CBF quer rigor do STJD para casos de violência no Brasileiro
A entidade cobrou medidas drásticas de punição STJD e disse que espera que o tribunal "atue com o rigor necessário para banir os responsáveis pelas cenas chocantes".
O STJD aguarda o recebimento das súmulas para, junto com vídeos e demais documentos, analisar as infrações previstas no CBDF
Rio de janeiro, RJ, 16 – A CBF lamentou os episódios de violência ocorridos nos jogos Ceará x Cuiabá, pela Série A do Campeonato Brasileiro, e Sport x Vasco, pela Série B, além da suspensão de Goiás x Corinthians, no sábado, pelo Brasileirão. A entidade cobrou medidas drásticas de punição ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e disse que espera que o tribunal “atue com o rigor necessário para banir os responsáveis pelas cenas chocantes”.
“Estamos indignados com as imagens que vimos hoje nas duas partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, competições com números recordes de participação popular nos estádios e que está sendo marcado pelo retorno das famílias. Esperamos que o STJD tome posições duras. Nos colocamos no lugar dos pais daquela criança desmaiada em Fortaleza. Nós aguardamos que punições drásticas sejam tomadas pelo tribunal. O futebol brasileiro não tem mais espaço para a violência e o retrocesso”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
AVALIAÇÃO DAS SÚMULAS
O STJD informou que aguarda o recebimento das súmulas das partidas para, juntamente com vídeos e demais documentos, analisar as infrações previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva e destacou que medidas severas serão tomadas.
“A Procuradoria agirá com rigor em todos os casos de violência nos estádios de futebol. Pais e todas as pessoas de bem precisam se sentir seguros em qualquer jogo de futebol no Brasil e vamos lutar para que seja essa a realidade”, disse o procurador-geral do tribunal, Ronaldo Piacente.
GOIÁS X CORINTHIANS FOI SUSPENSO
No sábado, a partida entre Goiás e Corinthians, prevista para ser realizada no estádio da Serrinha, em Goiânia, foi suspensa após decisões da Justiça comum. O jogo vivia indefinição quanto à presença da torcida corintiana. O presidente do STJD, Otávio Noronha, disse que a decisão de suspender o jogo “visa garantir a ordem desportiva e o equilíbrio da competição”.
Na semana passada, o Ministério Público de Goiás havia recomendado que a partida deveria ter torcida única para “evitar atos de violência entre as torcidas organizadas dos dois times, que possuem histórico de grande rivalidade”.
O Corinthians recorreu da decisão, alegando ser uma atitude “unilateral”, e conseguiu reverter a situação. Na sexta-feira, o STJD liberou a presença de torcedores do time no jogo, mas na manhã de sábado o cenário se inverteu. Uma liminar do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, expedida horas antes do jogo, acatou o pedido do Ministério Público de Goiás e paralisou mais uma vez a venda de ingressos para torcedores visitantes.
VIOLÊNCIA NESTE DOMINGO
O jogo entre Ceará e Cuiabá, neste domingo, pelo Brasileirão, foi interrompido antes do previsto por falta de segurança. O jogo foi marcado por uma confusão generalizada nas arquibancadas durante o segundo tempo. Cadeiras foram arremessadas no campo e policiais fizeram uso de balas de borracha. Dezenas de torcedores invadiram o gramado para fugir da confusão.
No meio do tumulto, os jogadores saíram do campo às pressas, se abrigando nos vestiários. A partida teve que ser encerrada aos 47 minutos do segundo tempo, quando ainda faltavam cinco minutos para o término, de acordo com os acréscimos.
SÚMULA DO CASTELÃO
O árbitro Caio Max Augusto Vieira explicou na súmula a decisão de interromper a partida antes dos minutos finais.
“Após 11 minutos do início da invasão, entrei em contato com o Comandante-Geral do policiamento sr. Eduardo Souza Landim, tenente/coronel do batalhão BP Choque, que não me deu garantia de segurança para reiniciar a partida. Após 13 minutos do início da invasão, decidi dar por encerrado a partida, por entender que não haveria garantia de segurança para o reinício da partida , pois haveria ainda 7 minutos por jogar referente ao restante do acréscimo do segundo tempo. Informo que ambas as equipes demonstraram não ter condições emocionais para continuar a partida“, diz um trecho do documento.
INVASÃO NA ILHA DO RETIRO
No aguardado duelo entre Sport e Vasco, atuais quarto e quinto colocados da Série B, uma confusão generalizada ocasionou o fim da partida antes dos últimos três minutos de jogo. A equipe pernambucana vencia o jogo por 1 a 0, mas o atacante Raniel empatou para o time carioca.
Na comemoração, o jogador, revelado no rival Santa Cruz, provocou a torcida rubro-negra. Logo depois, torcedores do Sport arrombaram o portão e invadiram o gramado. Um deles agrediu uma bombeira que estava no chão realizando cuidados médicos. Os jogadores do Vasco correram para o vestiário e a polícia usou gás de pimenta.
Cerca de uma hora depois do início das cenas de violência, sem a garantia de segurança para a sequência do jogo, o árbitro Raphael Claus decretou o fim da partida. A decisão revoltou a diretoria do Sport.
LEIA A NOTA OFICIAL DA CBF:
“A CBF lamenta os episódios de violência ocorridos nos jogos Ceará x Cuiabá, pela Série A do Campeonato Brasileiro, e Sport x Vasco, pela Série B, assim como a necessária suspensão da partida Goiás X Corinthians, ontem, pela Série A, para evitar conflitos entre torcedores.
A entidade acredita que atos como esses afastam dos estádios os verdadeiros torcedores e as famílias, os patrocinadores e a boa imagem do futebol num mundo que busca hoje novos horizontes. A CBF aguarda que o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) atue com o rigor necessário para banir os responsáveis pelas cenas chocantes ocorridas justamente no ano em que o futebol brasileiro tem muito a comemorar com os estádios lotados e os campeonatos sendo organizados com êxito nas quatro divisões.
– Estamos indignados com as imagens que vimos hoje nas duas partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, competições com números recordes de participação popular nos estádios e que está sendo marcado pelo retorno das famílias. Esperamos que o STJD tome posições duras. Nos colocamos no lugar dos pais daquela criança desmaiada em Fortaleza. Nós aguardamos que punições drásticas sejam tomadas pelo tribunal. O futebol brasileiro não tem mais espaço para a violência e o retrocesso – afirma o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.”
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