Bozó, o irreverente que ousou sentar na bola contra a Lusa
Bozó, o irreverente que ousou sentar na bola contra a Lusa
Bozó, o irreverente que ousou sentar na bola contra a Lusa
Quando o ex-ponteiro-esquerdo Bozó, do Guarani, fez companhia ao ex-meia Renato ‘Pé Murcho’ na volta olímpica com a taça de bolinhas, no intervalo do jogo contra o Fortaleza, recentemente no Estádio Brinco de Ouro, torcedores bugrinos reviveram o epílogo do Campeonato Brasileiro de 1978, que culminou com a conquista do título sobre o Palmeiras, num domingo de 13 de agosto.
Ambos, em suas respectivas funções, foram preponderantes àquela conquista, com prevalecimento da técnica e velocidade de Renato, e espírito guerreiro de Bozó, cuja função tática era recomposição para ajudar o meio de campo.
À época a composição do time bugrino era mesclagem de jovens e experientes, que protagonizaram arrancada de 12 partidas sem derrota, a partir da surpreendente goleada por 3 a 0 sobre o Inter (RS) em pleno Estádio Beira-Rio, com gols de Zenon, Capitão e Bozó.
Foi uma resposta ao irônico comunicador gaúcho de televisão Lauro Quadros, que havia feito citação prévia de ‘ataque de circo’ àquele do time bugrino.
SENTAR NA BOLA
Bozó era irreverente. Na noite de 16 de maio de 1979 ele protagonizou cena marcante ao sentar-se na bola em jogo contra a Portuguesa, lembrando gesto zombeteiro do ponta Noca da Ponte Preta.
Num dérbi de 1954, quando a Ponte Preta goleou o Guarani por 4 a 0, ele aplicou drible seco num adversário, deixando-o estatelado no chão. Foi quando o pontepretano sentou na bola, enquanto aguardava o bugrino se levantar. Consequência: Noca foi expulso.
No caso de Bozó, o Guarani vencia os lusos por 2 a 0 – gols de João Carlos e Zenon -, no Estádio Brinco de Ouro, quando o árbitro Márcio Campos Sales marcou pênalti contestadíssimo pelos jogadores adversários, que tentavam impedir a cobrança.
Cada vez que a bola era colocada na marca de cal, alguém a tirava do lugar. Foi quando Bozó teve a iniciativa de sentar nela, para que ninguém se aproximasse.
Todavia, aquela atitude serviu para colocar mais combustível no fogo. O zagueiro Pradera partiu pra cima dele, e a partida ficou paralisada durante seis minutos.
No reinício, com Zenon convertendo o pênalti, a Portuguesa colocou em prática o cai-cai, por ordem do saudoso treinador Oswaldo Brandão. Como Paraná, Eudes, Dema, Edson e Bolívar simularam contusões, a partida foi encerrada.
NOME DE RUA
Bozó e todos jogadores campeões de 78 foram homenageados com nome de rua no DIC I, em decreto do saudoso prefeito de Campinas Francisco Amaral.
No caso dele vale o nome de registro: Luís Augusto de Aguiar, paulistano de 66 anos de idade, com passagens por São Bento, Atlético Mineiro, Santos, Flamengo, Ferroviária e Sport Recife.