Artilheiro da A-2, atacante do Botafogo comemora boa fase

Ribeirão Preto, SP, 6 (AFI) – A vitória sobre o União São João por 6 a 1 no último domingo, muito comemorada pela torcida botafoguense, foi especial para um jogador.

Após balançar as redes três vezes, o atacante Marcinho é o novo artilheiro do Campeonato Paulista da Série A-2, com 8 gols, ao lado de Clayton, do Rio Preto.

Feliz com a sua atuação, o jogador contou um pouco sobre a sua fase boa fase no Botafogo. Confira a entrevista:

Cleber Akamine – Você esperava terminar a rodada na artilharia do campeonato, justamente contra o líder da competição?

Marcinho – Sinceramente? No dia do jogo eu entrei na internet e li vários recados. Pressenti que era o meu jogo. Quando você está na concentração, naquele clima da partida, você visualiza as jogadas. Eu pensei que poderia fazer quatro gols, acredita? Quando eu marquei o terceiro, pensei comigo: ‘Vai ser muita coincidência se eu fizer o quarto’. Mas o importante foi o desempenho da equipe, que mostrou mais atitude e venceu bonito.

Cleber Akamine – Quando tinha sido a última vez que você fez três gols em um jogo?

Marcinho – Foi no Joinville, quando a gente venceu o Iraty por 3 a 0, pelo Campeonato Brasileiro da Série C.

Cleber Akamine – Você não ficou com vontade de bater aquele pênalti?

Marcinho – Vontade de fazer gols a gente sempre tem. Mas era o momento do Leandro, já que ele não marcava desde o início da competição e estava precisando. Temos que pensar no grupo antes de qualquer coisa, e o gol fez bem pra ele.

Cleber Akamine – A vitória contra o União, da maneira que foi, era inesperada. É um divisor de águas?

Marcinho – Nós esperávamos um jogo muito difícil por eles estarem na liderança do campeonato. Se você for pensar, nós tornamos o jogo fácil conforme os gols foram saindo. No intervalo, alguns jogos como aquele Palmeiras e Vasco passaram pela nossa cabeça, e voltamos com tudo também para a segunda etapa. Foi um dia em que tudo deu certo. Agora precisamos de uma vitória fora de casa. Vamos tentar buscar esse resultado contra o Nacional, lá em São Paulo.

Cleber Akamine – Você passou uma fase ruim aqui no Botafogo no começo da competição, amargurando a reserva em alguns jogos. O que passou pela sua cabeça naquele momento? Quem mais te apoiou?

Marcinho – É complicado quando você vai para o time reserva. Se o jogador não tiver um controle psicológico, ele pode se afundar ainda mais. Eu tive tranqüilidade, trabalhei bastante e fui voltando aos poucos. Consegui marcar alguns gols e hoje estou vivendo uma das minhas melhores fases.
Em relação aos que mais me ajudaram, acho que todos no elenco foram muito solidários. Mas eu lembro bem do Leandro (Miranda), Evandro, Felipe, Paulinho, Marcão e o Gil, que é meu companheiro de quarto, e fizemos uma dupla de ataque no Sertãozinho. Foi uma fase difícil, mas foi superada.

Cleber Akamine – Aproveitando, como está o seu relacionamento com a torcida. Parece que eles estão mais felizes agora. Fizeram até um grito pra você.

Marcinho – ‘O o o…’ (cantou e sorriu o jogador). A gente sempre fica feliz quando recebe esse tipo de apoio. No começo eu sabia que a cobrança seria forte, mas que com o tempo, eu provaria dentro de campo. Sei que tenho potencial pra vestir e honrar essa camisa. Acho que hoje a torcida toda me apóia e espero render ainda mais.

Cleber Akamine – Uma coisa que chamou muito a atenção dos torcedores foi a sua vontade em campo, mesmo vencendo por 6 a 0. O Marcinho é sempre assim?

Marcinho – Isso é uma característica minha. Vencendo por 6 a 0 ou perdendo de 4 a 0, você pode ter certeza que eu estarei correndo do mesmo jeito. É minha maneira de jogar e isso não vai mudar nunca.
Às vezes quando vira goleada, o adversário acha que é um menosprezo ficar tocando a bola. O que eu faço é mostrar que estou com a mesma vontade do início da partida, correndo do mesmo jeito.

Cleber Akamine – Pra finalizar, quem você homenageou balançando os braços, comemoração esta eternizada pelo atacante Bebeto na Copa de 94?

Marcinho – Foi pro meu filho João Pedro. Ele está com dois meses e foi a primeira vez que ele veio assistir um jogo meu.
Antes de sair de casa eu prometi a ele que faria um gol, e consegui cumprir. Acho que deu sorte (sorriu o jogador).

O elenco botafoguense viaja nesta terça-feira para enfrentar o Nacional, em São Paulo, na quarta-feira, às 15h.