Deixaram Diego Souza livre e ele desequilibrou

O experiente atacante do Grêmio aproveitou a falta de marcação e soube aproveitar as falhas defensivas do Guarani, em Porto Alegre

O recado foi dado aqui que algo poderia pesar ligeiramente favorável ao Grêmio, pois em campo estaria o centroavante Diego Souza

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Diego Souza com 80 gols. Foto: Lucas Uebel - Grêmio

Campinas, SP, 22 (AFI) – Quais as pretensões reais da diretoria do Guarani neste Brasileiro da Série B? Campanha sem susto? Aproveitar lacuna de adversários e aí até sonhar com a possibilidade de acesso? Ou entrar decisivamente no páreo para chegar ao Brasileirão em 2023?

Se o projeto está alicerçado nas duas primeiras opções, então que se toque a vida pra ver como fica, sem mexida na comissão técnica.

Na hipótese de planificação profícua de acesso, aí os dirigentes precisam rever conceitos, a começar por mudança no comando técnico, com vinda de treinador mais rodado no lugar do ainda aprendiz Daniel Paulista.


Um treinador da estirpe de Enderson Moreira, por exemplo, sem que seja necessariamente ele.

Quando da vinda de Daniel Paulista ao Guarani, fui um dos raros defensores da contratação dele, considerando-se o estágio do clube e projeção de campanhas razoáveis, portanto um contexto plenamente lógico.

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REFINADO

Se o Guarani almeja algo mais, o refinado, para isso pesa a destinação do cargo a um treinador bem experiente, com capacidade de se antecipar aos fatos.

Na postagem anterior da coluna, fiz questão de enfatizar que Guarani e Grêmio criaram oportunidades para vencer os seus dois jogos anteriores, mas não souberam convertê-las.

O Grêmio muito mais. Cinco delas contra a Ponte Preta e outras tantas na derrota em casa para a Chapecoense.

Então, qual a diferença do Grêmio das partidas anteriores para este de quinta-feira, em Porto Alegre?

DIEGO SOUZA

O recado foi dado aqui que algo poderia pesar ligeiramente favorável ao Grêmio, pois em campo estaria o centroavante Diego Souza, recuperado de lesão.

Claro que aquelas oportunidades de gols perdidas pelo Grêmio em jogos anteriores poderiam ser revertidas com a volta de Diego Souza, artilheiro nato.

Qual a lógica, então?

Ora, individualizar a marcação sobre ele.

Claro que isso não foi feito na vitória gremista por 3 a 1, no Estádio Olímpico, no feriado desta quinta-feira.

Reflexo disso é que no primeiro minuto de jogo ele já colocou o Grêmio à frente do placar, ao receber passe de Bitello.

Isso se repetiu quando o lateral-esquerdo Nícolas, do Grêmio, lançado nas costas do lateral-direito Diogo Mateus, cruzou a bola na cabeça de Diego Souza, que sem qualquer marcação testou de forma indefensável aos 40 minutos do primeiro tempo, em gol que recolocou o time gaúcho em vantagem: 2 a 1.

A pá de cal do Grêmio sobre o Guarani ocorreu aos 14 minutos do segundo tempo, quando Diego Souza marcou de cabeça após cobrança de escanteio.

Em quem estava na disputa com ele?

Volante Leandro Vilela, 1,77m de altura, quando na prática o indicado deveria ser o zagueiro Derlan, 1,87m.

Tudo a Deus dará, sem uma determinação específica na disputa de bola com o artilheiro Diego Souza.

O você acha que um treinador rodado, sabedor da eficiência do atacante adversário, iria bobear?

EQUILÍBRIO NO 1º TEMPO

Se o Grêmio continuou encurralando o Guarani em seu campo de defesa, mesmo com o seu gol no primeiro minuto, a situação se modificou a partir dos 20 minutos com postura ofensiva dos bugrinos, e o gol de empate cinco minutos depois.

Na ocasião, o atacante Bruno José, posicionado no lado direito, foi ao fundo, cruzou, o volante Rodrigo Andrade chutou já dentro da área e, no rebote do goleiro Brenno, o lateral-esquerdo Matheus Pereira empatou.

Como Bruno José levava nítida vantagem no confronto com o lateral-esquerdo Nícolas, outro preciso cruzamento encontrou o atacante Júlio César livre, mas o goleiro Brenno salvou o chute com o pé, aos 33 minutos.

PREDOMÍNIO DO GRÊMIO

A história do segundo tempo foi total do Grêmio, que só não aproveitou chances para dilatar ainda mais o placar quando a bola não caia nos pés ou cabeça de Diego Souza, já cansado.

Atacante Elias perdeu gols feitos aos dois e 41 minutos, enquanto Bitelo exigiu defesa difícil do goleiro bugrino Koslinski aos 34 minutos.

Já o Guarani só voltou a ameaçar a meta gremista quando Matheus Pereira apareceu de surpresa, no segundo pau, para finalizar e exigir defesa de Brenno.

SEM COBERTURA

Foi o período em que o Guarani ofereceu espaços para o Grêmio colocar velocidade em contra-ataques, sem que fosse programada a devida cobertura.

Pra variar, Daniel Paulista repetiu as infrutíferas alterações de segundo tempo, com entradas do volante Índio e atacantes Nícolas Careca e Yago.

Outra vez demorou para colocar em campo o meia Marcinho.

Além disso, deixou buraco incrível na lateral-direita com a saída de Diogo Mateus e entrada de Lucas Ramon, que foi mal na marcação.

Por sorte dos bugrinos, houve decréscimo de rendimento no time gremista com as alterações feitas pelo treinador Roger Machado.

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