Brasileirão Feminino começa com recorde de mulheres como técnicas
A competição contará com 16 equipes e terá o maior número de mulheres no comando
A lista tem Lindsay Camila (Atlético-MG), Roberta Batista (Ferroviária), Patrícia Gusmão (Grêmio), Tatiele Silveira (Santos) e Rosana Augusta (Red Bull Bragantino)
Campinas, SP, 04 – Palmeiras e Atlético-MG abrem nesta sexta-feira, às 21h, no Allianz Parque, o Campeonato Brasileiro Feminino, principal torneio de clubes do calendário nacional. A competição contará com 16 equipes e terá o maior número de mulheres no comando. São cinco times com treinadoras, ou 31% do total.
A lista tem Lindsay Camila (Atlético-MG), Roberta Batista (Ferroviária), Patrícia Gusmão (Grêmio), Tatiele Silveira (Santos) e Rosana Augusta (Red Bull Bragantino). Na primeira edição do torneio, em 2013, era apenas uma. Em 2021, foram quatro. O único título conquistado por uma mulher foi em 2019, com Tatiele Silveira, no comando da Ferroviária.
Na primeira fase, os times vão se enfrentar em turno único. Os oito melhores classificados avançam para o mata-mata, e os quatro últimos serão rebaixados. A Confederação Brasileira de Futebol não divulgou qual será o valor da premiação do campeão, mas, na temporada passada, o Corinthians levou apenas R$ 290 mil pelo título. Vice, o Palmeiras recebeu R$ 190 mil.
Neste ano, o Palmeiras não quer bater novamente na trave. Um dos grandes nomes do Brasileirão, Bia Zaneratto está ansiosa para jogar diante da torcida na estreia. “Espero que eles compareçam e que eu possa retribuir todo o carinho que eu recebi em todas as passagens que tive por aqui. Dessa vez será ainda mais especial, pois farei uma temporada completa pelo clube”, afirmou ao site oficial do clube. “A gente tem se preparado bastante para esse momento e espero que possamos fazer um bom jogo.”
O torneio ganha ainda mais visibilidade nesta temporada. Das 134 partidas programadas, duas por rodada (40 no total) serão exibidas pelo SporTV, incluindo o jogo de abertura, dois nas quartas de final e todos os jogos das semifinais e final. A Band tem os direitos para mostrar os jogos na TV aberta e começa com Corinthians e Red Bull Bragantino, que se enfrentam no sábado, às 14h, no Parque São Jorge.
Do ponto de vista do calendário competitivo, é a segunda competição da temporada. Em fevereiro, oito clubes disputaram a Supercopa do Brasil. Na grande final, Corinthians e Grêmio protagonizaram um grande duelo, com mais de 19 mil torcedores presentes na Neo Química Arena, um dos maiores públicos do futebol paulista em 2022. No entanto, o jogo de estreia do time alvinegro será sem torcida por causa de reformas no Parque São Jorge.
“O calendário é uma das maiores preocupações do futebol feminino. Nas últimas temporadas, as coisas evoluíram, as meninas puderam disputar mais jogos durante o ano com a criação de novas competições. Por outro lado, entendo que não basta apenas montar uma divisão das equipes em grupos, os campeonatos devem deixar um legado e inspirar novas mulheres a entrarem no esporte”, afirmou Fábio Wolff, um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, torneio internacional de futebol feminino.
Além de Palmeiras, Corinthians e Red Bull Bragantino, São Paulo tem outros quatro representantes na elite do futebol feminino. O São José estreia contra o Kindermann, de Santa Catarina, em casa, também no sábado. Já Santos e Ferroviária entram em campo no domingo, para encarar Real Brasília (fora) e Esmac (casa), do Pará, respectivamente. Já o São Paulo visita o Flamengo, segunda-feira, no Luso-Brasileiro.
“A ansiedade está grande. Imagina você ficar mais de um mês numa pré-temporada intensa. Naturalmente criamos essa expectativa para que comecem os jogos e para que possamos colocar o nosso melhor em campo. Não tem como não estar empolgada com esse início de temporada”, afirmou Cristiane, atacante do Santos, ao site oficial do clube.
Nos últimos anos, o Corinthians se tornou uma das equipes mais vitoriosas da história do futebol feminino no País. Com diversos títulos, o time alvinegro quebrou barreiras para se consolidar como uma das marcas do esporte brasileiro. Na final do Brasileirão de 2021, o clube lançou uma camisa durante o jogo, algo inédito na elite do futebol nacional, contra o rival Palmeiras.
“Essas ativações irão se tornar corriqueiras no futebol feminino. As empresas estão começando a entender o potencial da modalidade. Em nosso calendário de projetos, temos alguns lançamentos exclusivos voltados para as mulheres, buscamos tratar o esporte sem distinção de gênero”, conta Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, empresa brasileira de materiais esportivos.
Semifinalista da última edição, o Internacional espera repetir a boa campanha para alcançar objetivos maiores em 2022. Para Claudio Curra, diretor de futebol feminino do Internacional, o clube gaúcho deve manter a linha de trabalho dos últimos anos para alcançar os objetivos durante a temporada.
“Desde que começamos a disputar o Brasileirão, conseguimos resultados históricos, chegando sempre entre os oito melhores. Por conta da estrutura e do trabalho feito pela comissão técnica e diretoria, o Internacional se tornou uma referência para as atletas brasileiras. Neste ano, vamos continuar aproveitando jogadoras formadas na casa, temos 12 profissionais que já tiveram passagem pelo Celeiro de Ases”, relata o executivo.