BLOG DO ARI: Guarani não reage com apenas mais intensidade
Apesar da pequena melhora, Guarani sofreu o empate nos acréscimos diante do Vila Nova. Seria uma vitória enganosa do Bugre no Brinco de Ouro.
No mais, dois chutes de Rodrigo Andrade de fora da área, no segundo tempo, para defesas fáceis do goleiro Tony que sequer mereceriam registros.
Campinas, SP, 3 (AFI) – Um quarto do Campeonato Brasileiro da Série B já se foi e o Guarani conquistou apenas uma vitória, naquele 1 a 0 sobre o Criciúma na quarta rodada, em Campinas, dia 27 de abril.
Havia expectativa de seu torcedor que o seu time pudesse se reabilitar diante do Vila Nova, e a esperança foi alimentada até os 48 minutos do segundo tempo da partida disputada na noite desta quinta-feira, no Estádio Brinco de Ouro.
Foi aí que o zagueiro Ronaldo Alves bobeou na jogada do atacante Rubens, do Vila Nova, já dentro da área, e o goleiro Kozlinski cometeu pênalti convertido pelo meia Arthur Rezende.
Assim, com o empate por 1 a 1, frustrado, restou-lhe vaiar a sua equipe ao término da partida.
O ponto conquistado – agora nove – foi insuficiente para tirá-lo da lanterninha da competição, embora tenha se igualado a Tombense, Náutico e Ponte Preta na pontuação. Entretanto, perde nos critérios de desempate, pois conta com três gols negativos.
SERIA ENGANOSA
Se não ocorresse o pênalti para o Vila Nova, seria uma vitória enganosa do Guarani. E provavelmente poucos teriam a ousadia de ressaltar isso.
Pelos desajustes do Vila Nova, seria obrigação o time bugrino vencer, mesmo sem repetir performance mostrada contra São Paulo e Corinthians no Paulistão.
Exceto aquela arrancada do atacante Bruno José pelo lado esquerdo e cruzamento rasteiro logo no início, em que Yago chegou atrasado para o arremate, apenas mais um lance de lucidez ofensiva: aquele do gol, aos 26 minutos.
LUCÃO
Paradoxalmente foi jogada de contra-ataque do Guarani, ocasião em que o volante Rodrigo Andrade ganhou disputa aquém do meio de campo bugrino, esticou a bola para Yago na velocidade, pela direita, e na finalização houve desvio da zaga. Aí o centroavante Lukão aproveitou a sobra oferecida para marcar.
E só.
No mais, dois chutes de Rodrigo Andrade de fora da área, no segundo tempo, para defesas fáceis do goleiro Tony que sequer deveriam integrar nos registros.
INTENSIDADE
Portanto, o Guarani, agora com o treinador Marcelo Chamusca, só ganhou mais intensidade, comparativamente ao antecessor Daniel Paulista.
Seu volume de jogo se caracteriza até as proximidades da área adversária, para posteriormente faltar capacidade de infiltração ou jogadas de fundo de campo.
Se durante o primeiro tempo era nítida a vantagem que Bruno José levava na marcação do improvisado Moacir na lateral-direita, não havia sequência das jogadas por falta de aproximação de companheiros, quer o lateral-esquerdo Matheus Pereira, quer o meia Giovanni Augusto.
São nestas situações que se cobra percepção de treinador para enxergar as peças do tabuleiro e saber movê-las.
ERRO CORRIGIDO
Pois no andar da carruagem o buraco a ser explorado no lado direito da defensiva goiana foi fechado com reforço de marcação, e o Guarani passou a não criar absolutamente nada em todos setores da ofensiva, embora reconheça-se o empenho de seus jogadores.
Já o Vila Nova, que não conseguia se organizar ofensivamente durante o primeiro tempo, foi modificado no segundo tempo, embora até de forma tardia por parte de seu treinador Dado Cavalcante.
GANHO NAS TROCAS
A ineficiência do centroavante Daniel Amorim, do Vila Nova, recomendava que Rubens o substituísse bem antes dos 39 minutos do segundo tempo.
Que o meia Wagner é mais produtivo de que Matheusinho, mesmo pra jogar meio tempo, é outro aspecto notório, assim como não se compara a mobilidade de Victor Andrade que substituiu o apenas voluntarioso atacante de beirada Jean Silva.
Portanto, a queda brutal de um rendimento que já não era satisfatório do Guarani tem alguma coisa a ver com o maior sentido de organização do Vila Nova, na segunda metade do segundo tempo, com as alterações feitas.
No Guarani, diferentemente, quando se substitui peças, o reflexo é que tudo fica do mesmo tamanho, ou há queda de rendimento, como se registrou mais uma vez nesta quinta-feira.
CONTRA O RIVAL
Enquanto ganhava o jogo do Vila Nova, outro consolo do torcedor bugrino foi quando o serviço de som do estádio anunciou a virada no placar sofrida pela Ponte Preta diante do Sport Recife, por 2 a 1.
Evidente que naquela altura o bugrino sequer imaginava que no frigir dos ovos terminaria a noite abraçado com o principal rival no Z4 da competição, uma situação humilhante para uma cidade do porte de Campinas.