Há várias razões para denominar este dérbi campineiro desta forma. É triste ver a Ponte Preta e Guarani na briga para não cair na Série B.
Se no passado o fator campo e torcida tinha interferência, hoje boleiro nem liga para barulho das arquibancadas. Não acho que isso interfira
Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 19 (AFI) – Aí o parceiro Élcio Paiola, diretor do portal Futebol Interior – que graças a Deus não interfere em minhas publicações – sugere que eu avalie quem é melhor tecnicamente: Ponte Preta ou Guarani?
E acrescenta: diferença pode ser a torcida?
Respondi de pronto: depois que eu vi o então lateral-direito Édson Abobrão, da Ponte Preta, ser expulso de campo aos 40 segundos do dérbi de 1983, no Brinco de Ouro, e mesmo assim sair vencedora por 1 a 0, qualquer previsão pode ir para as ‘cucuias’.
Na ocasião, a entrada violenta de Édson sobre o então meia Neto não foi tolerável, pois o árbitro Almir Ricci Peixoto Laguna aplicou o cartão vermelho para o pontepretano.
Se no passado o fator campo e torcida tinha interferência, hoje boleiro nem liga para barulho das arquibancadas.
PRESSÕES EXTERNAS
O ex-treinador José Roberto Fernandes, em publicação no Facebook, realça que pressões externas podem desestabilizar jogadores, e por isso eles devem ser blindados.
Cita que transmitir carga exagerada ao atleta pode induzi-lo tanto à agressividade como à desconcentração.
Logo, o tempero na dosagem da cobrança é essencial.
DÉRBI DO MEDO
A maior caracterização para este dérbi é o jogo do medo.
No fundo, bem no fundo mesmo, o pontepretano tem até insônia quando avalia a hipótese de suposta derrota para o principal rival, pois caso seja confirmada a colocaria em atoleiro ainda maior.
E o bugrino então? A incerteza da equipe, mesmo quando vence – como ocorreu contra o CRB – resulta em arrepio de medo.
Só de imaginar a rival alargando a sua ‘cova’, rumo à Série C, ele já tem calafrios.
DEFESAS RUINS
Medo porque ambas defesas não são confiáveis.
No Guarani, aquela trapalhada no gol do CRB, começando por Salustiano, passando por Jefferson e culminando com Bacelar foi esquecida?
De certo o treinador pontepretano Nelsinho Baptista imagina explorar as oscilações do lateral-esquerdo Émerson Barbosa, do Guarani, que retorna à equipe, atleta que tecnicamente quase se nivela ao reserva Jefferson.
Medo por parte dos pontepretanos, pois na reta de chegada desta Série B do Brasileiro persiste a dúvida sobre qual a dupla de zaga que mais casaria para escalação no dérbi.
JEH JOGA E AIRTON?
Medo e desconfiança de ambos os lados. Se oportunidades claras de gols fossem convertidas, ainda vai lá.
O retorno do centroavante Jeh é o principal trunfo da Ponte Preta, pois provoca preocupação permanente a adversários quer na bola aérea, quer no chão.
Sem Airton, o Guarani deposita confiança nas arrancadas de seu atacante João Victor e conclusões de Caio Dantas.
E aí: prevalece o medo para encaminhamento do jogo com cheiro de empate, ou por se tratar de dérbi tudo pode acontecer?
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