Brigatti é passado na Ponte; será que vão acertar no escolhido para sucedê-lo?
Desgaste no relacionamento com jogadores foi a gota d'água
Ponte procura treinador para o lugar de João Brigatti
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Tarde/noite desta sexta-feira foi alvoroçada com a notícia da demissão do treinador João Brigatti, da Ponte Preta.
Posição da diretoria do clube dividiu opiniões de torcedores, quer com avaliações respaldas na campanha de G4 do Campeonato Brasileiro da Série B, quer como desempenho insatisfatório nas últimas partidas.
Que havia divisão na diretoria sobre permanência do treinador já era assunto público, mas pesou para demissão desgaste com elenco.
Do contrário, pelo menos até o dérbi da próxima terça-feira ele se sustentaria no cargo.
PALAVRAS
Da mesma forma que ele motiva e valoriza elencos que dirige, não usa meias palavras estando entre quatro paredes.
Por vezes, a palavra soa como veneno para interlocutores, até porque o atleta de hoje é diferente daquele de seu tempo de goleiro.
Como Brigatti ainda é um treinador em formação, o tempo lhe dará o necessário equilíbrio no trato aos comandados.
Não nos esqueçamos que treinador se sobressai pelo convencimento.
O põe e tira sistematicamente de jogadores de mesma posição cria clima de insegurança entre eles.
Reiteradas vezes foi explicitado aqui aspectos táticos não corrigidos por Brigatti.
MATHEUS PEIXOTO
Além do centroavante Léo Gamalho, que já se desligou do CRB, qual clube da Série B dispõe de cabeceador como Matheus Peixoto, da Ponte Preta?
Se ele tem a virtude de testar a bola pro chão, até mesmo nas tidas casquinhas na bola, por que Brigatti não preparou uma jogada de fundo de campo sequer para que fosse explorado?
Luís Oyama não tem excelência no desarme, mas revelou-se eficiente na transição ao ataque.
Ora, por que não aproveitá-lo como terceiro volante, com determinação de cobrir avanços de laterais de ambos os lados?
Na prática, Oyama não tem fugido de seu estilo centralizado dos tempos de Mirassol, quando sabe-se que num esquema com dois volantes um deve guarnecer o lado direito e outro o esquerdo.
Foram coisas não corrigidas, inclusive insistência com zagueiros aquém da qualificação exigida por time que postula acesso ao Brasileirão.
Fiquemos neste exemplo, pois o que mais importa ao torcedor, agora, é quem vem.
SUBSTITUTO
Mal o cargo ficou vago começaram as especulações.
Nomes especulados são Marcelo Oliveira, Zé Ricardo e Eduardo Barroca, enquanto cartolas observam repercussão nas redes sociais.
Os dois primeiros estão fora do circuito há algum tempo. Barroca não conseguiu repetir no Coritiba o trabalho que, ano passado, levou o Atlético Goianiense ao acesso para o Brasileirão.
Será que não teria uma quarta via em curso?
Roger Machado, que recentemente perdeu emprego no Bahia, passou a se relacionar com o presidente Sebastião Arcanjo quando da visita do dirigente a Salvador.
Essa é apenas elucubração. Não vazou nada por aí.
PERFIL SÉRIE B
Se naquelas intermináveis reuniões de dirigentes, em que as palavras são molhadas quando se avalia trabalhos de treinadores com perfil de Série B, será que alguém teria lembrado, mesmo que vagamente, de Marcelo Cabo?
Não estou indicando nada, até porque o retrospecto dele no Guarani, em 2017, não foi satisfatório, mas ano anterior havia conquistado acesso no Atlético Goianiense, e atualmente tem colocado o modesto time do CRB como postulante à subida à Série A.
Enfim, venha quem vier. E quem chegar será cobrado para fazer ajustes conforme características de jogadores. É indispensável que coloque em prática padrão tático bem definido, e que seja comandante com pleno controle sobre o elenco.