo (foto), tamanho era o calor, foi obrigado e deixar de lado o vistoso terno com que chegou e optar por uma camiseta branca e uma calça jeans durante a partida.
· Vale ressaltar a festa que a torcida do Vasco faz no estádio. Os cantos e as músicas são sensacionais e chegam a emocionar até os jornalistas. Em campo o time não retribuiu com um bom futebol e a vaga de forma merecida ficou com o Santos.
· No retorno a São Paulo, já no Aeroporto Santos Dumont, aquela tradicional confusão. Lá estavam as delegações do Corinthians (que tinha empatado com o Botafogo) e do Santos. O time corintiano embarcou as 19h30 enquanto o elenco santista jantava no restaurante do aeroporto. Não houve o encontro de Luxemburgo com Leão.
· O vôo santista saiu com quase 40 minutos de atraso, mas saiu. Pior foi o meu, que além de estar uma hora atrasado, ainda ficou com os passageiros no avião por mais uma hora antes de receber autorização de decolagem. Cheguei em São Paulo no inicio da madrugada, cansado, porém feliz com os objetivos alcançados pelas duas equipes, Lusa e Santos.