Jundiaí, SP, 31 (AFI) – A novela envolvendo o meia Felipe Sodinha ainda não terminou. A única coisa certa até o momento é que ele não vestirá mais a camisa do Paulista. Pelo menos, enquanto a atual diretoria estiver a frente do clube. “O Sodinha não tem caráter. Jogador igual a ele não queremos não”, afirma o vice-presidente do Galo, Luiz Roberto Raymundo, o Pitico.

Porém, o capítulo do momento é o valor que o time de Jundiaí receberá com a saída do jogador. Enquanto os dirigentes afirmam que a multa rescisória gira em torno de R$700mil, os advogados do jogador disseram juridicamente que vão pagar apenas R$94mil.

O jogador, inclusive, entrou com uma ação na justiça e conseguiu, com uma tutela antecipada, a liberação para atuar por qualquer outro clube. “O Sodinha pediu uma rescisão unilateral do contrato que tinha com o Paulista e agora terá que arcar com o valor. Mas que ele pague o justo”, afirmou Pitico. “A péssima Lei Pelé dá sustentação para ele fazer essa sacanagem de sair sem que nós, que fomos o clube formador, ganhássemos um valor condizente. Isso é legal, mas completamente imoral”, completou o vice-presidente.

De acordo com o advogado do Paulista, Dr. Gustavo Delbim, haverá uma audiência, no dia 3 de abril, na 3ª vara do trabalho de Jundiaí, para as coisas começaram a se definir. “A principal discussão é quanto ao valor. O Felipe pode jogar em qualquer clube. Porém não abrimos mão da multa. A Lei Pelé diz que quando um jogador rescinde um contrato que tem um ano de duração deve-se abater 10% do valor da multa. O contrato do Sodinha foi feito em meados de 2005. Não fizemos um contrato maior, pois como ele era menor de idade o máximo que podia ser feito era de 2 anos. Os advogados dele alegam que vão pagar apenas 20% do valor. Isso só poderia ser feito se o contrato tivesse sido assinado há quatro anos. Aí sim o desconto seria esse”, explicou Gustavo.

“A culpa não foi nossa”Pitico revelou que há quatro meses a diretoria do Paulista vinha tentando renovar o contrato de Sodinha. Porém, o jogador não manifestou interesse e “deu no que deu”. “Um ano antes do contrato terminar chamamos o jogador. Ele não veio, chamamos o pai dele, que também não veio, muito menos o procurador. Ele quis agir diferente do que agiram jogadores decentes como Rafael Bracali, João Paulo e Márcio Mossoró. Mas ‘aqui se faz, aqui se paga”, falou o vice-presidente. Quanto ao futuro do jogador, Pitico se mostrou indiferente. “Não quero mais nem ouvir falar de Sodinha”.

Até o momento, porém, Felipe não firmou contrato com nenhum clube. Como o mercado europeu se fecha hoje, ele corre o risco de ficar seis meses parado, ou ter que atuar por algum clube brasileiro.

O jogador não foi encontrado em seu telefone celular. Em sua residência, a informação passada foi de que ele estaria viajando com o pai. Nenê Cardoso, empresário de Sodinha, foi procurado, mas também não foi encontrado pela reportagem.