Andrés Sanchez fala sobre impeachment de Augusto Melo no Corinthians

O Conselho Deliberativo do clube paulista vota na próxima quinta-feira, o afastamento de Melo do cargo de presidente por conta de supostas irregularidades no contrato com a patrocinadora Vai de Bet

"Ele vai ter que se explicar no Conselho. Espero que ele consiga", afirmou.

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians (Foto: Daniel Augusto-Corinthians)

São Paulo, SP, 21 – Após o leilão Galácticos, da Fundação Fenômenos, que aconteceu na noite desta quinta-feira, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, conversou com a imprensa. Ele foi questionado sobre o momento que vive o clube paulista dentro e fora de campo, comentou sobre a melhora de desempenho do Corinthians, e também da situação de Augusto Melo, atual presidente, que está com o posto em xeque.

O Conselho Deliberativo do clube paulista vota na próxima quinta-feira, o afastamento de Melo do cargo de presidente por conta de supostas irregularidades no contrato com a patrocinadora Vai de Bet. Para Andrés Sanchez, o mandatário vai ter que prestar contas sobre os fatos. “Acho que não (está tudo certo). Ele vai ter que se explicar no Conselho. Espero que ele consiga”, afirmou.

MELO SE DIZ INDIGNADO

Também nesta quinta-feira, Augusto Melo se pronunciou sobre o assunto afirmando ter “recebido com indignação” a convocação do Conselho Deliberativo para a votação do processo de impeachment.
“É de conhecimento público que o entendimento da Comissão de Ética foi de que o processo deve ser suspenso até a conclusão da apuração dos fatos envolvendo o caso Vai de Bet na Polícia Civil”, disse Melo em nota divulgada nas redes sociais.

Para o atual presidente, o processo de impeachment ainda “conturba o ambiente em reta final do Campeonato Brasileiro e compromete completamente o planejamento para o ano de 2025”. Sanchez tem uma opinião que vai na direção contrária. Na entrevista aos jornalistas, ele acredita que o que acontece fora do campo não impacta nos gramados. “Futebol é isolado do meio político. O jogador quer o dinheiro na conta”, pontuou.

NÃO VALE SÓ RESULTADO
Sanchez também comentou sobre o salto que o Corinthians deu na tabela do Campeonato Brasileiro. Depois de cinco vitórias seguidas, o clube praticamente não corre mais riscos de ir para a série B.
“Há um mês estávamos caindo para a segunda divisão e agora já lutamos por vaga na Libertadores. Parece que fiquei dormindo”, disse.

O ex-presidente aproveitou também para alfinetar os comentaristas que, segundo ele, avaliam o esporte de forma superficial.
“Os comentaristas de futebol comentam o resultado: ganhando, está tudo certo; perdendo, tudo errado. No Brasil, você pode fazer tudo errado, mas ganhando está tudo bem”, completou.

APOIO PRA RONALDO

Perguntado sobre o desejo de ser presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Sanchez disse que deixa esse cargo para Ronaldo Fenômeno, que manifestou a mesma vontade.
“Não vou competir com o Ronaldo se ele for candidato à presidência da CBF tem todo o meu apoio”, afirmou.

Sanchez ainda comentou sobre a chegada de Menphis Depay ao Corinthians. Ele ressaltou a qualidade do holandês, mas ponderou. “Memphis é bom jogador, mas é o que o Ronaldo me falou. ‘Cheguei no Corinthians com meu carro e ganhava R$ 400 mil por mês, Depay vem de avião fretado pelo clube e ganha R$ 3 milhões.’ Corinthians é um time riquíssimo”, disse.

PRONUNCIAMENTO DE AUGUSTO MELO

Além de manifestar sua indignação, o atual presidente chamou a convocação do Conselho Deliberativo de “desrespeitosa” e afronto à Instituição. Melo afirmou que não vai aceitar o impeachment, sem se defender. “Não admitirei que cassem o meu mandato sem que tenha sido garantido o meu direito de defesa. Tenho a certeza que a verdade prevalecerá e que todos aqueles que querem impedir a profissionalização do Corinthians serão derrotados”, afirmou.

O mandatário fez referência à Democracia Corinthiana, dizendo que esses princípios, defendidos historicamente pelo clube, não estão sendo exercidos neste momento. “Essa situação é um desrespeito e um afronto à Instituição, um presidente ser impeachmado sem a chance de defesa. É a prova da falta de democracia, que nós corinthianos defendemos.Ressalto aqui que a condenação sem provas é considerada golpe e todos aqueles que pensam em tomar o poder sem o voto direto dos associados serão cúmplices disso”, concluiu.

Marcos Antomil

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