Blog do Ari: Carpini dá virada no Guarani

O técnico Thiago Carpini mexe no Santo André e o time vira sobre o Guarani, que abriu 2 a 0 e foi dormir com 3 a 2

Treinador não apenas ganha como pode ter parcela significativa de culpa na derrota. É o que revela o Blog do Ari, que analisa a virada no Brinco

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Guarani vacilou no fim. Foto: Thomaz Morastegan

Campinas, SP, 27 (AFI) – Blog do Ari. Quando lhe impuserem o obsoleto conceito de que treinador não ganha jogo, lembrem ao dito cujo que a retumbante virada do Santo André sobre o Guarani por 3 a 2 contou com o dedo do comandante da equipe visitante, Thiago Carpini, na noite deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro.

Treinador não apenas ganha como pode ter parcela significativa de culpa na derrota.

Podem colocar na conta de Daniel Paulista, do Guarani, a falta de percepção de que o acaso havia colocado a sua equipe na enganosa vantagem por 2 a 0 durante o primeiro tempo, e que aquela postura essencialmente defensivista não seria recomendável para a sustentação do resultado.

Como o Guarani chegou ao gol logo aos quatro minutos, quando o centroavante Lucão, de costas para a meta adversária, girou e finalizou com sucesso, após cruzamento da esquerda através do lateral Matheus Pereira, em nada havia recomendação para aquele excessivo recuo da equipe, objetivando administrar a vantagem.


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Giovanni Augusto cobrou pênalti, que foi bem marcado

CONTRA-ATAQUES

Era clara a proposta bugrina de contra-golpear em velocidade e assim explorar supostos buracos na defensiva do Santo André, que havia se soltado ao ataque em busca do empate.

Na prática, o aplicado sistema de marcação do Guarani impedia espaço para penetração do Santo André, principalmente porque ele rodava a bola com lentidão.

E o acaso deu ao Guarani o segundo gol, em sua segunda chegada à área adversária, aos 28 minutos, quando o atacante Júlio César cruzou e a bola bateu no braço do volante adversário Sabino dentro da área.

O pênalti incontestável foi convertido pelo meia bugrino Giovanni Augusto e mais nada de prático se viu de ambos os lados até o intervalo.


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O que parecia desta, virou decepção ao Guarani. foto: Thomaz Marostegan – GFC

MEXIDA ESTRATÉGICA

Embora agitado na área técnica destinada aos comandantes de equipes, Carpini enxergou deficiências do Guarani a serem exploradas.

Já voltou para o segundo tempo sacando o seu lateral-esquerdo Tallisson e ousou colocar um atacante de beirada, caso de Bruno Xavier.

Por ali o Santo André ganhou maior volume ofensivo e objetividade, tanto que Xavier colocou o atacante Júnior Todinho em condições de marcar, mas ele foi travado na finalização pelo zagueiro Ronaldo Alves, aos cinco minutos.

Como Xavier levava vantagem sobre o lateral bugrino Diogo Mateus, o Santo André passou a ter direito a seguidos escanteios, sendo que aos 20 minutos, na cabeçada de Todinho, a bola foi rebatida pelo travessão, mas ele próprio aproveitou a sobra e marcou.

DANIEL PAULISTA

Como o Santo André teve o domínio da partida desde o primeiro tempo, exigiu desgaste dos meio-campistas bugrinos e o treinador Daniel Paulista só começou a ter essa percepção aos 21 minutos do segundo tempo, quando projetou oxigenar o time com a entrada de Índio no lugar de Rodrigo Andrade.

Se teve validade a entrada do volante Eduardo Person no lugar de Yago, na tentativa de tirar a liberdade de Xavier, não se observou que o igualmente cansado Bruno Silva também deveria ter saído ali, e não aos 35 minutos, quando o Santo André já havia chegado ao empate.

A rigor, o segundo gol do Santo André foi fruto de repetição de bola aérea sobre o bugrino Diogo Matheus.

Zagueiro Luís Gustavo, do time do ABC, já havia feito isso aos dois minutos do segundo tempo, com bola no travessão, mas na segunda tentativa, após cobrança de falta, testou a bola longe do alcance do goleiro Kozlinski do Guarani: 2 a 2.


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Santo André assustou o Guarani

EXPULSÃO E VIRADA

As imponderações do futebol fizeram o duvidoso dar certo após a expulsão do meia Giovanni, do Santo André, que sequer ficou dois minutos em campo, após ter praticado falta violenta e por trás aos 41 minutos.

Foi quando Carpini já se dava por satisfeito com o empate, tanto que sacou Todinho para a entrada de Carlos Jatobá.

E não é que o destino reservou o gol da virada em mais um lance de bola parada, que se ofereceu para Jatobá marcar de cabeça, aos 49 minutos.

PONTE PRETA

Esta vitória do Santo André foi pior para a Ponte Preta, pois esse concorrente direto a ultrapassou na pontuação, sendo dez a oito, respectivamente.

Caprichosamente o pontepretano se dispôs a esperar vitória de seu maior rival – o Guarani -, mas as armadilhas da bola fizeram com que as coisas fossem erradas.


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