Com virtudes e defeitos, Guarani segue trajetória sem susto
Limitações da equipe geram oscilações da competição
Com virtudes e defeitos, Guarani segue trajetória sem susto
Ainda machucado pela derrota de virada diante Fortaleza por 3 a 2, o torcedor bugrino dispara contra o setor defensivo e treinador Umberto Louzer. De amigos ouvi até críticas à preparação física da equipe.
Dia cinco passado produzi postagem sugerindo que o bugrino caia na realidade e não se convença que a sua equipe é top neste Campeonato Brasileiro da Série B.
É compreensível raciocinar que nessa competição pobre pode-se ter esperança de furar o cerco, e até conquistar o acesso ao Brasileirão de 2019.
Pode, mas conforme-se caso o objetivo não seja atingido.
O Guarani dispõe de elenco limitado, que por vezes se supera, e aí aparecem resultados positivos até inesperados.
Jogadores como Matheus Oliveira, Bruno Mendes, Kevin e Rafael Longuine não mantém atuações uniformes. Oscilam muito. Até os frequentes gols marcados por Longuine não são indicativos de pleno convencimento.
Regularíssimos, sim, têm sido os volantes Willian Oliveira e Ricardinho.
Demais jogadores do elenco estão sujeitos a chuvas e trovoadas. Tanto podem se superar, como colocar tudo a perder.
PREPARAÇÃO FÍSICA
Dúvida de suposta precariedade na preparação física – baseada no desgaste diante do Fortaleza -, é facilmente desmentida.
Tem-se que levar em conta por que o boleiro bugrino se cansa?
A carência de um meia que saiba ditar o termômetro da partida – ora cadenciando, ora acelerando o ritmo – implica na maioria das vezes em proposta de jogo vertical. Procura-se colocar a bola no ataque sem a devida organização, além de zagueiros que abusam de chutões.
Isso implica em sucessivos erros de passes, geralmente aproveitados por adversários que saibam valorizar a posse de bola.
Inevitavelmente quem corre sem a bola sente desgaste físico maior. Foi o que ocorreu com o Guarani no segundo tempo contra o Fortaleza, agravado por erro de alteração do treinador Umberto Louzer ao optar pelo meia-atacante Guilherme no lugar de Felipe Rodrigues.
Ali o time perdeu bastante de sua capacidade de marcação, o que implica naturalmente em sobrecarga aos defensores, e limitando saídas ao ataque de laterais.
O Fortaleza ficou com a bola, ganhou a maioria de rebotes, e rondou a área bugrina com frequência.
LEITURA DE JOGO
Quando se critica o treinador Umberto Louzer, como faz o parceiro Otto Heimpel, é preciso discernimento aonde está o erro, e não reparo nas respostas das entrevistas.
É natural que ali o comandante procura preservar os seus jogadores, não expondo-os ao massacre.
Cabe crítica a Umberto pela inadequada leitura de jogo no sábado.
Ora, se lhe deram apenas zagueiros limitados, que quando apertados espanam, o prudente seria sim enxertar seu miolo de zaga com mais um homem, caso de Ferreira, que estava no banco, quando o Fortaleza passou a alçar bola seguidamente.
O raciocínio lógico indica que um defensor a mais poderia ajudar a corrigir inevitáveis falhas de outros do setor naquela circunstância.
PARÁ
São frequentes as críticas pela manutenção do lateral-esquerdo Pará que, embora esforçado, tem limitações nos cruzamentos e dificuldade na marcação.
Sem discordância da constatação, tenho restrições a jogadores de estatura baixa e mediana para atuarem nas laterais.
A bola aérea defensiva tornou-se extremamente importante. Logo, dirigentes devem considerar esse aspecto ao contratá-los.
Podem até questionar por que não se dar nova oportunidade ao lateral Marcílio.
Sim, resta saber quanto o Guarani ganharia com suposta troca na função?
Improvisação? Até seria o caso em projeção de ganho considerável. É possível ter ganho com os jogadores do elenco?