Blog do Ari - Há sim jogadores contratáveis, por aí; que tal discuti-los?

Em competições regionais ainda é possível detectar 'promessas' e realidades, mesmo já atrelados a empresários. É preciso discernimento.

Os tais executivos de futebol entram na conversa de empresários próximos e aí, a cada final de temporada, o torcedor fica a questionar

Chay - Botafogo
Chay tem lenha pra queimar. (Foto: Vítor Silva - Botafogo)

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Campinas, SP, 30 (AFI) – Fim de contratos de uma série de boleiros de Ponte Preta e Guarani, o assunto agora é reformulação.

É aí que, infelizmente, os tais empresários do futebol deitam e rolam. Alguns com palpites, outros com imposição, e assim vão ‘inchando’ elencos, desconsiderando a cobrada qualidade.

Como hoje, em Campinas, já não se faz dirigente de clube como Peri Chaib e Geraldo Camargo, na Ponte Preta; Beto Zini e o saudoso Sidnei Pavan, no Guarani, os tais executivos de futebol entram na conversa de empresários próximos e aí, a cada final de temporada, o torcedor fica a questionar como tal atleta integrou o elenco de seu clube.

Lembram dos tais olheiros do passado, sinônimos de lucratividade para Guarani e Ponte Preta?

Era gente com discernimento para descobrir atletas valorosos sabe-se lá aonde. Mas a conferência do indicado era feita ‘in loco’ sobre as respectivas características.

Em competições regionais ainda é possível detectar ‘promessas’ e realidades, mesmo já atrelados a empresários.

SUPOSTOS REFORÇOS

Apenas com finalidade de brotar discussão de jogadores que se destacaram na findada Série B, contratáveis ou não, aqueles que ficaram de antena ligada nos jogos de certo estão habilitados a entrar na roda para opinar.

Dos diversos goleiros com atuações destacadas na competição, fixemos em Michael, do ABC, que praticou defesas notáveis nas partidas em que a equipe dele reagiu tardiamente na competição.

Hereda, lateral-direito que o Náutico emprestou ao CRB, é daqueles que colocam em prática rápida transição ao ataque e acerto nos cruzamentos. Como ninguém é completo na citada posição, ele tem, sim, algumas restrições como defensor, até porque avança com frequência e deixa ‘buracos’ nas costas.

RODRIGO SAM E ALIX

Com 28 anos de idade, o zagueiro Rodrigo Sam foi preponderante na defesa do Mirassol, embora, por vezes, chegue a lembrar do saudoso Moisés, com passagens por Bangu e Corinthians décadas passadas, que abusava de jogadas violentas.

Sam é dos tais zagueiros de velocidade nas disputadas diretas com atacantes adversários, assim como sabe se desvencilhar deles para sair jogando e, incontinenti, mostrar acerto no passe.

A gratíssima surpresa na quarta-zaga foi Alix (com ‘i’, sim senhor), 23 anos de idade, que o Atlético Goianiense foi buscar por empréstimo no Fortaleza. Atleta de 1,95m de altura, é soberano no jogo aéreo, mas no chão também sabe jogar.

Dos laterais-esquerdos, não bastasse a facilidade de Guilherme Biro, do Mirassol, para levar a bola ao ataque, se beneficia da estatura de 1,84m para a bola aérea defensiva e ofensiva.

Paulo Victor, que o Ceará buscou por empréstimo no Inter (RS), 22 anos de idade, se destaca no apoio ao ataque, além de Mário Sérgio, do Ituano, que nesta temporada não repetiu aquilo já demonstrado.

FALCÃO

Quem viu o futebol estiloso do volante Falcão, no CRB, fica a questionar por que isso não foi repetido nas passagens por Bahia, Tombense e Avaí?

Falcão, 25 anos de idade, tem característica de desarmar a maioria das jogadas sem recorrer às faltas, e tem participação preponderante na saída de bola de trás, como se fosse um terceiro zagueiro.

Embora sem a mesma versatilidade de Falcão, o volante Tárik, do Botafogo de Ribeirão Preto, também se adapta quando escalado na zaga, assim como tem facilidade para se projetar à área adversária na tentativa de definição de jogadas.

CHAY

Com direitos econômicos pertencentes ao Botafogo (RJ), o meia-atacante Chay passou a temporada emprestado ao Ceará, mas seguidas lesões impediram que repetisse o futebol de facilidade para organização das jogadas e assistências.

Dos atacantes de beirada, boa cotação para Douglas Baggio, do Novorizontino, e Erick Pulga, do Ceará.

E vejam que Baggio ainda não repetiu aquilo já mostrado em 2018 quando vinculado ao Boa Esporte, enquanto Pulga é habilidoso e, numa sequência de jogos em equipe organizada, a probabilidade de rendimento é ainda maior.

Dos centroavantes por aí, coloquem Ytalo, do Sampaio Corrêa, em boa cotação.

Embora vários dos 13 gols marcados na última Série B foram em cobranças de pênaltis, foi um bom retrospecto para quem participou de 32 partidas e numa equipe sem a devida qualidade, tanto que foi rebaixada à Série C do Brasileiro.

Calma. Esse selecionado não significa que tenha sido o melhor da competição terminada sábado passado, mas de vários jogadores supostamente contratáveis.

Assim, dirigentes não precisam ficar exclusivamente nas indicações de empresários, ou palpites nem sempre procedentes de executivos do futebol.