Convenhamos que agora ficou extremamente difícil para o velho Bugre. Disso, não há como discordar. Só resta a matemática.
Culpados são dirigentes incompetentes que não souberam montar um elenco pelo menos razoável, para não atingir a 27ª partida na lanterna
Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 29 (AFI) – Embora como mandante, havia dúvida sobre a capacidade de o Guarani passar pelo Novorizontino, que briga no pelotão de cima desta Série B do Brasileiro. E deu visitante por 2 a 0 na noite desta terça-feira, no Estádio Brinco de Ouro.
Dizem que enquanto existir esse troço chamado matemática, jogar a toalha jamais. Convenhamos que agora ficou extremamente difícil para o velho Bugre. Disso, não há como discordar.
Para piorar, se antes sete clubes estavam embolados no risco de rebaixamento, a vitória da Chapecoense sobre o Brusque por 1 a 0, nesta terça-feira, encaminha a salvação dela, visto que chegou aos 40 pontos, juntando-se ao Paysandu.
Se estão próximos de se salvar, a tendência é que a luta contra o rebaixamento deve ficar restrita basicamente a cinco clubes, pois o surpreendente Botafogo de Ribeirão Preto venceu o Amazonas por 1 a 0, mesmo jogando em Manaus, saltando para 39 pontos.
GANHAR TODAS
Já o Guarani, mantido com 31 pontos e mais 12 em disputa na competição, num primeiro cenário teria que ganhar os quatro jogos restantes.
Todavia, considerando-se a tendência lógica de pontuação um pouco inferior aos 43 pontos para escapar de vez da degola, matematicamente ainda é possível.
Suponhamos que clubes com até 41 pontos possam escapar. E aí: teria condições o Guarani de ganhar três jogos e empatar outro em confrontos contra Goiás e Brusque enquanto visitante, além daqueles que vai recepcionar, como Amazonas e Ceará?
Que sequência de tabela complicada!
ERROS VITAIS
E vejam que o Novorizontino nem precisou repetir atuações que sempre o deixaram no pelotão de cima.
Bastou um bem ajustado sistema de marcação para neutralizar a maioria das tentativas dos jogadores bugrinos.
Além disso, contou com duas falhas cruciais do compartimento defensivo do Guarani, em duas cobranças de escanteios.
Primeiro aos 26 minutos, em levantamento de Marlon, para o zagueiro Rafael Donato ganhar a jogada por cima, em lance que contou com hesitação do goleiro Pegorari.
Depois, em cobrança no primeiro pau, quando o meio-campista Geovane ganhou a disputa de Jefferson e Matheus Salustiano, com a bola ainda resvalando neste último, tanto que o árbitro Anderson Daronco assinalou gol contra do defensor bugrino.
GUARANI ATÉ TEVE CHANCES
Se afora isso o Novorizontino não criou mais nada ofensivamente, ao longo da partida o Guarani criou duas chances reais de gols, ainda no primeiro tempo.
Em cruzamento do lateral-esquerdo Jefferson, num dos raros vacilos de marcação do miolo de zaga do Novorizontino, o centroavante Caio Dantes apareceu livre, testou a bola para o canto direito, ocasião que apareceu o goleiro Jordi para praticar difícil defesa.
Depois, em falha de Patrick ao cabecear a bola para trás, o atacante bugrino Bruno Mendes apareceu livre e finalizou sem ângulo no peito de Jordi.
O chute de fora da área, do volante Matheus Bueno, só causou alguma dificuldade ao goleiro Airton, que havia substituído Jordi, porque a bola quicou pouco antes de chegar nele.
UMA BOA GORDURA
Ainda bem que o Novorizontino construiu recomendável ‘gordura’ ao longo da competição, sem que dependesse de atuações de jogadores como Marlon, Waguininho, Lucas Cardoso e Pablo Dyego, que erraram bastante.
Apesar da derrota, ficou clara a voluntariedade dos jogadores bugrinos, que correram bastante para evitar esta catástrofe.
Problema é que vários deles são extremamente limitados e não se pode cobrar mais daquilo que o atleta consegue desenvolver.
Culpados são dirigentes incompetentes que não souberam montar um elenco pelo menos razoável, para não atingir a 27ª partida na lanterna da competição.