Copa do Brasil: Técnico do Bahia sai em defesa dos laterais na derrota para o Athletico-PR

Laterais Luiz Henrique e Douglas Borel deixaram o campo sob fortes vaias

O Tricolor baiano perdeu de virada para o Furacão pelo jogo de ida das Oitavas de Final da Copa do Brasi

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Guto Ferreira conversou com a imprensa antes da partida contra o Athletico — Foto: Lincoln Oriaj

Salvador, BA, 23, (AFI) – De virada, o Bahia perdeu por 2 a 1 para o Athletico-PR, na noite desta quarta-feira, e tem uma dura tarefa para avançar de fase na Copa do Brasil. O Tricolor abriu o placar logo aos três minutos, com Mugni, mas Christian e Pedro Rocha balançaram as redes para o Furacão logo depois [assista aos melhores momentos do jogo no vídeo acima]. As equipes voltam a se enfrentar no dia 12 de julho, desta vez na Arena da Baixada.

Na entrevista coletiva, o técnico Guto Ferreira também comentou as vaias aos laterais Luiz Henrique e Douglas Borel. O treinador defendeu os atletas e lembrou de outros jogadores que passaram pelo clube e tiveram momentos de baixa, como Zé Rafael e Renê Júnior. Não vou me desfazer de quem eu tenho em casa. Os mesmos laterais que hoje são vaiados já foram aplaudidos de pé. Todo mundo está sujeito a errar. Assim como já acertaram demais, hoje estão errando. Neste momento, eles precisam ser fortalecidos, não criticados. Me diz aí dois laterais que jogariam fácil no Bahia e estão em condições de serem contratados. Se trouxer aqui Roberto Carlos e Daniel Alves, eles também vão ser vaiados – disse.

O problema não são os laterais, é o apoio. Volto a falar, quero sempre os melhores do meu lado. Tenho jogadores de muito bom nível. Volto a falar, me indica nomes que cheguem sobrando e que o Bahia tenha condições de trazer. Só citando um exemplo, em 2017, o Zé Rafael começou bem, depois foi caindo, começou a ser vaiado. Ele teve que sair da equipe, ficar umas quatro partidas de fora, até voltar e conseguir avançar. Olha quem é o Zé Rafael hoje. Eu fui obrigado a tirar ele, como fui obrigado a tirar o Renê Júnior em 2017. Fui pressionado pelo torcedor a tirar porque o Renê entrava no campo e era vaiado. Aí, na hora em que ele começou a sobrar em campo, a torcida veio junto. Mas estou falando de um jogador de 29 anos na época. Não é um jogador de 19 anos, como é agora – completou.

Guto também explicou a nova formação, com Mugni, Rezende e Patrick de Lucca, e admitiu que o sistema teve dificuldade para fechar a marcação no primeiro tempo. A busca foi de tentar ganhar mais força defensiva e ter um poder de ataque com mais movimentação da bola. Por isso a entrada de Luiz Henrique, que a ultrapassagem é mais rápida que a do Djalma. O Mugni teve muita coisa positiva, e o posicionamento que a gente tentou, em determinado momento, ficou um pouco sacrificante para ele e para o Patrick. Porque, em algum momento, a gente não conseguiu compensar o lado oposto para fechar os laterais na virada da bola. O primeiro gol acontece em um jogada onde o Mugni está distante e o cara cruza lá de trás. Não deu tempo de fechar. Se ele segue com a bola, o Mugni fecha, mas não deu tempo porque ele cruzou de longe. No segundo gol, foi uma infelicidade do Luiz [Henrique] ter escorregado. O Luiz Henrique fecha certinho, faz a antecipação, mas, na hora que vai tocar na bola, escorrega. No segundo tempo, retomamos o posicionamento de 4-2-3-1 para fechar os lados deles. Resumindo, teve coisas muito boas, conseguimos agregar coisas importantes, mas também tiveram coisas ruins. É normal acontecer isso. Vamos ver como vai ser no próximo jogo, até porque não vamos ter o Patrick. Para avançar de fase, o Bahia precisa vencer o Athletico-PR por dois gols de diferença no jogo de volta, marcado para 12 de julho. Em caso de triunfo do Tricolor por um gol, a partida vai para os pênaltis.

Trechos da entrevista coletiva
Vaias a Borel

  • Lamentável aqueles que vaiaram, e obrigado aqueles que aplaudiram. Se cada um que tiver um erro for vaiado da maneira que está sendo e eu tiver que poupar, nós não vamos ter time para terminar a competição. Muitas vezes o jogador não entende. Está treinando para caramba e não recebe oportunidade. O Borel tem 19 para 20 anos, é um ativo do clube. Quem que nós vamos trazer aqui? O lateral do Liverpool? Vamos trazer quem para a zaga? Os melhores do mundo? Quem que a torcida quer? Jogador que há dez partidas era o craque. Aí teve uma lesão, vem em uma evolução, mas não fez agol ainda. Aí o que acontece? Já tem gente querendo vaiar. Onde vamos chegar? Sei que 70% da torcida está do nosso lado, peço que eles encubram quem não vem para torcer pelo Bahia.
  • Nesse momento é apoio, não é vaia. Se a equipe não estivesse se esforçando, eu seria o primeiro a aceitar a vaia. Nos jogos dentro de casa, nenhum nós ficamos devendo em termos de empenho. Podemos não ter ganho, mas não ficamos devendo em empenho. Não estou querendo criticar. Estou querendo chamar para uma reflexão.

Derroas consecutivas

  • Contra a Chape fomos mal? Tivemos um jogo estupendo, mas não conseguimos fazer o gol. O jogo de hoje fomos mal? Não. Tivemos alguns erros, mas não estamos fora da competição. Temos chances ainda. O placar que eles levam dá a vantagem, mas não a classificação. Contra o Azuriz também saímos com placar adverso e conseguimos classificar. Mas o mais importante é a partida de sábado. Temos que dar a vida e fazer muito mais do que fizemos. Precisamos fazer com que o adverário sinta a pressão da Fonte Nova, e não nós. O trabalho é passar a confiança e ajustar, porque não temos tempo de passar treinamento.

Escalação de Luiz Henrique

  • Acabei de falar. Eu precisava de um jogador mais rápido. Luiz é um jogador de mais balanço e mais ocupação no setor. Quando a gente rodou a bola, o Luiz apareceu várias vezes. Mesmo antes do segundo gol deles, tivemos lances que o Luiz apareceu muito bem. A gente buscava isso. Aí quando a gente coloca o Djalma, é por uma situação de estar poupando o Luiz e colocando um jogador de força.

Arbitragem

  • Eu não gostaria de estar comentando né?! Não sou eu que estou puxando, dando desculpas. Acho o Bráulio excelente. Apitou nosso jogo contra o Sport, foi muito bem. Mas hoje acho que alguns lances ele acabou invertendo. Foi um pouco duro com a gente em alguns lances. Mas paciência, não vou entregar para ele qualquer tipo de culpa do nosso resultado. Temos que melhorar sim, mas lógico que temos que nos equilibrar mais para esse tipo de coisa também. O principal foi ano passado. O ano passado não dá para esquecer. Esse ano os erros são normais. Os jogadores erram, eu erro, as vezes o cara interpreta também, não é perfeito.

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