Com depoimentos de craques, CBF faz homenagem pelos 70 anos do Maracanã
O estádio é considerado palco de muitas glórias brasileiras desde que foi inaugurado e virou referência
O estádio é considerado palco de muitas glórias brasileiras desde que foi inaugurado e virou referência
Rio de Janeiro, RJ, 16 (AFI) – Há exatos 70 anos, num 16 de junho como o de desta terça-feira, o mundo foi apresentado ao local que testemunharia grandes momentos da história do futebol: o Maracanã. Construído para ser a grande sede da primeira Copa do Mundo no Brasil, em 1950, o Estádio Jornalista Mário Filho sediou festas, títulos, gols inesquecíveis e faz parte da memória de grandes clubes, jogadores e torcedores. A Seleção Brasileira tem uma relação especial com o “Maraca”, pois o local está presente em célebres episódios na vida de equipes que defenderam a Amarelinha, seja futebol masculino ou no feminino e em diferentes categorias.
A cada ano que passa, o Maracanã tem um novo enredo para acrescentar em sua biografia. Nele, as Seleções Brasileiras Masculina Principal, Feminina Principal e Olímpica Masculina, alcançaram glórias inesquecíveis. Em 1989, após 40 anos sem conquistar a Copa América, o Esquadrão Canarinho chegou a fase final desacreditado. Claudio Taffarel, goleiro daquela conquista, nasceu quando o estádio tinha apenas 16 anos de existência, e conseguiu entrar para a história do Maior do Mundo.
“As primeiras histórias e lembranças que eu tenho do Maracanã são de quando eu era pequeno e ia ao cinema, porque passavam imagens de jogos dos grandes clubes do Rio. Posso dizer que eu ia só pelo futebol e não pelo filme em si. Poucos estádios possuem tanto significado na vida de um jogador. Não há dúvidas de que ganhar um título jogando no Maracanã tem um sabor especial. Aquela Copa América de 1989, realmente foi incrível. Durante a campanha, na Bahia, nós fomos vaiados. No entanto, a ideia era chegar ao Maracanã para a final, esse era o nosso propósito. Chegamos e com o pensamento claro de vencer. Deu certo e este jogo foi um marco para todos nós”, disse Taffarel.
ÍDOLO RECENTE
Outro atleta que tem uma relação especial com o Maracanã é Richarlison. O atacante da Seleção Brasileira cresceu acompanhando grandes clássicos estaduais e nacionais disputado no Maior do Mundo através da pequena televisão de sua casa. No passado, ele teve a chance de conquistar o maior título de sua carreira, fazendo o gol que garantiu a conquista da Copa América 2019, no local. Dias antes do jogo, no entanto, foi acometido pela caxumba e temeu a possibilidade de não poder jogar.
“Saber que a final era no Maracanã me motivou ainda mais a tentar me recuperar a tempo de jogar. Fiquei com o pensamento de voltar o mais rápido possível e deu tudo certo. Foi uma emoção muito grande de ter realizado esse sonho de jogar no Maracanã. E ter feito esse gol na Copa América que a gente foi campeão, tem um gosto muito especial. Não só pra mim, mas para todos jogadores e isso vai ficar marcado por toda a história da Seleção e do Maracanã”, afirma o atacante do Everton-ING, que marcou o último da vitória da Seleção por 3 a 1 sobre o Peru na decisão.
MUITAS LEMBRANÇAS
Quem também começou a ter contato com o Maracanã na infância é a ex-lateral da Seleção Feminina, Daniela Alves. Assim como Richarlison, ela também pode dizer que quando alguém pesquisar sobre o Estádio carioca poderá encontrar o nome dela. A ex-jogadora estava no elenco que conquistou a medalha de ouro no Pan Americano Rio 2007, no Maraca, e se orgulha em dizer que está para sempre na história do Brasil e daquela geração da Seleção Feminina.
“Eu ouvia que o Maracanã era um estádio de grandes ídolos. Aí eu tive a oportunidade de fazer parte disso. Poder atuar em uma competição importante defendendo o seu país, no estádio histórico, com mais de 70 mil pessoas, foi espetacular. E ainda poder fechar o Pan Americano de 2007, fazendo o último gol da competição, é uma coisa que fica guardada para sempre na memória e coração”, enfatiza Dani, que marcou o último da goleada brasileira por 5 a 0 sobre os Estados Unidos na decisão do Pan.
OURO OLÍMPICO
Levantar uma taça pela Seleção dentro do Maracanã é um objetivo que poucos atletas realizaram. Quando se fala em medalha de ouro, o grupo fica mais seleto ainda. Se esta condecoração for olímpica então, a lista cai para apenas 18 jogadores. Weverton é um deles e foi responsável direto pelo então inédito ouro do Brasil na Olimpíada de 2016.
“O título realmente foi algo histórico. Vestir a camisa amarela já é incrível, poder conquistar dentro do Maracanã, deixa tudo mais especial. Muitas vezes a ficha não cai. Eu tenho algumas coisas guardadas em casa sobre aquele dia e de vez em quando olho, imaginando o pênalti defendido. Foi sempre um grande sonho poder jogar no Maracanã. É um local com muita história, um símbolo do futebol brasileiro e mundial sem sombra de dúvidas. Grande jogos aconteceram naquele campo. Eu sou muito feliz de ter marcado a história pela Seleção Brasileira”, contou Weverton.