Como o futebol de Campinas mudou! Aniversário sem feriado?
Que tal, então, projeto municipal para mudança do feriado municipal para este 14 de julho, uma data que deveria ser lembrada e comemorada pelos campineiros e por quem aqui chegou e abraçou a cidade?
Campinas, SP, 14( AFI) – BLOG DO ARI – Projeção sobre o pré-jogo Criciúma e Ponte Preta? Não. Caso queira, explore a seção de comentários e diga se de fato há percepção de evolução neste time pontepretano que vai jogar na noite desta sexta-feira, em Santa Catarina.
O aniversário de 248 anos de Campinas, neste 14 de julho, requer dois ângulos de abordagem: por que não é comemorado feriado na cidade? E como o futebol profissional e amador da cidade mudou radicalmente.
Lei municipal de 1949 instituiu como dia da padroeira da cidade – Nossa Senhora da Conceição – em oito de dezembro, com caracterização como feriado municipal.
Alô senhores vereadores de Campinas: de lá pra cá a caracterização de religiosidade na cidade sofreu profunda transformação.
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A multiplicação de evangélicos nas três últimas décadas foi coisa estrondosa.
Logo, embora o catolicismo mereça todo respeito, já não cabe feriado exclusivo para uma vertente cristã.
Que tal, então, projeto municipal para mudança do feriado municipal para este 14 de julho, uma data que deveria ser lembrada e comemorada pelos campineiros e por quem aqui chegou e abraçou a cidade?
CAMPINAS DE ONTEM
Nascido em meados dos anos 50, na Maternidade Municipal de Campinas, aprendi logo cedo a chutar bola nos campinhos de terrenos baldios de bairros, espalhados aos montes numa cidade em que Jardim Proença, Swift, Vila Marieta, Vila Pompéia, Parque Industrial, Vila Teixeira, Bonfim, Castelo, Vila Nova, Taquaral e Nova Campinas eram limite da área urbana do município.
Quando se questiona por quê não se vê revelações de garotos habilidosos na cidade, uma das respostas é a carência destes campinhos esburacados.
Neles, quando a bola teimosamente procurava fugir do controle dos pés habilidosos, havia perícia para aplicação do drible, pois a dita cuja colava aos pés.
Logo, aquela habilidade era transportada com mais vantagem quando a garotada sentia sensação de jogar em campos oficiais, geralmente ‘tapetões’, como eram chamados.
MOLECADA COM LIBERDADE
Além dos campos, a molecada tinha habilidade ímpar pra subir nos picos de árvores em poucos segundos, devido à agilidade para escapar dos galhos e folhas.
Quando atingiam a adolescência, os rapazes desfrutavam de campos aos montes para praticar futebol na várzea.
Cabe lembrar campos que o progresso sepultou: Moinho São Paulo, Swift, raspadão Santa Odila, Sargento, Remonta, Firmino Costa, IAPI, Bonfim, Castelo, Colúmbia no Taquaral, Beira Linha-Taquaral e outros em área rurais como Santa Lúcia, São Quirino e Papelão Andrade, na época.
Claro que ainda vão faltar outros campos que fogem à memória e os parceiros de certo vão lembrar, como o atento João da Teixeira.
PONTE PRETA
Setentões ou a caminho hão de lembrar daquela iluminação que parecia boate no Estádio Moisés Lucarelli, em meados dos anos 60.
Por isso, quando integrava a chamada divisão intermediada paulista naquela década, a Ponte Preta mandava os seus jogos no meio de semana na luz do dia, às 15h30, além dos finais de semana.
GUARANI
Essa molecada da Fúria Independente, com hábito de acompanhar o Guarani em jogos fora de Campinas, talvez nem tenha conhecimento que a facção foi a terceira de importância das organizadas no início dos anos 80, atrás da Guerreiros da Tribo e Raça Bugrina, dos então presidentes Tadeu Datovo e Gilberto Moreno, respectivamente.
O primeiro presidente da Fúria ficou conhecido como Caveira, quando o estádio Brinco de Ouro passava por transformação, com conclusão das obras do Tobogã apoiadas pelos saudosos presidentes Ricardo Chuffi e Antonio Tavares Júnior.
Desculpem a falsa modéstia: eu batizei a dependência de Tobogã, apesar da resistência de Tavares Júnior, que insistia em designá-la de anel superior.
Aí, como as torcidas Guerreiros da Tribo e Raça Bugrina ‘compraram’ a ideia de Tobogã, assim ficou.
Com Chuffi e Tavares, o Guarani realizou campanhas memoráveis no final dos anos 70 e meados de 80, refletindo nos títulos do Brasileirão, Taça de Prata (hoje Série B) e chegada à semifinal do Campeonato Brasileiro em 1982, com derrota para o fantástico Flamengo da época.
RECORDE DE PÚBLICO
Por sinal, na quebra de público no Estádio Brinco de Ouro, com 52.002 pagantes naquele jogo com o Flamengo, cabe esclarecer que a diretoria bugrina comprou cinco mil ingressos, na tentativa de demonstrar à diretoria da CBF que o estádio comportaria 50 mil pessoas na hipótese de eventual passagem à finalíssima.
A garotada que vê essa majestade de estádio, ficou sabendo do passo a passo através de pais e avós.
Até o início da década de 60, prevaleciam arquibancadas de madeiras nas duas cabeceiras.
Alambrado se estendia defronte à dependência para sócios até o chamado gol dos portões principais.
Por sinal, até início dos anos 70, a principal entrada de torcedores no estádio era sob as vitalícias.
Dali subiam escadas e se distribuíam para outras dependências.
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