Amistosos do Brasil nos Estados Unidos oferecem chance final para time amadurecer
O técnico Tite fez um mea culpa dos erros táticos, especialmente no meio de campo, revelou que ainda lembra com dor da desclassificação
O técnico Tite fez um mea culpa dos erros táticos, especialmente no meio de campo, revelou que ainda lembra com dor da desclassificação
São Paulo, SP, 07 (AFI) – Quando entrar em campo nesta sexta-feira contra os Estados Unidos para o primeiro de uma série de seis amistosos que devem acontecer ainda este ano, a seleção brasileira quer espantar o fantasma da eliminação prematura na Copa do Mundo da Rússia e dar início a uma nova fase de recomeço.
Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, o técnico Tite fez um ‘mea’ culpa dos erros táticos, especialmente no meio de campo, revelou que ainda lembra com dor da desclassificação nas quartas de final do Mundial contra a Bélgica e se mostrou ansioso para virar a página.
“O sentimento é que chegue logo a hora de entrar em campo porque ainda está uma dor muito grande do término do jogo contra a Bélgica. Esse é o sentimento geral, ele é meu e é de todos os atletas”, disse o treinador. Segundo ele, o meio de campo do Brasil teve “momentos de ajuste e momentos de desajuste” durante a Copa da Rússia.
Para marcar esta nova fase da seleção, que permanece com o mesmo treinador após a perda da Copa – fato inédito para o Brasil -, Tite anunciou que a partir de agora não haverá mais rodízio de capitania entre os jogadores, como costumava fazer. “Neymar passa a ser nosso capitão número um daqui para frente”, afirmou logo no início da entrevista que concedeu aos jornalistas presentes no estádio MetLife, onde a seleção fez o último treino antes da partida.
O gesto de Tite vem como um sinal de confiança no amadurecimento do atleta, que foi alvo de inúmeras críticas durante a Copa do Mundo da Rússia. Neymar já havia ganhado a braçadeira durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, mas havia entregado a faixa ao fim da competição.
“Resolvi aceitar novamente porque aprendi muita coisa, vou aprender muito mais e essa responsabilidade vai fazer bem para mim. Naquele momento das Olimpíadas eu estava totalmente pressionado e após a Copa do Mundo também, eu fui alvo de muitas críticas e não me senti bem para falar”, relembrou Neymar durante a entrevista coletiva, ao lado de Tite. “Quando não estou bem para falar, prefiro ficar calado e minha resposta para vocês tem que ser dentro de campo”.
Além de marcar este recomeço da seleção brasileira saudando Neymar – um dos mais experientes da atual equipe – como capitão definitivo, Tite aponta que deve usar novas opções táticas no time ainda em formação, mas aos poucos. O treinador tem direito a seis substituições para testar durante os amistosos.
NOVE DA COPA
Para o jogo que marca à volta da seleção brasileira aos campos, o treinador escalou como titulares nove jogadores que estiveram na Copa da Rússia; a única novidade no primeiro amistoso é Fabinho na lateral direita. O jogador do Liverpool compõe o setor defensivo ao lado de Thiago Silva, Filipe Luis e Marquinhos. Embora presente, Willian – titular durante a Copa do Mundo – fica no banco de reservas para ceder lugar a Douglas Costa.
“A gente quer jogar para caramba no jogo (contra os Estados Unidos) e nisso uma oportunidade pode surgir. Se ela é com Andreas (Pereira) ou Richarlison não sei, mas todos taticamente vão estar preparados”, disse. “Hoje o Neymar sabe que o Firmino vai vir como pivô, saindo um pouquinho mais e não vai afundar tanto a jogada, vai jogar mais no pé e ser um jogador de composição no meio campo”.
Nesta sexta-feira, o Brasil entra em campo com cinco jogadores que eram titulares durante a Copa da Rússia (Alisson, Thiago Silva, Casemiro, Philippe Coutinho e Neymar) e quatro dos que eram reservas agora ganham uma chance como titulares (Marquinhos, Filipe Luis, Roberto Firmino e Douglas Costa). A escalação para o jogo tem Alisson; Fabinho, Thiago Silva, Marquinhos e Filipe Luis; Casemiro, Fred e Philippe Coutinho; Douglas Costa, Neymar e Roberto Firmino.
CONFIANÇA
Contra um adversário tão inexpressivo como a seleção dos Estados Unidos, não será difícil para o time brasileiro recuperar a confiança. Sem vencer desde maio, os norte-americanos caíram nas Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo e não representam qualquer ameaça à seleção brasileira.
A partida desta sexta-feira acontece às 21h05 (de Brasília), no estádio MetLife, em New Jersey. Em seguida, a seleção brasileira embarca para Washington para jogar contra El Salvador na próxima terça.
Em outubro, o Brasil fará mais dois amistosos: contra a Arábia Saudita (dia 12) e em seguida contra a Argentina (dia 16), que será enfim o único jogo que pode trazer mais emoção aos torcedores. Aí sim Tite poderá realmente testar as suas novas opções e ver em que pé a seleção estará para a Copa América de 2019, que será no País.