Brasa e os talentos da comunicação

Aquele abraço amigos do futebol! Assim se manifestava o jornalista Brasil de Oliveira cada vez que falava na Rádio Central. E neste 10 de setembro, Dia da Imprensa, registra-se também o 10º aniversário da morte do "velho Brasa", como gostava de ser identificado.

Aquele abraço amigos do futebol! Assim se manifestava o jornalista Brasil de Oliveira cada vez que falava na Rádio Central. E neste 10 de setembro, Dia da Imprensa, registra-se também o 10º aniversário da morte do “velho Brasa”, como gostava de ser identificado.

Brasa deixou como principal ensinamento aos jornalistas esportivos a correção da notícia e, sobretudo, a obcessão pela antecipação dos fatos, quer através do furo (notícia com exclusividade), quer por comentários projetando circunstâncias. “Não chuto cachorro morto”, repetia sempre, para justificar que não valia-se de oportunismo para criticar dirigentes e atletas sobre erros. “É obrigação do comentarista esportivo conhecer pelo menos superficialmente o jogador contratado pelos clubes.

Caso desconheça, e por isso se esquiva de antecipar a opinião, não tem o direito de tripudiar posteriormente”, justificava.

Por essas e outras que Brasil de Oliveira se diferenciava no meio, mas, se vivo fosse, de certo gostaria de ver talentosos companheiros também reconhecidos, como o mestre Sérgio José Salvucci, que morreu no dia 20 de abril de 1997 e deixou uma lacuna no rádio campineiro.

Salvucci tinha a dávida da oratória. Era capaz de, sozinho, “segurar” um programa esportivo de 30 minutos, embora na maioria das vezes dividia o comando do programa Radar dos Esportes, na Rádio Brasil de Campinas, com o radialista Renato Silva, o repórter “bico fino”, que morreu no dia 11 de novembro de 1999.

Não bastasse o reconhecimento profissional como homem de comunicação, Renato era cantor da noite, e dos bons. Era, sobretudo, uma figura humana singular.

Claro que morreu um pouco do rádio esportivo campineiro com a partida desse trio inesquecível, mas felizmente profissionais talentosos continuam dando vida ao segmento, casos de José Arnaldo, Valdemir Gomes, Carlos Batista, Valdenê Amorim, João Carlos de Freitas, Alberto César, Roberto Diogo e Vagner Ferreira, entre outros.

Décadas passadas, o rádio teve profissionais do gabarito de Pereira Neto, Pereira Esmeriz, Alfredo Orlando, Wilson José, Jorge Ferreira dos Santos, Paulo Moraes, Renato Leal, Osvaldo Luís, Zaimam de Brito Franco, Sérgio Jorge, Antonio Carlos de Júlio, Edson de Souza, Mário Celso, Artur Eugênio, Sidnei Defendi, Oliveira Andrade, Romeu César e Luiz Ceará.

A rigor, Renato Silva premiava anualmente com troféus jornalistas, radialistas e personagens de destaque da vida pública e privada da cidade.

Nas últimas décadas, nas editorias de esportes, as redações de jornais contaram com profissionais da grandeza de Valter Abrucês, Jânio Henrique Valim, Eduardo Mattos, Marcelo do Canto, Élcio Paiola, José Francisco Pacola e Paulo César do Nascimento. E hoje, jornalistas como Carlo Carcani, Silvio Begatti e Laine Turatti ainda sugerem pautas criativas.

Observação: que baita editor de esportes foi Eduardo Mattos!Entre os entes queridos que se foram fica a lembrança dos narradores de futebol Washington Luís de Andrade, Clóvis Pereira, Dionísio Pivatto e Dirceu José Vicente. Igualmente a lembrança do polêmico comentarista Nadir Roberto, do repórter Domingos de Almeida Costa -o Bolinha-, e dos jornalistas Valter Belenzani e Atílio Maganini, ambos ligados ao esporte amador de Campinas.

O objetivo da coluna, às vésperas do Dia da Imprensa, foi resgatar brilhantes profissionais do passado e enaltecer aqueles que ainda continuam no “ofício”. Eventualmente um ou outro profissional de destaque da “pena” ou do “microfone” pode não ter sido citado e a esse fica o antecipado pedido de desculpa.

Fora do esporte, reconhecimento a eterna editora Vilma de Barros Mattos, uma visão jornalística fantástica nos tempos do simpático “Jornal de Domingo”, semanário já extinto.