CAF bane 7 árbitros e suspende 14 em escândalo de corrupção no futebol africano
A confederação africana anunciou banimento por 10 anos e suspensão provisória de outros 14 profissionais em meio a um escândalo
A Confederação Africana de Futebol (CAF) anunciou nesta terça-feira o banimento de sete árbitros por dez anos e a suspensão provisória de outros 14 profissionais do apito
Campinas, SP, 07 – A Confederação Africana de Futebol (CAF) anunciou nesta terça-feira o banimento de sete árbitros por dez anos e a suspensão provisória de outros 14 profissionais do apito em meio a um escândalo de corrupção, que estourou em maio no continente e cujos envolvidos estavam sendo investigados.
Atividades irregulares praticadas por árbitros foram reveladas por meio de um documentário, denominado “Number 12” e veiculado em maio, no qual um renomado jornalista investigativo ganês, Anas Aremeyaw Anas, escancarou o fato de que dezenas de árbitros, técnicos e dirigentes aceitaram subornos para beneficiar esquemas ilegais no futebol africano.
O documentário revelou como o esporte ainda é prejudicado na África por condutas criminosas e reuniões secretas que seguiram sendo adotadas mesmo depois de o escândalo de corrupção da Fifa, deflagrado em 2015, ficar marcado pela ida para a cadeia de uma série de dirigentes do primeiro escalão do futebol mundial, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF que está preso nos Estados Unidos.
Sete árbitros e assistentes de Gana, além de um instrutor técnico de arbitragem do país, foram banidos por dez anos por corrupção, informou a CAF em um comunicado divulgado em seu site oficial. Outros 14 juízes e assistentes de vários países do continente africano foram provisoriamente suspensos depois de um encontro do comitê disciplinar da entidade, realizado nesta semana.
A CAF já havia anunciado o banimento de outros 11 árbitros no mês passado, incluindo um assistente do Quênia que estava sendo cotado para trabalhar na Copa do Mundo realizada na Rússia. Trata-se de Aden Range Marwa, que foi banido pela entidade africana pelo resto da vida depois de ter sido filmado aceitando um suborno de US$ 600 (cerca de R$ 2,8 mil) em um dos casos de corrupção revelados no documentário bombástico de maio. O queniano também está sendo investigado pela Fifa.
Nesta última lista de punidos anunciada pela CAF, o assistente de arbitragem David Laryea foi banido também por toda a vida, enquanto os outros seis profissionais do apito ganeses afastados nesta terça-feira de suas atividades foram suspensos por dez anos. Entre estes nomes está uma mulher: a assistente Akongyam Theresa.
Antes de ser punido, Laryea trabalhou em jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo e em amistosos internacionais, assim como foi um dos bandeiras que estiveram presentes na Copa Africana de Nações de 2013, na África do Sul.
No comunicado divulgado nesta terça, a CAF não justificou as punições aos árbitros e apenas se limitou a informar que as mesmas foram aplicadas após o seu comitê disciplinar analisar a situação dos nomes envolvidos em casos de corrupção revelados pela mídia e que estavam ligados a jogos da CAF e de federações nacionais.
‘DINHEIRO DE COMPRAS’
O nome mais importante envolvido neste recente caso de corrupção que estourou em maio na África é Kwesi Nyantakyi, ex-presidente da Associação Ganesa de Futebol, que foi um membro do Conselho da Fifa e um vice-presidente da CAF ao mesmo tempo.
Nyantakyi foi flagrado aceitando US$ 65 mil (cerca de R$ 241 mil) em pacotes de dinheiro de um jornalista disfarçado e depois guardou a quantia em um saco plástico preto. A grana recebida foi qualificada como “dinheiro de compras” pelo dirigente, que pelo suborno supostamente usaria sua influência para ajudar em acordos favoráveis para corromper jornalistas que se fazem passar por empresários.
O ganês renunciou aos seus cargos e foi provisoriamente suspenso pela Fifa por 90 dias enquanto o Comitê de Ética da entidade analisa o seu caso. Em crise, o futebol de Gana vive momento muito ruim e, como resultado destes casos de corrupção, o governo do país chegou a dissolver a entidade nacional que controla a modalidade.