Anistia Internacional se manifesta contra Copa na Arábia Saudita
Pela programação anunciada há meses, a Fifa deve oficializar a Arábia Saudita como sede do futuro Mundial em seu Congresso
Campinas, SP, 11 (AFI) – A Anistia Internacional fez um apelo à Fifa nesta segunda-feira. A entidade, em parceria com a Sport & Rights Alliance (SRA), pediu que o órgão máximo do futebol mundial não confirme a Arábia Saudita como sede da Copa do Mundo de 2034, ao menos que o país revise seus leis e demonstre respeito pelos direitos humanos.
Pela programação anunciada há meses, a Fifa deve oficializar a Arábia Saudita como sede do futuro Mundial em seu Congresso, em dezembro. No mesmo evento, confirmará Marrocos, Espanha e Portugal como sedes de 2030 – esta Copa terá seus primeiros jogos sendo disputados no Uruguai, na Argentina e no Paraguai.
“Haverá um custo humano real e previsível para conceder a Copa do Mundo de 2034 à Arábia Saudita sem obter garantias confiáveis de reforma”, afirmou Steve Cockburn, chefe da área de direitos trabalhistas e esporte da Anistia, em relatório nesta segunda-feira.
“Os torcedores vão enfrentar discriminação, os moradores serão despejados à força, os trabalhadores migrantes enfrentarão exploração e muitos morrerão. A Fifa deve interromper o processo até que as proteções adequadas aos direitos humanos estejam em vigor para evitar piorar uma situação já terrível.”
COPA NA ARÁBIA SAUDITA
As duas entidades também cobraram que a Fifa seja mais exigente em termos de direitos humanos também com as principais sedes da Copa de 2030: Marrocos, Espanha e Portugal. “A Fifa também deve exigir estratégias muito mais confiáveis e compromissos vinculativos para evitar violações de direitos humanos em relação à Copa do Mundo de 2030. Marrocos, Portugal e Espanha ainda não explicaram adequadamente como jogadores e torcedores serão protegidos de abusos discriminatórios, quais medidas serão tomadas para evitar o uso excessivo da força policial ou como os direitos de moradia dos moradores serão salvaguardados.”
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Em junho deste ano, a Anistia Internacional e a SRA se aprofundaram sobre episódios que fundamental suas cobranças em um relatório de 91 páginas. No documento, as entidades detalham os riscos de direitos humanos relacionados às duas edições futuras da Copa do Mundo, de 2030 e 2034 – antes, em 2026, o Mundial será disputado nos Estados Unidos, México e Canadá.
Em resposta, a Fifa afirmou que vai revelar o conteúdo dos seus relatórios, nos quais avaliam todos os candidatos à sede da Copa, antes do seu Congresso. “A Fifa está implementando processos de candidatura completos para as edições de 2030 e 2034 da Copa do Mundo”, disse um porta-voz da entidade.
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