Conheça Carlo Ancelotti, técnico italiano sugerido por Ronaldo para a seleção
Ancelotti já conquistou todos os títulos possíveis por clubes, falta os pela seleção
São Paulo, SP, 12 – Sugerido por Ronaldo para substituir Tite no comando técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem uma carreira vitoriosa à beira dos gramados. O italiano de 63 anos já ergueu quatro títulos de Liga dos Campeões, sendo o treinador que mais vezes venceu a principal competição de clubes da Europa, além de ser o único a vencer as cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França).
Ancelotti trabalhou com Ronaldo no Milan, em 2007, último clube que o brasileiro defendeu na Europa antes de encerrar a carreira com a camisa do Corinthians. Há cerca de dois anos, em entrevista à revista France Football, o técnico revelou uma conversa que teve com o Fenômeno sobre os problemas de peso que o ex-atleta sofria na época.
“Ao chegar ao Milan, Ronaldo pesava 100kg. Antes do primeiro jogo, eu disse a ele: ‘Você não pode jogar assim. Precisa perder peso’. Ele respondeu: ‘O que você quer que eu faça em campo? Que marque (gols) ou corra? Se for para correr, me deixe no banco. Se for para marcar, pode me escalar’. Eu escalei. Ele não correu, mas fez dois gols”, disse Ancelotti.
Atualmente em sua segunda passagem no Real Madrid, Ancelotti também já esteve à frente de times como Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Um dos traços da carreira do treinador foi ter trabalhado com elencos repletos de estrelas – algo similar ao que aconteceria se aceitasse comandar a seleção brasileira.
O técnico italiano adora e é querido por brasileiros, tanto que contou com eles em todos os cinco títulos de ligas. Campeão com Dida, Cafu, Serginho e Kaká no Milan; Alex e Belletti no Chelsea; Thiago Silva, Alex, Maxwell e Lucas Moura, no Paris Saint-Germain; Douglas Costa e Rafinha, no Bayern; e Éder Militão, Vinicius Júnior, Rodrygo e Casemiro, no Real Madrid.
Vinícius Junior por diversas vezes já exaltou Ancelotti. O treinador conseguiu potencializar o futebol do atacante no Real Madrid, o transformando em um dos melhores do mundo. “Sempre me deu a confiança que preciso, os esporros que preciso também no momento certo. É como um pai pra mim, dá o carinho e a responsabilidade”, descreveu o jogador da seleção. “Faz isso comigo e com todos os jovens. O Ronaldo sempre fala que foi o melhor treinador dele, pela parte tática, técnica e também por saber lidar com grandes jogadores”.
Meio-campista de grande criatividade e capacidade técnica, Ancelotti ganhou notoriedade atuando na Roma ao lado dos brasileiros Falcão e Toninho Cerezo, vencendo o Campeonato Italiano da temporada 1982/83 e erguendo quatro vezes o troféu da Copa da Itália. Também foi multicampeão pelo Milan, sendo bicampeão da Liga dos Campeões. Também esteve no elenco da seleção italiana que ficou com o terceiro lugar na Copa de 1990.
Sua carreira como técnico não foi algo planejado e começou de forma despretensiosa. Enfrentando sérios problemas de lesão no joelho no Milan comandado pelo histórico técnico Arrigo Sacchi, já caminhava para o fim da vida nos gramados. Foi então que acabou convidado pelo próprio Sacchi a acompanhá-lo na seleção italiana, para onde estava indo. Mas não seria no papel de jogador e, sim, como assistente.
“A sugestão de Arrigo (Sacchi) foi uma revelação para mim. Pela primeira vez, eu me vi no banco de reservas e, confesso, gostei da ideia. Na mesma hora, vi como uma grande oportunidade”, conta no livro “Carlo Ancelotti: The Beautiful Game of an Ordinary Genius”, lançado em 2010. Ancelotti ficaria mais uma temporada como jogador do Milan e a relação difícil com o técnico Fabio Capello só acelerou seu processo de despedida dos gramados e entrada na nova fase da carreira.
O treinador tem admiradores por toda parte e um deles é o próprio Tite, que o tem como inspiração. O treinador brasileiro passou oito dias em Madri, na primeira passagem do italiano pelo principal clube da capital, e total abertura entre os dois para falar de futebol.
“Aquilo foi marcante. Ele fez questão de me explicar todas as posições/funções dos atletas, quais as liberdades que concedia a cada um, como a equipe atuava com seis, às vezes sete jogadores, nas ações ofensivas, como posicionava Cristiano Ronaldo para tirar o melhor dele, os gráficos de posicionamento nas bolas paradas, enfim, um minucioso material sobre a organização de sua equipe”, conta o treinador brasileiro no prefácio do livro “Carlo Ancelotti: Liderança Tranquila”.
Recentemente, o técnico conquistou o seu segundo título da Liga dos Campeões com o Real Madrid. Ele conquistou a competição outras duas vezes com o Milan. Tanto pela equipe italiana quanto pela espanhola possui um título de liga nacional cada, também alcançado na Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG). Ao todo, são 24 taças conquistadas em 27 anos de carreira.
Apesar dos rumores na seleção brasileira, Ancelotti cogita se aposentar após o fim do seu contrato com o Real Madrid, em 2024. “Depois desta passagem pelo Real Madrid, provavelmente vou me aposentar. Mas, se o Real me quiser aqui por mais dez anos, vou treinar o time por mais dez anos”, disse o treinador, em entrevista à plataforma Prime Video, sem descartar assumir uma seleção. “Sim, poderia haver, mas é prematuro falar sobre isso agora.”
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