Chuva de gols contra e confronto geracional: os números da Eurocopa 2024
Lamine Yamal, que completou 17 anos neste sábado, se tornou o jogador mais jovem a marcar e a jogar uma partida de Eurocopa
Espanha e Inglaterra decidem o título neste domingo, às 16h, no estádio Olímpico de Berlim
São Paulo, SP, 14 (AFI) – Quando Inglaterra e Espanha entrarem em campo na decisão neste domingo, a Eurocopa viverá os últimos capítulos de uma edição marcada, principalmente, pela transição de geração e de talentos. Lamine Yamal, que completou 17 anos neste sábado, se tornou o jogador mais jovem a marcar e a jogar uma partida de Eurocopa; do outro lado, apesar do fracasso de Cristiano Ronaldo, que não conseguiu marcar um gol sequer nos cinco jogos de Portugal – eliminado nas quartas de final -, o zagueiro Pepe, ao 41 anos, se tornou o mais velho.
Esses são os números mais marcantes de uma Eurocopa que teve um domínio e favoritismo espanhol desde a primeira rodada. Na fase de grupos, a seleção chegou com um elenco jovem, impulsionado por Lamine Yamal e Nico Williams, e terminou com 100% de aproveitamento na chave da morte, com Itália, Croácia e Albânia; ainda eliminou Geórgia (surpresa em sua primeira participação na competição), a Alemanha, dona da casa, e França, finalista da última Copa do Mundo.
Em números gerais, essa transição geracional é impulsionada pela Espanha, que ainda tem na liderança de Rodri, seu pilar no meio-campo, uma mescla em seu elenco. Jesús Navas, 38 anos, por exemplo, será o jogador mais velho em campo na decisão com a Inglaterra. O lateral estava na conquista da Copa do Mundo de 2010. Ele se aposentará ao final da próxima temporada.
Esse misto de passado e novo é o grande sucesso da Espanha na Eurocopa. Além de ter o melhor ataque (13 gols), é a segunda seleção que mais finaliza por jogo (17,7 chutes), a quinta que mais troca passes por partida (582, em média) e precisa de apenas 8,1 arremates para chegar às redes. É a favorita para o confronto com a Inglaterra, que marcou apenas sete gols em seis jogos.
“Estamos tranquilos porque nunca perdemos a perspectiva. Sabemos como são as análises que podem fazer, vão além de nós. O jogo de amanhã não tem favorito, temos que encarar como nas outras eliminatórias. Os favoritos são para as casas de aposta. Sabemos que se não estivermos no nível dos últimos jogos, não teremos possibilidade de ganhar. Sei de tudo que temos, e por isso temos muita esperança”, afirmou o técnico espanhol Luis De La Fuente antes da decisão.
A Inglaterra, questionada em diversos momentos ao longo da competição, disputou duas prorrogações (nas oitavas e quartas) e venceu a Holanda, na semi, nos acréscimos. Chega mais cansada, mas já viveu esse momento em 2021. No estádio de Wembley, em casa, cedeu à força da Itália e ficou com o vice-campeonato. Harry Kane, capitão, chega à sua sexta final na carreira, ainda em busca de seu primeiro título na carreira.
CHUVA DE GOLS CONTRA E MENOR MÉDIA DE GOLS
Em relação a Euro 2020, a média de gols nesta edição é muito inferior: 114 marcados, em média 2,28 por partida – na última edição foram anotados 142, incluindo a decisão. Por outro lado, o que não faltou foram gols contra nesta edição. Até a decisão, em dez ocasiões uma seleção marcou contra seu próprio patrimônio.
O recorde neste quesito é, novamente, da Euro 2020. Mas a média com que um gol é marcado contra em 2024 é muito superior à última edição. A cada 11,2 gols neste ano, um é marcado contra; em 2020, esta média foi próxima a 13 por partida.
A França é o caso mais emblemático de gols contra nesta Eurocopa. Até as semifinais, a seleção não havia marcado um gol pelos próprios pés ou de pênalti. Nas oitavas de final, contra a Bélgica, contou com a ajuda do zagueiro Jan Vertonghen; nas quartas, a vaga foi decidida nos pênaltis após empate por 0 a 0. Apenas Kolo Muani marcou um gol pela França com a bola rolando.
RECORDES DA EDIÇÃO
Além de Yamal e Pepe, que se tornaram o jogador mais novo e o mais velho a entrar em campo em uma edição de Eurocopa, Luka Modric, aos 38 anos, se tornou o mais velho a marcar um tento na história da competição. Cristiano Ronaldo poderia ter superado esse recorde, mas o pênalti desperdiçado contra a Eslovênia nas oitavas de final impediu que o português, que já é o atleta com mais partidas de Eurocopa ao longo de sua carreira, superasse essa marca.
Na final, artilharia e o líder de assistências ainda estão em aberto. Harry Kane, com três gols, pode superar Cody Gakpo, da Holanda, Georges Mikautadze, da Geórgia, Ivan Schranz, da Eslováquia, e Jamal Musiala, da Alemanha, que já estão eliminado. O mesmo vale para Dani Olmo, da Espanha, que também marcou três gols até o momento.
Nas assistências, Yamal é o mais impressionante, com três assistências com apenas 16 anos – o jovem completou 17 à véspera da decisão com a Inglaterra. Ele está empatado com Xavi Simons no quesito.
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