América planejou melhor a classificação na Copa do Brasil
Ponte faz partida irregular e se despede da competição na quarta fase. O Coelho priorizou este jogo.
América planejou melhor a classificação na Copa do Brasil
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Classificação do América Mineiro às oitavas-de-final da Copa do Brasil, na vitória sobre a Ponte Preta por 3 a 1, na noite desta terça-feira em Belo Horizonte, teve muito a ver com o êxito de planejamento de sua comissão técnica, que não se importou em descartar seu último jogo do Brasileiro da Série B, ao colocar em campo um time alternativo que perdeu para o Figueirense por 1 a 0.
Não que a Ponte tivesse que fazer o mesmo por ocasião de seu jogo contra o Operário de Ponta Grossa sábado passado, mas convenhamos que ao estabelecer vantagem por 1 a 0 durante o primeiro tempo, o recomendável seria, no intervalo, poupar jogadores com claros sinais de desgastes como o lateral-direito Apodi e os meio-campistas Luís Oyama e João Paulo.
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FÍSICO
Na ocasião, o treinador João Brigatti apenas os substituiu quando eles se arrastavam em campo, e havia ficado a dúvida se se restabeleceriam fisicamente para o jogo desta terça-feira.
Do trio, quem mais sentiu foi Oyama, sem mobilidade e com atuação irregular.
Apesar do gol de honra da Ponte no final da partida contra o América, Apodi não teve fôlego para fazer o habitual vaivém, enquanto João Paulo – o que menos sentiu fisicamente – foi bem marcado pelo volante Zé Ricardo.
Se o quarteto de meio de campo com Luan Dias no lugar de Moisés, no sábado, foi viável, por que o treinador voltar com o formato de 4-3-3, com a escalação de Moisés, que nada fez em campo?
Inteiro pro jogo, o América deu as cartas durante o primeiro tempo, não se intimidando com os 15 minutos em que a Ponte havia equilibrado as ações.
LISCA
Se até então conceituava-se o treinador Lisca Doido como folclórico, acrescente que ele é organizador de equipe.
A rigor, são poucos treinadores que colocam em prática triangulações pelos lados dos campos, com envolvimento ao adversários no toque de bola, e fluxo para terminarem as jogadas.
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Foi assim que o América chegou aos dois gols no primeiro tempo, em intervalo de quatro minutos, a partir dos 32.
Primeiro ao explorar com sabedoria o volante Juninho como se fosse lateral-direito, para cruzar e encontrar o meia-atacante Felipe Azevedo na disputa de bola pelo alto com Apodi, quando a incumbência deveria ser do zagueiro Alison. Testada indefensável do jogador do Coelho e placar de 1 a 0.
Outra vez pela direita, com desatenção do lateral-esquerdo Lazaroni e cobertura falha pelo setor, a bola tocada de pé em pé chegou ao meia Alê, que finalizou com sucesso: 2 a 0.
Não fosse defesa do goleiro Ivan em chute de Rodolfo aos 30 segundos e chute de Azevedo com bola na trave, o placar poderia ter sido dilatado, enquanto a Ponte não criou uma situação sequer de perigoso à meta adversária naquele período
MEXIDAS
Se Brigatti teve motivos para sacar o irregular zagueiro Alison no intervalo, cobrança maior deve recair em quem o contratou, desconhecendo as limitações.
Problema é que o treinador da Ponte inventou ao improvisar o volante Bruno Reis na zaga, e o custo disso foi desatenção do improvisado em jogada com o lateral-direito Diogo Ferreira, e aí cometeu pênalti que Rodolfo converteu aos 18 minutos e sacramentou a vitória do América.
Se Lazaroni desapontava na partida, teria mesmo que ser sacado no intervalo, o que se poderia projetar de salto de qualidade no setor com a entrada de Ernandes?
AMÉRICA ADMINISTRA
Com vitória assegurada e maratona de jogos e viagens pela frente, jogadores do América procuram se poupar, exceto em alguns contra-ataques.
Em razão disso o treinado Lisca demorou pra substituir Azevedo por Berola, e já poderia ter tirado Léo Passos e Rodolfo bem antes dos minutos finais de partida.
A Ponte é dependente da criatividade de João Paulo, do cabeceio do centroavante Matheus Peixoto em oscilação de zagas adversárias, e aposta em noite lúcida do atacante Bruno Rodrigues, que não foi o caso nesta terça-feira.