Copa do Brasil: Chegada de Dorival Junior marcou arrancada do Flamengo para o título
Dorival assumiu o time com jogadores contestados e desacreditados por torcedores.
Treinador estava há 11 anos sem ganhar um título relevante na carreira.
Rio de Janeiro, RJ, 20 – Dorival Junior sempre foi um técnico com bom cartaz entre os clubes da Série A, reconhecido pela seriedade do trabalho e pela eficiência que impõe em suas equipes. Mas isso poucas vezes se refletiu em conquistas. À exceção de estaduais, o treinador amargava 11 anos sem um título relevante. Pois bastou ele ter o qualificado elenco do Flamengo sob sua batuta para quebrar essa escrita.
A conquista da Copa do Brasil diante do Corinthians, nessa quarta-feira, passou muito pelas mãos de Dorival Junior. O treinador assumiu o Flamengo no início de junho, após a decepcionante passagem do português Paulo Sousa pela Gávea, e fez o simples.
Escalou os melhores jogadores em suas devidas posições, rodou a equipe e deixou todo o elenco a postos. Assim, eventuais desfalques passaram a ser apenas ausências temporárias que não afetaram o modo de o time agir. Tanto é assim que a ausência do volante João Gomes na finalíssima nem foi sentida pelos rubro-negros.
É verdade que Dorival Junior meio que separou o elenco em duas equipes. Uma delas, a com os considerados titulares, virou “o time das Copas”, seja a do Brasil ou a Libertadores. A outra foi usada nesta reta final do Brasileirão. Mas não dá para chamar exatamente de reserva um time que tem Vidal e Everton Cebolinha.
Independentemente da nomenclatura, o Flamengo de Dorival Junior impôs um jeito de jogar, e muito graças ao tato do treinador. Com ele, Everton Ribeiro voltou a se destacar no meio-campo e Pedro conheceu sua fase mais artilheira.
Também é verdade que o Flamengo de Dorival Junior nunca foi exatamente brilhante; pelo contrário, muitas vezes foi capaz até mesmo de arrancar algumas vaias no Maracanã. Mas o time foi, desde sempre, o que se espera de um elenco milionário, montado por seus cartolas para vencer: foi competitivo, impositivo e capaz de ser mortal ao menor erro.
Foi assim contra o Athletico na Arena da Baixada, nas quartas de final; foi assim diante do São Paulo, nos dois jogos semifinais. E foi assim nessa quarta-feira, diante do Corinthians no Maracanã.