CBF cria comissão de combate ao racismo e à violência no futebol

O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no "Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro"

Sede CBF
CBF soma 19 patrocinadores e mais do que dobra número de parceiros para a Copa. (CBF)

São Paulo, SP, 13 – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu a criação de uma comissão para combater o racismo e a violência no futebol. O Grupo de Trabalho (GT) é formado por 46 membros, que representam mais de 30 entidades, entre elas a Fifa, Conmebol, federações estaduais, clubes e o Ministério Público. Os atletas são representados pelo ex-goleiro Aranha. A informação foi divulgada originalmente pelo GE e confirmada pelo Estadão.

Segundo o documento obtido pelo Estadão, uma portaria assinada por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o GT irá “discutir os aspectos legais e operacionais relacionados ao aprimoramento do marco regulatório, das políticas públicas e dos procedimentos desportivos”, além da coordenação de ações no enfrentamento do racismo e da violência. A primeira reunião será no dia 1º de novembro, às 10h, por videoconferência, sob coordenação do gerente de projetos Ricardo Leão. Todos os times das séries A, B, C e D foram notificados.

Sede CBF
CBF cria comissão de combate ao racismo e à violência no futebol. (CBF)

O compromisso foi firmado pela CBF e pelas federações no “Manifesto em favor da vida e do futebol brasileiro”. Em agosto, a entidade máxima do futebol brasileiro lançou a campanha “Por um futebol e uma sociedade antirracista”, com a realização de um seminário sobre o tema, no mesmo mês, na sede do órgão, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, Ednaldo Rodrigues propôs a perda de um ponto na tabela de classificação para cada caso de racismo envolvendo os times a partir do próximo ano. “Sou negro, nordestino, e sei o que é enfrentar preconceito na vida”, afirmou Ednaldo. “Não há mais espaço para racistas no século 21”, disse na ocasião.

Alessandro Barcellos, presidente do Internacional e membro da comissão, afirma que o tema deve ser tratado como prioridade não apenas no esporte, mas na nossa sociedade como um todo. Ele conta que o clube, pioneiro ao incluir uma cláusula antidiscriminação nos contratos de trabalho de jogadores, está satisfeito com o prosseguimento do projeto.

“Entendemos que isso é uma tendência em várias organizações, e no futebol não seria diferente. Temos demonstrado preocupação e interesse em crescer cada vez mais como instituição ao trazer com bastante intensidade projetos voltados para a inclusão e diversidade, sempre de forma democrática envolvendo nossos consulados e torcedores em geral”, explica Barcellos.

Confira os representantes da comissão de combate ao racismo e à violência no futebol:

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF

Samantha Mendes Longo, diretora jurídica da CBF

Júlio Avellar, diretor de competições da CBF

Regina Célia Sampaio, gerente jurídica da CBF

Ricardo Leão de Andrade, gerente de projetos da CBF

Adriano Guilherme de Aro Ferreira, presidente da Federação Mineira de Futebol

Michelle Ramalho Cardoso, presidente da Federação Paraibana de Futebol

Alessandro Barcellos, presidente do Inter

Wellington Silva, conselheiro do Inter

Cauê Vieira, vice-presidente de Relacionamento Social do Internacional

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia

Nelson Barros Neto, gerente de comunicação do Bahia

Roberta Maria Ramos Negrini, vice-presidente de Inclusão e Diversidade do Sport

Andrey Reis, do grupo de Planejamento e Operações de Segurança da Fifa

Gerd Dembowski, gerente de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa

Pavel Klymenko, assessor de Diversidade e Antidiscriminação da Fifa

Gustavo Morelli, gerente de Segurança da Conmebol

Alejandro Moreno, coordenador de Segurança da Conmebol

Aranha, ex-goleiro e autor do livro “Brasil”

Daniela Alves, ex-jogadora e treinadora de futebol

Ricardo Marques Ribeiro, ex-árbitro de futebol

Luciano Hostins, diretor jurídico do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Paulo Losinkas, diretor jurídico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

Paulo Sérgio Feuz, auditor do STJD

Ronaldo Botelho Piacente, procurador geral do STJD

Maurício Neves Fonseca, vice-presidente do STJD

Dagoberto Fernando dos Santos, diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania

João Rafael de Souza Caetano Soares, auxiliar parlamentar do Senado Federal

Carolina Ranzolin Nerbass, juíza auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Valberto Lira, do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos

Valdecy Urquiza, delegado da Interpol

Rodrigo de Brito Carnevale, delegado da Interpol

Elbert Vinhático Neves, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-BA)

Hilmar Faulhaber, tenente coronel do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais (PM-RJ)

Mário Dermeval Aravechia de Resende, presidente do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil

Marcello Barros de Oliveira, assessor parlamentar e de Relações Institucionais da Polícia Civil RJ

Marcelo Medeiros de Carvalho, fundador do Observatório Racial do Futebol

Onã Rudá Silva Cavalcanti, fundador do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQs

Fabiano Machado da Rosa, advogado especialista em Compliance Antidiscriminatório

Arlete Mesquita, conselheira federal e vice-presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB

Luiz Cláudio do Carmo, presidente da Anatorg

Pedro Trengrouse, advogado e coordenador acadêmico do Programa FGV/Fifa/Cies da PUC-MG

Stuart Dykes, especialista em SLO da SD Europe

Lena Gustafson-Wiberg, especialista em SLO da SD Europe

Rodrigo Sampaio

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