Comparação de gênios da bola: Messi é eficiência; Neymar abusa de firulas
Brasil goleia Chile e Argentina arranca classificação no Equador
Comparação de gênios da bola: Messi é eficiência; Neymar abusa desnecessariamente
Que tal perguntinhas sobre a rodada decisiva das Eliminatórias Sul-Americana na noite desta terça-feira?
Se o goleiro Claudio Andre Bravo Munõz não tivesse se transferido para o Manchester City da Inglaterra e ainda atuasse em clubes de seu país – o Chile -, provavelmente teria assistido ao também goleiro Aranha, da Ponte Preta, se aventurar à área adversária em cobrança de escanteio contra o Atlético Goianiense, e sofrer o castigo no desdobramento da jogada, com o gol aberto.
Bravo repetiu a aventura de Aranha, e deixou o gol aberto para Willian lançar Gabriel Jesus: Brasil 3 a 0.
Por sinal, quando a viola já estava em cacos pros chilenos, a TV mostrou a presidente daquele país, Michelle Bachelet – em camarote do Allianz Parque – levantando os óculos e esfregando os olhos.
Estariam aqueles olhos marejando ou teria sido um cisquinho a incomodá-la?
FURULA X EFICIÊNCIA
Há situações provocadas por boleiros que nos remetem à elucubração.
É exercício de adivinhação pra imaginar o que passa na cabeça deles quando o serviço de som e placar eletrônico informam resultados de outros jogos.
Um minuto em Quito e a galera brasileira saboreou o gol do Equador que, naquela altura, mandaria a Argentina pro espaço.
Estaria passando na cabeça de Neymar que a noite seria dele e restaria desgraça ao seu ex-companheiro de Barcelona Lionel Messi, fora da Copa do Mundo?
Não demorou e explodiu na cabeça de Neymar mais duas informações que supostamente o tenha incomodado: Argentina empatou com gol de Messi; Argentina virou com gol de Messi.
Tudo pra Messi e apenas uma jogadinha de Neymar que parou nas mãos do goleiro Bravo durante o primeiro tempo em ambos os jogos?
Aquela cotovelada de Neymar sobre um adversário – que provocou cartão amarelo – seria sintomas de que estava incomodado com a noite de seu ex-parceiro?
Neymar nos dá o direito de elucubrar porque tentou enfeitar demais. Muita firula. Dribles inobjetivos, e o reflexo é que ficou visado pra levar pancadas de adversários. Até chapéu tentou aplicar.
E se na linguagem popular da bola aparece alguém e dá no meio dele, pra quebrá-lo?
Alô treinador Tite: demorou pra sacá-lo.
MESSI VERTICALIZA
Enquanto isso, na altitude do Equador, minha outra televisão mostrava dribles de Messi na vertical, com objetividade, roubando a cena pela eficiência.
Não se questiona a genialidade de Neymar, mas o tempo passa e ele ainda não amadureceu suficientemente para distinguir objetividade da jogada desprezível, sobretudo perigosa.
Outro diferencial entre ambos é que Neymar conta com companheiros qualificadíssimos na Seleção Brasileira, em time que cria situações de gols, converte-os, mostra-se extremamente aplicados à marcação, e quase nada permitiu ao Chile do já superado Valdívia.
Messi é obrigado a decidir jogos. Conta, claro, com uma ou outra assistência do também atacante Di Maria, e para por aí. Que sofrível é essa Argentina que se classificou na bacia das almas pra disputar a Copa na Rússia!
E O GOLEIRÃO DA BOLÍVIA?
Quando até indicaram o goleirão Carlos Lampe da Bolívia pra jogar no futebol brasileiro, após aquele empate sem gols no confronto entre ambos quinta-feira passada, reconheci neste espaço duas importantes defesas que ele praticou, mas fiz questão de alertar sobre o posicionamento dele à moda antiga em cobrança de falta de Neymar pertinho da grande área.
Na ocasião, Lampe ficou colado no poste esquerdo – como faziam goleiros do passado – e largou tudo aberto pro atacante brasileiro acertar o canto oposto.
A bola não entrou, mas o lance foi suficiente pra criar dúvida sobre a real capacidade dele.
E não é que contra o Uruguai, nesta terça, Lampe apenas assistiu Cavani testar na pequena área e virar o placar para os uruguaios. No chute cruzado e fraco do atacante de Suarez, no quarto gol da celeste, convenhamos que era bola defensável pra goleiro de seleção.
É por aí.