Climão! Giovanni Augusto expõe ‘vaquinha’ para funcionários e fala que Guarani está ‘largado’

Meia acusou Bugre de não pagar salários, FGTS e expôs falta de transparência da atual administração.

Meia deixou o Guarani na última semana para assinar com o Vitória, rival do Bugre na Série B.

Giovanni Augusto Guarani 2023
Giovanni Augusto chegou ao Bugre no início de 2022. Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC.

Campinas, SP, 07 (AFI) – Horas após ser apresentado como jogador do Vitória, o meia Giovanni Augusto usou as redes sociais para rebater críticas de torcedores do Guarani que não gostaram da sua saída. O jogador desabafou e expôs situações graves da administração bugrina sob o comando do presidente do CA, Ricardo Moisés.

Giovanni passou a limpo toda sua trajetória no Guarani. O meia disse que só voltou ao Brasil no início de 2022 por causa de problemas familiares, tanto é que assinou contrato somente até o final do Paulistão daquele ano. Contudo, os problemas não foram resolvidos e, acostumado à cidade e clube, optou por renovar por mais um ano.

“As coisas (problemas pessoais) demoraram muito mais do que eu previa. (…) recebi várias propostas de clubes das Séries A e B, mas a logística melhor para eu resolver a minha situação particular era continuar no Guarani. Por isso aceitei continuar no clube por mais 1 ano, ganhando muito menos do que as propostas que chegaram para mim naquele período”, disse o jogador.

Após a renovação, Giovanni Augusto disse que o Guarani passou a não cumprir com suas obrigações, principalmente deixando de pagar funcionários que recebem apenas o salário mínimo. Ele ainda disse que, ao contrário do que falam, o clube está abandonado e sem qualquer transparência.

“No meio do ano passado em diante tudo mudou. Hoje a visão que o torcedor do Guarani tem do clube é que internamente está mil maravilhas. Mas não é. É totalmente o contrário. O clube está totalmente largado, falta transparência. O clube não honra com os pagamentos dos jogadores e principalmente de outros funcionários que ganham salários mínimos”, expôs o ex-camisa 10 do bugre.

O meia revelou que alguns jogadores precisaram fazer ‘vaquinhas’ para dar aos funcionários com salários atrasados.

“Esse ano, inclusive, tivemos que fazer vaquinha para conseguir juntar dinheiro para os funcionários. Estou esclarecendo tudo, porque estou cansado de sempre ver o jogador levar a culpa. Sempre é o mau caráter e ingrata. Mas dessa vez eu não irei deixar isso acontecer e vou contar toda situação”.

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Ricardo Moisés foi muito criticado por Giovanni Augusto.

AVISO PRÉVIO DE SAÍDA

Giovanni Augusto disse que tinha contrato com o Guarani até 30 de abril deste ano, mas que desde a pré-temporada já havia procurado o presidente Ricardo Moisés para antecipar o fim do seu contrato, antes mesmo do Paulistão. Contudo, o dirigente não aceitou e forçou o meia a cumprir o contrato.

“Meu contrato encerrava dia 30 de abril e a janela de transferências iria até o dia 4 de abril. Sendo assim, procurei chegar a um acordo com o clube, no qual eu iria abrir mão de receber qualquer centavo. Só queria seguir minha vida. E a resposta que eu tive do presidente foi que não, que eu teria que cumprir até o último dia de contrato. Meio que me obrigando a ter que assinar uma renovação, pois se a janela fechasse eu não poderia ir mais para algum outro clube”, disse Giovanni Augusto.

Sem a liberação do presidente Ricardo Moisés durante a pré-temporada, Giovanni Augusto disputou o Paulistão 2023 e após o Estadual tentou novamente a liberação antes do dia 30, a qual recusada. Por isso, o meia não teve outra alternativa, senão ingressar com ação de rescisão indireta na Justiça.

“Infelizmente não tive outra opção a não ser acionar a Justiça e ir at´ras dos meus direitos. Era impossível (perder a ação), diante de todos os atrasos que o clube estava naquele momento. Então meu advogado recebeu ligação do Guarani me chamando pra fazer um acordo, em que aceitei na mesma hora, porque como eu falei, só queria seguir minha vida em paz e sem atrapalhar ninguém”.

Giovanni Augusto Guarani Treino 2023
Meia pediu para deixar o Bugre na pré-temporada de 2023. Foto: Thomaz Marostegan/Guarani FC.

Giovanni Augusto disse que tinha todos os motivos para conseguir a rescisão via Justiça.

“O clube não vinha honrando com suas obrigações e provamos isso para a Justiça. Aceitei receber somente 1 mês de salário e o FGTS, que inclusive o clube só pagou por causa da ação. Estava há mais de 1 ano sem depositar. Não fiz questão de receber décimo, férias e salário de março”.

Após expor toda a situação vivida no clube, o camisa 10 lamentou a saída da forma conduzida pelos dirigentes bugrinos.

“Estou em paz quanto a minha passagem pelo clube. Sempre procurei ajustar da melhor forma possível e saio de cabeça erguida, mas infelizmente não da forma como queria sair”, concluir o jogador.

Fato é que o Guarani perdeu todos seus destaques do Paulistão 2023 e agora corre contra o tempo para reforçar seu time para a Série B. Desde a última sexta-feira, o Bugre está sob o comando de André Marconatto, candidato de Ricardo Moisés na última eleição e que estará à frente do CA até 2025.

A entrevista de Giovanni Augusto expôs momento delicado do clube em termos financeiros, o que poderá prejudicar em negociações que estão em andamento para a melhora técnica do time. Do contrário, a briga pelo rebaixado será uma dura realidade.

O Bugre estreia na Série B no dia 14 de abril, quando receberá o Avaí, às 19 horas, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.

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