Controle de dinheiro também passa longe no futebol
Controle de dinheiro também passa longe no futebol
Perplexidade. Propina ali, propina acolá, e assim enfiam a mão no dinheiro. É bufunfa gorda pra uso pessoal e partidário dos homens que você elegeu em todas esferas da política.
Haja vassoura pra varrer tanta corrupção! E como dizia meu saudoso pai, ‘barrê com bassoura de alecrim’. Aquela feita manualmente na roça, cinco vezes maior de que a convencional.
No futebol campeou corrupção na CBF, tanto que o ex-presidente José Maria Marin cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos.
Não ouso acusar diretamente corrupção em clubes, até porque não posso provar.
Convenhamos, todavia, que o controle sobre dinheiro que entra e dinheiro que sai em clubes é coisa bem relativa.
Nem tudo é devidamente registrado. A incidência de dinheiro não contabilizado é regra na maioria das agremiações, sem que isso signifique necessariamente propina.
Historicamente jogador de futebol recebe um tanto por dentro – em carteira – e outro por fora. Aí o ‘leão’ leva drible estonteantes, lembrando zagueiros a procura da bola escondida por hábeis atacantes.
Queima-se dinheiro em clubes de futebol tanto quanto queima-se gravetos e lenha em festas juninas.
EMPRÉSTIMO DE DINHEIRO
‘Generosos’ dirigentes ou torcedores emprestam dinheiro a clubes, e sabe-se lá como é feita a contabilidade para o ressarcimento.
Dá pra acreditar que a amostragem na contabilidade corresponde fielmente à realidade?
A falta de transparência é tal que dirigente evita citações do custo das coisas, quanto gastou em empreendimentos, desconsiderando que deve satisfação à sua coletividade.
Como conselhos deliberativos de clubes são parceiros de chapas eleitas de diretorias executivas, esqueça a atribuição de fiscalizar do conselheiro. Quando um ou outro ousa suspeitar de qualquer coisa, um rolo compressor sufoca tudo.
Apressam-se em aprovações de relatórios financeiros sem a devida verificação, ou são impedidos porque malandramente os formatam em letras do tamanho de bulas de remédios. Assim, prevalece a cega confiança no amigo.
Nesse cenário, fanáticos torcedores não perdem o hábito de colocar o pronome do caso reto sempre na primeira pessoa do plural, quando se referem ao seu clube: nós perdemos, nós ganhamos…
Ouve-se frequentemente, quando se destemperam nas discussões com adversários, coisas do tipo ‘nós temos mais torcida’, ou ‘nós temos equipe mais categorizada’.
Enquanto isso…