Brasil Expo Futebol atrai 50 mil pessoas e debate temas da indústria do futebol

O evento se consolidou como o maior da América Latina e contou com presidentes de clubes, especialistas das mais diversas áreas da indústria do futebol

No setor destinado onde os patrocinadores do futebol puderam expor seus produtos e realizar as ativações junto ao público, o clima era de extrema satisfação

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Brasil Expo Futebol atrai 50 mil pessoas e debate temas da indústria do futebol

São Paulo, SP, 09 – Após dois anos paralisado em razão da pandemia da covid-19, o Brasil Futebol Expo (BFExpo) voltou a ser realizado neste ano, em São Paulo, e recebeu aproximadamente 50 mil pessoas entre os dias 4 e 8 de setembro. O evento se consolidou como o maior da América Latina e contou com presidentes de clubes, especialistas das mais diversas áreas da indústria do futebol, exposição de marcas, entidades e agremiações, tudo isso em mais de 50 estandes espalhados pelo local, além de milhares de fãs, ex-jogadores e atletas amadores, da mais diferentes idades e regiões do país.

Bernardo Pontes, sócio da Alob Sports e especialista em marketing esportivo, foi quem intermediou as principais palestras do evento, entre elas, dos presidentes do São Paulo, Julio Casares, do Santos, Andrés Rueda, e do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. “Foi uma experiência única ser o mediador de tantos temas importantes da indústria do futebol, que trouxe enriquecimento de informações não apenas entre os palestrantes, mas para os milhares de players do futebol, estudantes e convidados, que puderam conhecer um pouco mais dos bastidores e do quanto o nosso futebol está crescendo nas mais diversas áreas”, disse.

No setor destinado onde os patrocinadores do futebol puderam expor seus produtos e realizar as ativações junto ao público, o clima era de extrema satisfação. “Aproveitamos a feira para mostrar os produtos que estão trazendo a campanha do centenário. É importante para todos os players do segmento desse mercado, como fornecedores, patrocinadores, parceiros, fornecedores de produtos licenciados e os outros clubes. Fizemos quiz interativo para os visitantes participarem e concorrerem a camisetas, brindes, cachecol, entre outras coisas”, afirma Thiago Pravatto, gerente de marketing do Avaí.

“É o maior evento de futebol do Brasil. O Juventude é um clube que está fora do eixo Rio-SP, então estar aqui mostrando um pouco dos nossos valores e da nossa marca, conversando com torcedores e pessoas dos mais diversos segmentos, nos faz ter uma aproximação com um público diferente”, aponta Fábio Pizzamiglio, vice-presidente de marketing e comunicação do Juventude.

Um dos clubes bastante assediados no evento foi o Fortaleza, que vem crescendo nos últimos anos. O clube contou com a presença do presidente Marcelo Paz, que comentou sobre gestão e a importância da Copa do Nordeste no cenário nacional, e também de profissionais do marketing. “É a oportunidade de nos encontrarmos com o mercado quase que em sua totalidade. Estamos afastados do eixo Rio-SP e aqui, em cinco dias de evento, é possível interagirmos como todo o tipo de público e expor o que está sendo feito. A ideia é tentar levar isso para Fortaleza também”, revela Márcio Persivo, gerente de marketing do clube.

De volta à elite do futebol paulista e em ascensão com a gestão atual, o estande da Portuguesa atraiu os amantes do futebol com brindes de copos e adesivos e a aparição do mascote do clube, o Leão. O presidente Antônio Carlos Castanheira, que marcou presença, fez questão de elogiar a grandeza do BExpo.

“A Portuguesa passa por um momento de reconstrução, é extremamente importante para a marca da instituição estar presente em um evento com as principais agremiações do futebol brasileiro. Nos primeiros dias, diversas startups procuraram nosso estande interessadas em buscar informações sobre a gestão e construir projetos em conjunto com o clube. Além disso, executivos também passaram por aqui elogiando a campanha do título da Série A-2 e o trabalho da direção, o que é muito gratificante para todos”, afirma Antônio Carlos Castanheira, presidente da Lusa.

