Copiar Sampaoli é fazer o bem para o futebol

Copiar Sampaoli é fazer o bem para o futebol

Copiar Sampaoli é fazer o bem para o futebol

0002050483395 img
Jorge Sampaoli

Jorge Sampaoli

Alô senhores treinadores de futebol: assistam quantas vezes forem necessárias essa maiúscula virada do Atlético Mineiro sobre o Corinthians por 3 a 2, na noite desta quarta-feira, no Estádio Mineirão.

Pois mesmo atuando melhor, criando reais chances de gols durante o primeiro tempo, o Atlético Mineiro perdia a partida por 2 a 0, pois o Corinthians soube aproveitar em 100% as chances criadas.

Assistam ao vídeo do jogo para que os senhores atestem como o Atlético Mineiro conseguiu virar o placar em 15 minutos do segundo tempo.

Os senhores verão como o comandante argentino Jorge Sampaoli condicionou o seu time a fazer exatamente diferente de que os senhores fazem.

Não me desmintam que quando os senhores atingem o resultado favorável durante as partidas passam recomendação aos seus subordinados para que administrem o placar. Que coloquem um volante a mais na equipe para reforçar a marcação, correto?

DIFERENÇA DE SAMPAOLI

Pois Sampaoli é diferente dos senhores de conceitos e comportamento à beira do gramado.

Aquele jeitão de andar de lá pra cá, de gritar incessantemente na área técnica ajuda a ‘incendiar’ a sua equipe.

E ali Sampaoli lembrou os seus jogadores a obrigação de fazerem exatamente ao contrário de que a treinadorzada faz por aí.

Ordenou-os para que continuassem atacando, visando à equipe ampliar ainda mais a vantagem.

Duvidam?

LANCES

Então vamos ao histórico dos lances após o atleticano Nathan ter marcado o terceiro gol de sua equipe, aos 15 minutos do segundo tempo.

Aos 21 minutos, lançado nas costas da zaga corintiana, o atacante Keno finalizou e a bola bateu no pé da trave esquerda.

Aos 27 minutos, quando continuava a pressão, o zagueiro Rever chutou de canhota e marcou o quarto gol, porém invalidado pela posição de impedimento de Hyoran, o boleiro que havia marcado os dois primeiros gols do Galo.

Sim, placar favorável e o Atlético com zagueiro se aproximando da área adversária, caso de Rever, sem que fosse jogada de bola parada.

Calma. Não acabou a pressão.

Aos 36 minutos o goleiro Cássio, do Corinthians, defendeu cabeçada do atacante Marrony. E dois minutos depois, em chute do lateral-direito Guga, a bola cobriu o travessão.

Durante esse período, os senhores sabem quantas vezes o Corinthians finalizou à meta contrária?

Nenhuma.

Isso ocorreu apenas no finalzinho do jogo.

Primeiro em saída errada do goleiro Rafael, quando o corintiano Jô finalizou, mas Rever, em cima da risca, salvou.

Na sequência, em cabeçada de Danilo Avelar, Rafael defendeu.

FORTE MARCAÇÃO

Foi possível a incrível pressão descrita do Galo mineiro porque Sampaoli condicionou o seu time à marcação alta quando o adversário começa a trabalhar a bola, visando a transição.

Aí, os obedientes subordinados de Sampaoli fazem forte marcação antes de o adversário atingir a linha divisória do campo.

Por vezes dois jogadores na marcação para tomada de bola.

E quando isso ocorre, incontinenti o desdobramento da jogada é feito com rapidez, de forma que o adversário esteja desarrumado para a marcação.

E mais: desde a saída de bola do Atlético, de seu campo de defesa, a proposta colocada em prática é futebol vertical, pra frente.

Recuo de bola só em caso de extrema necessidade.

Repertório de finalizações de média e longa distância está na pauta.

Aí, quando se rasga elogios a treinadores estrangeiros os senhores não gostam.

Então, que façam o comparativo da ousadia de Sampaoli e daquilo que os senhores fazem.

Na boa: copiar Sampaoli é fazer o bem para o futebol.