E mais uma vez Artur Jorge, treinador do Botafogo, mostrou o porquê é diferenciado da maioria. Deu consistência ao seu time.
Ele não quis desprezar a sua força ofensiva, e taticamente soube coordenar a recomposição, com recuo alternadamente de meias e atacantes
Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 30 (AFI) – Artur Jorge fez diferença. Choro & choro nesta final de Libertadores, no começo da noite deste sábado em Buenos Aires (AEG), palco da decisão em que o Botafogo carioca venceu o Atlético Mineiro por 3 a 1.
Esse troço chamado futebol provoca fuga do controle emocional.
Quanta emoção para o lídimo e inédito campeão Botafogo!
Que espírito de luta do guerreiro Atlético Mineiro, que em nenhum momento deixou de acreditar que seria possível reverter o resultado adverso.
Torcedores, jogadores e membros de comissões técnicas de ambos os lados vertendo em lágrimas pela situação provocada.
Como controlar a emoção num jogo que provocou enormes alternativas?
Se o qualificado Botafogo é capaz de ganhar a partida com um homem a menos desde os 40 segundos de partida, quem está do seu lado teria mais é que ir à loucura.
Torcedores do ‘galo mineiro’ viram em campo um time guerreiro, que deu esperanças para reverter resultado adverso, e isso só não ocorreu porque o mesmo Vargas, que diminuiu a vantagem botafoguense, com menos de dois minutos do segundo tempo, conseguiu perder duas chances incríveis para empatar.
GREGORE IMPRUDENTE
O torcedor botafoguense ‘suou frio’ quando aos 40 segundos o volante Gregore levantou o pé que atingiu a cabeça do volante Fausto Vera, do ‘galo mineiro’, e acabou justamente expulso.
Ora, como enfrentar um adversário numa decisão com um homem a menos, justamente o Botafogo que não poupou titulares na vitória por 3 a 1 sobre o Palmeiras, na terça-feira passada?
Era natural que a equipe carioca teria que se desgastar bem mais para enfrentar um adversário que optou por colocar um time reserva contra o Juventude, na mesma terça-feira.
ARTUR JORGE É DIFERENCIADO
E mais uma vez Artur Jorge, treinador do Botafogo, mostrou o porquê é diferenciado da maioria.
Se a lógica indicava ‘sacar’ um atacante para recomposição de um setor de marcação – na cabeça da área – Artur Jorge não quis desprezar a sua força ofensiva, e taticamente soube coordenar a recomposição, com recuo alternadamente de meias e atacantes, de forma que a sua equipe não perdesse a consistência defensiva.
Aí, prevaleceu a capacidade de sua equipe em raras jogadas ofensivas, para construção da vantagem por 2 a 0 durante o primeiro tempo, com participação ativa do atacante Luiz Henrique.
Ele abriu a vantagem aos 35 minutos e sofreu o pênalti convertido pelo lateral-esquerdo Alex Telles aos 43 minutos.
TROCAS OPORTUNAS
No segundo tempo, com predomínio do Atlético Mineiro na posse de bola e incursões pelo lado direito, através de seu atacante Hulk, Artur Jorge teve a percepção da necessidade de reforçar o setor com jogador mais afeito à marcação, caso de Marçal, mas ainda assim Hulk exigiu defesa difícil do goleiro Jhon.
A troca do já cansado meia Almada por Matheus Martins visou ganhar mobilidade quer na recomposição, quer para acelerar jogadas no ataque.
E como era visível o desgaste do atacante Luiz Henrique, a entrada de Júnior Santos foi decisiva para ajudar na marcação e também usar a sua individualidade.
Foi assim que aos 52 minutos do segundo tempo ele escapou da marcação de dois adversários, fez o passe e a bola, espirrada, se ofereceu para ele concluir com sucesso e sacramentar o título botafoguense.
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