Como o Catar gastou os US$ 229 bilhões para ser sede da Copa

Valor é mais de 16 vezes maior do que o gasto pela Rússia em 2018

Sede da Copa, Catar tem 'burkini', seta indicando Meca no hotel e inglês nas ruas
Catar gastou bilhões para sediar a Copa (Foto: Reprodução/FIFA)

Campinas, SP, 19 – O Catar gastou mais de US$ 229 bilhões para preparar o país para sediar a Copa do Mundo 2022, um valor mais de 16 vezes maior do que o gasto pela Rússia, que recebeu o mundial. Em 2018, o país investiu US$ 11,6 bilhões para sediar a Copa do Mundo mais, menos do que o Brasil, que gastou US$ 15 bilhões para se preparar para a competição de 2014, enquanto a África do Sul desembolsou US$ 3,6 bilhões quatro anos antes. Conforme o tempo passou, os gastos dos países foram aumentando, mas com altos e baixos.

A Copa do Mundo de 2006 custou US$ 4,3 bilhões para a Alemanha. Antes, em 2002, Coréia e Japão gastaram US$ 7 bilhões. Já a França, em 1998, gastou US$ 2,3 bilhões e os EUA gastaram meio bilhão de dólares para o torneio de 1994.

PARA ONDE FOI O DINHEIRO NO CATAR?

Por ser o menor país a sediar uma Copa do Mundo, o Catar tem uma escassez de acomodações para os visitantes. Ainda em março, eram apenas 30 mil quartos de hotel no Catar, sendo que a grande maioria foi reservada pela Fifa para abrigar a equipe, os times e os patrocinadores.

Os países vizinhos, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã e Kuwait, devem acomodar os torcedores, que viajarão de avião para assistir às partidas. Por isso, o Catar não investiu apenas em estádios de futebol, mas também em infraestrutura. O país criou vias expressas, uma rede de metrô, um porto e fez uma expansão em seu aeroporto.

A expectativa é de que mais de um milhão de fãs visitem o país durante o mundial, gerando um aumento de US$ 4 bilhões para a economia, de um impacto total esperado de US$ 20 bilhões (menos de 10% do valor investido para sediar a Copa). Pacotes de luxo para assistir a 19 das 64 partidas custavam até US$ 2,6 milhões, enquanto o ingresso mais barato saía por US$ 69 por jogo.

ESTÁDIOS

Do montante de mais de US$ 200 bilhões, US$ 6,5 bilhões foram investidos em estádios, bases para as seleções e instalações para torcedores. O Catar construiu sete novas arenas para o mundial e também modernizou o Estádio Internacional Khalifa. O mais caro foi o estádio Al Bayt, que custou US$ 847 milhões.

Inaugurado em maio de 2019, o metrô de Doha foi construído ao custo de US$ 36 bilhões. Já o Aeroporto Internacional de Hamad, que abriu em 2014 e foi modernizado para a Copa, e teria custado mais US$ 16 bilhões. Outros investimentos foram para agradar turistas – e não só durante o período do mundial, mas no longo prazo. À beira-mar de Lusail, o shopping Place Vendôme, com 600 lojas, foi aberto no começo do ano.

O empreendimento tenta reimaginar Paris e tem até um canal para os compradores que chegam de barco. Há também refeições ao ar livre, com vista para fontes de águas dançantes, e ainda uma ala luxuosa com lojas gigantes da Christian Dior e Louis Vuitton.

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