Del Nero ofereceu R$ 12 milhões por silêncio de funcionária em caso de assédio, acusa Caboclo
Em resposta enviada à imprensa, Del Nero fez duras críticas à Caboclo
Rio de Janeiro, RJ, 01 (AFI) – Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, mais um capítulo envolvendo Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF. O dirigente acusou Marco Polo Del Nero, ex-presidente da entidade, de oferecer R$ 12 milhões para evitar a denúncia de assédio sexual por parte de uma funcionária da CBF.
Em resposta enviada à imprensa, Del Nero fez duras críticas à Caboclo. “O desditoso Rogério Caboclo é perverso, além de seu falar temulento e andar trôpego, e por esse ego inflado, mentiroso empedernido, viaja em alucinações, achando que pode esconder seus assédios, alavancando acusações desconexas e inverídicas a outros. Aconselho-o cuidar de si e das vítimas”.
A defesa da funcionária afirma que a única oferta veio por parte de Rogério Caboclo em acordo que envolvia declarações falsas e assinasse termo desmentindo que houve assédio. Também nesta quinta-feira, a diretoria da CBF se reúne para definir a saída permanente de Caboclo da CBF ou a ampliação de seu afastamento.
CONFIRA A NOTA DE CABOCLO NA ÍNTEGRA:
O presidente da CBF, Rogério Caboclo, revela mais uma prova contundente de que Marco Polo Del Nero, ex-presidente da confederação banido do futebol, foi quem trouxe a proposta de R$ 12 milhões para evitar que uma funcionária protocolasse uma acusação no Conselho de Ética da entidade e a tornasse pública. Trata-se de uma anotação feita à mão por Del Nero apontando o valor de R$ 12,409 milhões, quantia que deveria ser paga pela CBF como uma indenização à funcionária em troca da não apresentação da acusação. Logo à frente do número 12.409 foi escrito: “corresp [correspondente] 20 anos de salário, transferindo ao valor presente a uma taxa [de correção] de 2,75 [%] anual”.
A negociação proposta por Del Nero e por seus aliados exigia inicialmente R$ 12 milhões, correspondentes ao pagamento dos vencimentos mensais até a ocasião da aposentadoria da funcionária, mediante sua imediata demissão para que essa acusação não fosse apresentada à Comissão de Ética e tornada pública.
Este documento é a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe orquestrado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade. Neste momento, os comandados por Del Nero que ainda pertencem aos quadros da CBF preparam mudanças ilegais no estatuto da entidade para tentar impedir Rogério Caboclo de voltar ao cargo.
Em reunião marcada para sexta-feira (2/7/2021), eles ainda pretendem incluir no estatuto uma regra que permita a ampliação do prazo do afastamento do presidente da CBF para, assim, atender seus interesses particulares e momentâneos. Trata-se de um passado que não queremos de volta, marcado por múltiplos escândalos de corrupção e vários processos criminais.
As mudanças estatutárias que estão sendo orquestradas pelos meus adversários são ilegais, conforme parecer do jurista Fábio Ulhoa Coelho, professor titular de direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.