Catar admite 'entre 400 e 500 mortes' de operários nos trabalhos da Copa

O anúncio foi feito por Hassan Al Thawadi, um dos chefes da competição

O Catar só havia reconhecido 40 mortes, até agora, nas construções dos estádios

CATAR 2

São Paulo, SP, 29A organização da Copa do Mundo do Catar admitiu, nesta terça-feira, que cerca de 500 operários imigrantes morreram durante os preparativos para a disputa do Mundial. O anúncio foi feito por Hassan Al Thawadi, um dos chefes da competição, em entrevista ao canal britânico TalkTV.

Al Thawadi se pronunciou após o jornal britânico “The Guardian” revelar uma investigação na qual o número de mortos teria atingido o número de 6.500. Até o início dos jogos, o Catar só havia reconhecido 40 mortes nas construções dos estádios.

“A cada ano, a segurança nesses locais melhorou. É necessário uma reforma trabalhista para que sejam feitas melhorias. Isso é algo que reconhecemos antes de tentar a candidatura d Copa. O melhor que foi produzido não foi para a Copa do Mundo. Tivemos que fazê-los por causa de nossos valores”, afirmou Al Thawadi. “A Copa serviu como um acelerador.”

NÚMERO

Quanto ao número de trabalhadores mortos, o gestor assegurou que está “entre 400 e 500”. “Não tenho o número exato, mas uma morte, é uma morte. É demais. É claro e simples.”

A Anistia Internacional e a ONG Human Rights Watch lideraram apelos à Fifa e ao Catar para que criem um fundo de compensação de US$ 440 milhões (R$ 2,2 bilhões) aos trabalhadores mortos, ou feridos, nos preparativos para a Copa. Eles também acusam o país árabe de não informar adequadamente o número de mortes.

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