Crise política no Guarani: Eminência parda do clube é afastada da diretoria
Anaílson Neves era diretor financeiro do Bugre e foi homem-forte do futebol em 2016
Anaílson Neves era diretor financeiro do Bugre e foi homem-forte do futebol em 2016
Campinas, SP, 12 (AFI) – O que já era esperado foi confirmado nesse domingo pelo site oficial do Guarani: a saída de Anailson Neves, eminência parda da diretoria do clube e responsável por toda a parte de marketing da equipe bugrina.
Ao longo da semana, surgiram várias denúncias envolvendo Anailson Neves. Além de ser acusado de desviar patrocinadores para fins particulares, teria sido filmado pagando mensalidades de vários sócios inadimplentes para que votassem a favor de uma proposta da empresa Magnum para arrendamento do clube.
DIRETOR SEM PASTA
Nos últimos anos, Anailson Batista Neves passou a ser uma eminência parda dentro da administração do Guarani. Umbilicalmente ligado ao atual presidente Palmeron Mendes Filho.
Anailson Neves recebia salários e comissões de transações, mas tinha status de dirigente e agia como se fosse, inclusive participando de reuniões do Conselho Administrativo do clube.
Até mesmo em negócios que não havia sido o intermediário, Neves era remunerado pelo clube ou seus parceiros.
PRESSÃO E AFASTAMENTO
Após as denúncias se avolumarem, a pressão pela saída de Neves cresceu, mas o presidente Palmeron Mendes Filho continuou a defendê-lo internamente e, ao confirmar à saída, optou por fazer exaltações a Anailson Neves e sequer comentou as denúncias existentes em relação a ele.
No sábado, a FURIA INDEPENDENTE, principal torcida organizada do Guarani, fez um manifesto exigindo a saída de Anailson Neves, que está sendo investigado pela Comissão de Ética e Disciplina e poderá até mesmo ser expulso do quadro associativo do clube.
Confira o manifesto da FURIA INDEPENDENTE
exigindo a saída de Anailson:
O G.R.C.E. Torcida Fúria independente, na condição de instituição independente, vem, respeitosamente, perante o Conselho de Administração do Guarani Futebol Clube, no exercício de sua função precípua de zelar pelos interesses do clube, fazendo sugestões e fiscalizando os atos de seus administradores, fazer as considerações e requerer o que se segue.
Inicialmente, antes de adentrarmos ao mérito da presente manifestação, importante ressaltar que, em nossa trajetória de vinte e três anos, atuamos como protagonistas da história do Guarani e não como meros espectadores alheios aos acontecimentos do clube. Deste modo, conquistamos a posição de maior torcida organizada do interior do país, fato que se traduz em motivo de orgulho para nós, pois demonstra que nossa longa caminhada de luta está na direção certa.
Como parte integrante da história do bugre, temos acompanhado fatos que nos causam grande preocupação com o destino do nosso clube. Diante disso, neste ato, temos como principal objetivo demonstrar nossa total insatisfação com determinadas condutas de profissionais que ocupam posições de destaque no atual quadro administrativo bugrino.
Nesse prisma, se torna imprescindível relatar a conduta do Sr. Anaílson Neves enquanto dirigente do Guarani, pois o mesmo apresenta uma postura incompatível com os interesses do clube.
Neste diapasão, imperioso mencionar que o referido profissional, enquanto membro do departamento comercial, atuou diretamente na negociação com investidores e patrocinadores, realizando os trabalhos de maneira pouco transparente e questionável. Posteriormente, de forma temerária, o Sr. Anaílson foi deslocado para a pasta do futebol e os resultados negativos apareceram, como era de se esperar, tendo em vista que o mesmo não possui conhecimento e experiência na área.
2 Após o péssimo trabalho no departamento de futebol, a torcida bugrina, de modo geral, exigiu a saída do dirigente, mas, buscando blindar o referido profissional, os mandatários do clube realizaram uma manobra e supostamente deslocaram o Sr. Anaílson para o cargo de diretor comercial.
Entretanto, com freqüência o mesmo é visto desempenhando funções diversas na atual administração. Diante disso, restam as dúvidas de qual seria a real função deste profissional na estrutura do Guarani Futebol Clube e a quem interessa sua permanência na administração bugrina.
Importante mencionar que o dirigente esteve na copa do mundo da Rússia ao lado do empresário líder do grupo Magnum, que é um dos interessados no processo da cogestão do futebol. Tal fato também causa estranheza por extrapolar uma relação profissional e isenta.
Por fim, o Sr. Anaílson virou alvo de uma grave denúncia, submetida ao Comitê de Ética e Disciplina, pois, ao lado de uma pessoa ligada ao grupo Magnum, às vésperas de uma importante assembléia, teriam supostamente efetivado o pagamento das mensalidades de diversos sócios que estariam inadimplentes. Ora, tal fato, sendo comprovado, corrobora com o entendimento de que este profissional defende interesses de empresários, se distanciando da preocupação com a instituição da qual deveria preservar.
Como efeito, este profissional tem prestado um desserviço ao clube, fazendo com que a imagem do maior clube do interior do país seja denegrida nos canais de imprensa com matérias negativas (marketing reverso).
Diante de todo o exposto, ficou amplamente demonstrado que o referido profissional não reúne as mínimas condições de permanecer no quadro de dirigentes do Guarani Futebol Clube, sua permanência se traduz em ato temerário e atentatório à imagem do maior clube do interior do país. Nesse sentido, entendemos não existir outra alternativa senão o imediato desligamento do Sr. Anaílson Neves do quadro de profissionais no Guarani. Portanto, importante frisar que não se trata de um ato de cunho pessoal, mas restrito apenas a sua atuação no exercício das funções no clube.
Aproveitamos o ensejo para requerer que seja respeitada a indicação do Conselho Deliberativo (reunião de 09/08) no sentido de cancelar a assembléia do dia 13 de agosto de 2018. Entendemos que é temerária a realização desta reunião nesses moldes. Uma questão tão complexa e importante para o destino do clube deve ser tratada com o devido respeito, em momento oportuno, fazendo com que os associados tenham conhecimento pleno sobre os detalhes de cada proposta e propiciando um amplo debate sobre o tema.
Permanecemos aguardando o posicionamento dos senhores, convictos de que este digno Conselho compreenderá a gravidade das questões expostas, atendendo prontamente ao que foi requerido, tendo em vista que ocupam funções de modo impessoal em um modelo democrático no qual os anseios de uma coletividade devem ser respeitados visando um bem maior.
Campinas, 10 de agosto de 2018,
Att, G.E.C.T. Fúria Independente