Coritiba defende processo cuidadoso para virar SAF sem se tornar 'clube satélite'
O presidente do Coritiba, Glenn Stenger, questionou a forma como os clubes brasileiros têm conduzido suas transições para Sociedade Anônima de Futebol (SAF)
"O Coritiba passou por um processo de reestruturação financeira em 2022, coisa que times que já se tornaram SAF não passaram"
Curitiba, PR, 17 – O presidente do Coritiba, Glenn Stenger, questionou a forma como os clubes brasileiros têm conduzido suas transições para Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Defensor de uma reestruturação financeira prévia antes do início do processo, o dirigente se disse preocupado com a possibilidade de futuros investidores transformarem o Coritiba no que chamou de “clube satélite”. Por isso, quer um modelo de negociação mais cuidadosa, embora tenha o desejo de finalizar a operação ainda neste ano.
“O Coritiba passou por um processo de reestruturação financeira em 2022, coisa que times que já se tornaram SAF não passaram. O clube pretende, durante o ano de 2023, concluir o processo de SAF. Mas é um processo distante e que exige uma série de implicações legais e comerciais para que o clube tenha tranquilidade de estar fazendo um bom negócio”, afirmou em entrevista à TV Coxa.
“Existem tipos de SAFs. Nós temos que ser prudentes na SAF do Coritiba. Eu não vou citar nomes, mas eu não posso ter uma SAF que sirva para formar jogador e ser trabalhada como uma filial de outro time. Não, o Coritiba é um time que vai ter investimentos para buscar novos passos no mercado nacional. Não queremos e nem vamos admitir que o investidor transforme o Coritiba em um clube satélite”, concluiu.
Stenger vê a SAF como tendência entre a maioria dos clubes, com exceção de “gigantes como Palmeiras, Corinthians e Flamengo”, justamente para ter condições de bater de frente com os times mais poderosos. Enquanto o processo do Coritiba não é concluído, contudo, o presidente vê o time com capacidade para realizar investimentos pontuais depois de passar por anos mais complicados.
“Hoje o Coritiba, diferente de outras épocas, possui o planejamento necessário para que dentro do orçamento que temos aprovado possamos fazer alguns investimentos de maneira calculada e bem planejada”, disse. “O poder de comercialização da marca Coritiba e dos produtos linkados ao clube é muito grande. Isso faz com que o Coritiba seja uma marca muito cobiçada”, concluiu.
Um dos planos do Coritiba para o futuro é modernizar o Estádio Couto Pereira. Recentemente, Stenger se reuniu com o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD) para discutir a possibilidade. Ele apresentou a Greca o plano diretor do estádio para avaliar a possibilidade de adequar o projeto às questões de zoneamento da capital paranaense.
“Fomos apresentar ao Prefeito o plano diretor que nós fizemos, para que dentro desse nosso projeto ele valide ou invalide esta situação que estamos propondo. Assim, poderemos apresentar ao Conselho do clube e então deixar o plano diretor aprovado para que, quando tivermos o dinheiro necessário, possamos fazer a reforma no Estádio”, afirmou.