Brasil tem a defesa como trunfo extra na luta pelo hexa

Desde a chegada de Tite, time sofre em média um gol a cada três jogos

Brasil Defesa Copa do Mundo
Com Tite, Brasil sofre um gol a cada três jogos (Foto: Pedro Martins)

Campinas, SP, 19 – Depois de cinco dias de treinos em Turim, na Itália, a seleção brasileira chega neste sábado ao Catar para disputar a Copa do Mundo e leva na bagagem um trunfo extra para buscar o hexacampeonato: a força defensiva. Muito se fala na formação ofensiva da equipe, mas é também pela defesa que passa o fim de uma espera de 20 anos.

Com Tite, o Brasil tem retrospecto promissor. Desde que o treinador assumiu a seleção, há mais de seis anos, em média o time tem sofrido um gol a cada três jogos. Fruto de um trabalho consistente e de um grupo de jogadores de defesa consolidado na seleção.

RETROSPECTO DEFENSIVO

O retrospecto defensivo com o treinador foi ainda melhor em seus dois primeiros anos à frente da equipe. Entre agosto de 2016, quando Tite assumiu, e junho de 2018, quando se iniciou a Copa da Rússia, a seleção fez 21 partidas e viu seu gol ser vazado apenas cinco vezes – média de um gol a cada quatro jogos.

Ao todo, com Tite no comando, o Brasil realizou 76 partidas até a estreia na Copa do Mundo do Catar, diante da Sérvia, na próxima quinta-feira. Nessa sequência, foram apenas 27 gols sofridos. O problema é que três deles foram decisivos: os dois diante da Bélgica, nas quartas de final do Mundial da Rússia, e aquele que Di Maria marcou para dar o título para a Argentina na Copa América do ano passado.

Gol Di Maria Copa América Brasil Argentina
Gol de Di Maria deu o título da Copa América para a Argentina contra o Brasil (Foto: Andre Penner)

Ainda assim, os números comprovam que o Brasil é um time que toma poucos gols, e muito em função de um sistema defensivo entrosado. Do gol às laterais, passando pela zaga e os primeiros volantes, o time se alterou pouco nos últimos anos – o Estadão mostrou que, de maneira geral, cerca de 60% do grupo que está no Catar é diferente daquele que esteve na Rússia.

MESMOS NOMES

No papel, até houve a demonstração de uma busca por novas opções defensivas, em especial na zaga. Só que o retorno dado pelos escolhidos foi tão satisfatório à comissão técnica que muitos acabaram tendo poucas chances. É o caso de Bremer, que está no Catar mesmo tendo sido chamado apenas uma vez antes da convocação final.

“O Bremer teve a condição porque a carreira dele e seu desempenho em alto nível no Torino e na Juventus o chancelaram. Talvez nós não tenhamos olhado para ele com a devida atenção já antes. Ele se mostrou, quando veio aqui, com uma segurança impressionante, de um atleta de alto nível”, admitiu Tite no dia em que anunciou os 26 convocados.

DISPUTAS POR VAGA

O zagueiro teve pouco espaço até então porque a zaga é um dos setores menos afeitos à mudanças com a comissão técnica atual. Marquinhos e Thiago Silva, por exemplo, chegaram a ocupar o banco de reservas em algumas oportunidades, mas estão no grupo da atual comissão técnica desde sempre. E Eder Militão ganhou sua vaga no atual ciclo.

A disputa foi ainda mais inglória no gol, posição em que Alisson é titular desde que Tite assumiu. Não bastasse isso, ele tem seus reservas cativos, Ederson e Weverton. Os outros foram chamados no meio do caminho por mera eventualidade.

Nas alas, Alex Sandro ganhou a vaga na esquerda depois da Copa de 2018, e na direita Daniel Alves é figura carimbada. Há ainda Danilo, o preferido do treinador no atual ciclo. Quem completa o núcleo duro defensivo da seleção é o volante Casemiro, titular desde os primeiros anos de Tite.

Marcio Dolzan

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