Blog do Ari: Que tal Fessin na lateral?
Seria uma boa experiência na Macaca que poderia revelar um grande lateral para o futebol. Ele terá mais chances pela beirada
Concordei de imediato, mesmo sem dimensionar como sairia Fessin como marcador de atacantes de beirada de campo.
Campinas, SP, 9 (AFI) – Raramente troco ideia sobre futebol com o jornalista Élcio Paiola, meu amigo de 43 anos e diretor do Portal FI, até porque ele reserva maior parte de seu tempo para cuidar de assuntos administrativos e financeiros da empresa.
Na rápida troca de informações, eis que ele crava uma aposta que teria validade para o meia Fessin, da Ponte Preta.
“Na lateral-direita teria mais chances de vingar no futebol”.
Concordei de imediato, mesmo sem dimensionar como sairia Fessin como marcador de atacantes de beirada de campo.
Logo projetei um baita campo aberto pra avanço e a velocidade dele pra levar a bola ao fundo de campo, ou fazendo a diagonal em busca da melhor opção de jogada.
Pode dar errado? Claro que pode, mas não custa tentar.
FELIPE SARAIVA
Isso me fez recordar as ‘centas’ vezes que preguei no deserto ao sugerir o remanejamento do atacante de beirada e ex-pontepretano Felipe Saraiva à lateral-direita.
Ora, está claro que no ataque não vingou e não vai dar certo, porque ainda não encontrou o caminho do gol.
Todavia, se ele tem velocidade para fazer transição, é condutor de bola, por que até hoje não o testaram como ala, cujo papel seria simplificado a levar a bola ao ataque?
Aí, quando perguntam os motivos de cartolas do futebol brasileiro importarem tantos treinadores, umas das respostas está aí.
REMANEJAMENTOS
E saber que no passado treineiros de ‘olho clínico’ apurado projetavam com sucesso transformar um ponta-de-lança como Fábio Luciano em zagueiro, ainda nos tempos de Ponte Preta; um meia como Dario Pereyra em quarto-zagueiro no São Paulo;
ponteiros-esquerdos como Cafu, Toninho Baiano e Bezerra em laterais-direitos e esquerdo, com Bezerra encerrando a carreira na zaga do São Paulo. E o ousado e saudoso Cilinho contrariou qualquer princípio de lógica para ajustar um zagueiro, como o saudoso Marcão, em centroavante do XV de Jaú.
Por que? Com aqueles dois metros de altura de Marcão, Cilinho imaginou e acertou que Marcão seria um cabeceador por excelência e faria vários gols, como fez.
KLEINA
Se a treinadorzada de hoje sequer tem feito o ‘basicão’, de enxergar o vaivém de bola rolando, como cobrar alcance para adaptar o melhor posicionamento de jogadores?
Portanto, seria utopia imaginar que um dia o treinador da Ponte Preta, Gilson Kleina, teria imaginado como cabível uma improvisação de Fessin na lateral-direita.
Dele cobra-se, sim, que tenha discernimento que ao escalar o lento quarto-zagueiro Fabrício, o seu miolo de zaga fica posicionado lá atrás. Não avança nem a pau.
E não avança por que?
Porque Fabrício é ciente que não tem velocidade pra acompanhar atacante adversário caso tenha um corredor pra disputar a bola com ele.
Logo, se imagina apenas um zagueiro de cobertura sem necessidade de dar piques e o mérito do bom passe na saída de bola.
Só que essa postura provoca distanciamento dos compartimentos da equipe pontepretana, e assim amplia os espaços para o adversário trabalhar a bola.
Foi assim na derrota para o São Bernardo e, na hipótese de Kleina ainda não ter diagnosticado essa obviedade, que os seus pares de comissão técnica e presidente Marco Eberlin o alertem sobre isso antes de a bola rolar em Araraquara, no jogo em que a Ponte Preta vai enfrentar a Ferroviária na noite desta quarta-feira.