GRANDES NOMES DO FUTEBOL

Se as marcas souberam como aproveitar o Brasil Futebol Expo (BFExpo), é possível dizer que as palestras realizadas no segundo andar do espaço foram a cereja do bolo da exposição. Com mais de 70 cursos, a feira levou nomes de peso do mercado e falou de tudo: desde gestão esportiva até temas como influenciadores e redes sociais, marketing, direito esportivo, comunicação, mercado de apostas e criptomoedas, além de streaming e transmissões esportivas.

“Falamos sobre o cenário atual e futuro do streaming e a distribuição de conteúdo, mostrando cases recentes desses modelos de transmissão e de outros players do mercado. Estamos falando de algo que não para de crescer, e o primeiro ponto é a questão do hábito do consumidor. A pandemia também despertou a criatividade de novos negócios, e no caso da NSports, estávamos bem posicionados e já tínhamos uma estrutura e um conhecimento aprofundado sobre o tema”, afirma Guilherme Figueiredo, fundador e diretor executivo da NSports, a mais completa plataforma de streaming esportivo do Brasil e que atende atualmente o canal oficial de streaming de mais de 20 entidades esportivas nacionais, trazendo novas receitas a partir da transformação digital das entidades.

Na parte esportiva, o papel do treinador no futebol também foi debatido, e dois nomes de peso estiveram presentes, casos dos técnicos Vítor Pereira, do Corinthians, e Luis Castro, do Botafogo. Já em planejamento estratégico para equipes de alta performance, Cícero Souza, gerente de futebol do Palmeiras, Bruno Spindel, executivo do Flamengo, e Rui Costa, executivo do São Paulo, falaram sobre como gerir um clube.

“Na indústria do futebol, não adianta participar de um projeto se não sei onde quero chegar. Mesmo que haja muitos recursos e condições favoráveis para implantação de um planejamento, é necessário ter em mente exatamente o que preciso e desejo, seja em um clube de primeira ou segunda divisão, se não o fracasso é quase uma obviedade”, afirmou o dirigente são-paulino.

Outro tema que vem ganhando destaque nos últimos anos e ganhou um curso exclusivo sobre o assunto foi sobre a tecnologia nas arenas esportivas. O Internacional e o estádio Beira-Rio, que são considerados exemplos de sucesso, foram representados vice-presidente de administração e patrimônio, Victor Grunberg, que contou algumas novas tendências que devem acontecer em breve em Porto Alegre.

“A direção trabalha há mais de dois anos em alternativas para aumentar a tecnologia no Beira-Rio e proporcionar novas experiências aos colorados, em um universo que engloba acesso ao estádio, carteirinha, compra de ingressos, plataforma para a realização do check-in, etc. Com isso, buscamos agregar as iniciativas para transformá-las em vantagens aos torcedores. Os novos conteúdos devem ser centralizados para facilitar a jornada de quem for estádio”, disse.

Já o presidente do Sport, Yuri Romão, que assumiu recentemente o cargo, o torcedor precisa ser sempre tratado como cliente. “Temos que facilitar a vida do torcedor ao estádio. Essa é uma preocupação constante da nossa gestão e a tecnologia pode ajudar. Precisamos tratar o torcedor bem para que ele sinta prazer, volte outras vezes e o clube até possa ter uma previsibilidade da chegada dele. A vida é muito corrida, então utilizar um app, por exemplo, pra pagar um estacionamento, comprar um ingresso ou um lanche, com certeza torna a ida ao estádio mais agradável e prática”, analisou.

Por fim, um dos últimos debates da feira, na quinta, foi sobre o mercado de tokens não fungíveis (NFTs), que ganharam forte notoriedade durante a pandemia e vem crescendo entre todas as áreas, desde clubes até confederações, conglomerados televisivos, atletas e ex-jogadores.

“É um evento que reúne a elite do esporte brasileiro. Uma oportunidade única de ouvir dos experts as mudanças e os avanços nos negócios de esporte no Brasil e no mundo, e no nosso caso sobre os NFTs, que vieram para ficar. Vamos discutir todas as possibilidades deste novo mercado, que pode parecer passageiro e volátil, mas que vão aproximar atletas com os seu fãs e trazer oportunidades para colecionadores que estão migrando do físico para o digital”, explica Sylmara Multini, CEO da IDG NFT, empresa que comercializa em bens digitais colecionáveis na esfera do esporte e entretenimento.

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